Confabolando
O que faz a vida tão gostosa e a convivência com outras pessoas tão maravilhosa? As diferenças. Desde que saibamos respeita-las, é isso que dá um gostinho especial a tudo. Mas, infelizmente, foi ela quem jogou contra o Coxa neste primeiro jogo da final da Copa do Brasil.
Coritiba e Vasco foram times diferentes, dentro e fora de campo, com algumas poucas semelhanças. A mais perceptível delas, talvez, um bom número de passes errados. De resto, o Coxa dominou boa parte da partida ao seu modo. Quebrava a partida e fazia o jogo que lhe interessava. Criou mais oportunidades de gol, tinha mais calma e tranquilidade na hora de armar as jogadas.
Já a equipe cruzmaltina tentava fazer o gol antes do passe final. Um time ansioso, pressionado pela torcida e que conseguiu tirar o zero do placar em um lance isolado. Coisas do futebol e não há reclamação, muito pelo contrário. A diferença foi a bola na rede que faltou nas chances criadas pelo Coritiba, inclusive, muito mais frequentes do que as do Vasco.
A torcida do Coxa também foi a diferença. Durante boa parte da transmissão pela televisão a torcida do Coxa foi ouvida. Mesmo com o time atrás no placar, coisa que não ocorreu com a torcida vascaina.
No próximo jogo, no Couto Pereira, o Cori terá que ser diferente. Sobretudo no passe e na finalização. Dois atributos que marcaram o time positivamente neste semestre, quando quebrou recordes e encantou o Brasil, mas que nos últimos jogos têm sido falhos. Ninguém desaprende a jogar.
Contudo, ela, a diferança, agora está ao nosso lado principalmente quando perguntarmos o que difere "eu acredito" do "é possível".
A primeira, inclui, necessariamente a fé. Torcer e querer algo que parece distante, porém factível. Desejar sem necessariamente levar em conta a razão. Sem provar ou garantir sua existência ou probabilidade de concretização. No esporte bretão é contar com os caprichos do sobrenatural de Almeida para reverter algo extremamente difícil. A torcida Coxa-Branca permaneceria acreditando caso a derrota fosse de dois ou três a zero. Mas não é o caso.
O segundo substantivo, o possível, é que levará os Coxas ao Alto da Glória na próxima quarta-feira. O título é absolutamente crível, principalmente se o time voltar a ter conclusões mais consistentes e os passes que o diferenciavam dos seus adversários. Vencer, no Couto Pereira, por uma margem superior a dois gols não seria nada surpreendente, muito pelo contrário. É possível.
Para isso, o Coxa precisa apenas ser diferente dos últimos jogos.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)