Confabolando
Algumas pessoas se destacam na multidão. Sempre foi assim. Algumas para sempre, outras por um curto momento. Esta semana é a vez dos roucos. Se você, caro amigo Coxa-Branca, durante essa semana encontrar um rouco na rua, no seu trabalho ou até em um círculo de amigos, não pense duas vezes. Cumprimente-o. Não é necessário fazer muita coisa, apenas lhe diga parabéns. Ele certamente vai saber o motivo. Muito provavelmente ele é um dos 1.400 roucos e loucos pelo Coritiba que estiveram presentes no domingo no estádio Joaquim Américo.
Ele te representou. Ele foi a sua voz para dizer: "Nada é impossível para o Coritiba". Ele gritou por você enquanto o jogo não começava, em um duelo a parte, que lembrou a batalha das Termópilas. Encurralado, em um canto, com um poste encobrindo sua visão e frente a quase 20 vezes mais adversários. Mas mesmo assim ele cantou Coxa sem parar.
Passando por músicas como "Meu Coritiba amo você", até o famoso cântigo da "Caveirinha", ele estava lá, de peito aberto e estufado soltando o grito para apoiar Marcelinho no chute da bola escorada por Ariel. Ele gritou pênalti quando Márcio Gabriel foi atropelado por Netinho. Ele saudou Marcos Aurélio que foi comemorar o gol, ali, na frente dele. Gritou gol em três oportunidades em que a bola caprichosamente não entrou. Lamentou o sobrenatural de Almeida ter tirado, de leve, o rumo que a bola tomava para um gol antológico de Marcelinho Paraíba. Ele cantou para jogar o Verdão para cima após sofrer o empate. O rouco, ou seria louco, pulou e cantou no gol de Ariel e sacramentou sua alegria ao terminar de vez com sua voz no quarto Coxa-Branca, o gol das pazes de Marlos com a torcida.
Portanto torcedor, se você encontrar algum rouco durante esta semana, não tenha dúvida. Dê-lhe os parabéns. Esta é a semana dos roucos e dos loucos. Esta é a nossa semana.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)