Confabolando
Me parece, cada vez mais óbvio, que o Coritiba é um time de médio porte no cenário nacional. Já escrevi sobre isso, algumas vezes, aqui neste espaço. Se ele é enorme, a ponto de não caber em nossos corações, também deixa a desejar quando se aproxima de outras fronteiras que vão além do nosso amor por ele.
Aqui, cabe frisar, nenhum demérito. Apenas um ponto de conhecimento para possamos saber o que esperar e o que não esperar dele, afinal de contas, com ou sem títulos ele continuará para sempre sendo o nosso Coxa. A década de 90 que o diga.
Sempre fui um defensor dos campeonatos estaduais, sobretudo, por observar este status de clube médio que teria neste falido modelo de competição a chance mais próxima de levantar um caneco. Tanto assim o é que estamos anos luz na frente dos nossos rivais do Estado e hoje lutamos, novamente, por um tetra campeonato estadual.
Mas uma cena, logo no início do PR 12 me fez mudar de ideia. A jovem promessa Coxa, Raphael Lucas, sofreu um carga desnecessária do zagueiro do Operário de Ponta Grossa e contundiu gravemente seu joelho e ficará meses parado. Se não bastasse, o carro que serve como maca para retirar os atletas de campo não funcionou e o jogador foi transportado à moda antiga.
Neste momento me veio a seguinte indagação: "E se fosse o Alex?". Desde então passei a me questionar sobre a real importância do Campeonato Paranaense para o Coritiba. Caso fosse nosso camisa 10, que logo no início do ano tivesse sofrido uma contusão besta em um jogo que nada significa, o ano para o Coritiba teria acabado sem nem começar. A exposição, as verbas publicitárias, a expectativa da torcida, tudo isso ficaria sepultado no Germano Kruger.
Jogadores como Alex, Emerson, Rafinha, Botinelli, Leandro Almeida, entre outros, não apenas valem muito dinheiro, como custam muito dinheiro para o clube. Expor estes jogadores a situações de risco como jogar com zagueiros que tem um calendário garantido de apenas três meses e em campos sem condições é temerário. Mas que outra opção há para os próprios, direção e comissão técnica?
Soma-se a isto ao fato de uma federação sem nenhuma representatividade política e técnica, que perdida, não sabe quais interesses atender. Presa, pelos votos, a maioria dos pequenos clubes do interior que perderam suas tradições para transformarem-se em legendas de empresários. Um presidente, que dispensa apresentações por conta das recentes trapalhadas que cometeu como no caso do Major Antônio Couto Pereira.
Dito isto tudo, não saberia afirmar se realmente encerrar o campeonato estadual é a melhor solução. Mas sem dúvida, com a fórmula de disputa atual não é. Pois ela apenas sobrecarrega os clubes da capital que investem muito dinheiro em seus elencos para privelegiar clubes de aluguel que garantem ao mandatário da Federação sua reeleição.
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