Confabolando
Carnaval, festa cristã. É justamente o oposto da quaresma. Surgiu, de fato, para a prática do excesso, antes da minguada quaresma onde há mil restrições. Mais tarde, no período do renascimento, nasceram os bailes de máscaras ou bailes à fantasia.
Acabaram por tornar-se os pais do carnaval moderno. No Brasil, o primeiro ocorreu no Rio de Janeiro, já no final da década de 1830. Eles marcaram a adesão da nova burguesia a esta questão cultura, com todo o luxo, cores e beleza em uma clara referência às festas parisienses.
No Paraná, o último carnaval que eu presenciei, foi obviamente no ano passado. E não gostei nenhum pouco. Até pelo fato de que ele se estendeu muito mais do que o previsto. Passou da data de terça-feira, 24 de fevereiro. Muito além disso, mais especificamente, o baile de máscaras do Coritiba foi até o dia seis de dezembro de 2009.
Foi o ano dos mascarados no Coritiba. Luxo e regalias, a torcida não teve. Viu sim um desfile de descompromissados, a ala dos folgados e a comissão do rebaixamento. O enredo foi a crônica da tragédia anunciada, tanto no que se viu dentro de campo, quanto fora dele. Comando e coordenação nota zero.
O baile dos mascarados foi dentro e fora de campo. Festas e mais festas para comemorar algo que foi um fracasso. Churrascos em véspera de decisão para os mascarados. Quando a máscara e os mascarados cairam, já era tarde demais.
Este ano parece ser diferente. Durante o carnaval o técnico Ney Franco parece querer fazer o baile do resgate. Treino no sábado de manhã, organização com os jogadores, o grupo focado em um objetivo. Mas se há máscara, que se corte pela raiz. Desde já.
Enquanto o nosso Coritiba não estiver na Série A, não há carnaval ou qualquer festa no Alto da Glória. Muito menos baile para mascarados.
"Se a única coisa de que o homem terá certeza é a morte; a única certeza do brasileiro é o carnaval no próximo ano".
Graciliano Ramos
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