Confabolando
Após chegar em casa da vitória guerreira do time Coxa, escrevi a avaliação do jogo e fui ver novamente os gols, desta vez com os detalhes que só a televisão mostra. Após o golaço do Rei da Dinastia Paraíba, o Marcelinho, vi em sua comemoração um desabafo. Entre beijos para a torcida e gestos em formato de coração, o capitão Coxa-Branca bateu a mão no braço, como já fez outras vezes, e gritou: "Aqui tem sangue P....".
Marcelinho, você expressou muito bem esta vitória Coxa-Branca. Como dizem os gaúchos, o Coritiba tirou a "touca" e venceu bem a partida no segundo tempo - é verdade, facilitado pela expulsão infantil de Thiego. Ainda assim foi uma vitória dura e sofrida, de um time que, mesmo quando não foi bem, foi guerreiro. A torcida, valente, com um lindo show, iluminou a noite fria de Curitiba e o caminho para a vitória. Na base do grito empurrou o time. "Vamos vamos meu Verdão, vamos em busca da vitória, em busca da vitória, eu vim pra te apoiar". Os mais de 18 mil torcedores presentes no Alto da Glória viram a vitória de um time que, além de raça, conseguiu desequilibrar o jogo, sobretudo em lances individuais. Depois teve inteligência para manter o resultado.
"Aqui tem sangue p..." porque os jogadores comemoram um gol com uma grande festa. A comemoração é coletiva entre jogadores e a torcida. Ninguém celebra sozinho ou acanhado. Marcelinho fez o que já foi descrito. Ariel parecia uma criança com aquele sorriso largo e chamando os seus companheiro para comemorarem juntos.
"Aqui tem sangue p...". Não apenas na valente torcida que nunca abandona, mas também num time que teve a alma guerreira. Um time que lutou, deu o sangue quando preciso e buscou a vitória. "Aqui tem sangue p..." porque estamos na nossa casa e esta terra tem dono. Aqui no Couto ninguém pode ganhar do Verdão. Aqui é o Inferno Verde, ou el Infierno verde, ou o "Green Hell".
"Aqui tem sangue p....." porque mesmo após levar o primeiro gol a torcida continuou empurrado. Tem porque os jogadores, mesmo os que não foram bem, tentaram a todo instante mudar o panorama do jogo. Tem porque, embora fora de casa o time ainda patine bastante, diante de sua torcida consegue transmitir a sintonia que vem das arquibancadas. Força e raça.
Mesmo que fizer escuro, nós cantaremos.
Menção honrosa.
Meu amigo e fiel Coxa-Branca Fábio pediu e não posso deixar de atendê-lo: "Aqui tem sangue p..." porque ninguém vai chegar aqui no Major Antônio Couto Pereira, o Monumental do Alto da Glória, o Gigante de Concreto Armado e gritar olé. Muito menos aos 25 minutos do primeiro tempo. O resultado, todos sabem. Como adoro ditados populares emendo essa: "Quem ri por último, ri melhor".
Fica
Marcelinho, se aí e "aqui tem sangue p...."., então "Fica".
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)