Confabolando
Hoje quando o árbitro jogou a moeda para o alto a fim de sortear a famosa escolha do "bola ou campo" não imaginei que ali estava a figura metafórica deste post. A moeda. Por ter dois lados, é o título deste texto. Hoje falarei de dois temas, que para mim, foram os dois lados distintos do jogo de domingo.
CARA
Crescimento. Este é um dos lados da moeda. O Coritiba vem subindo de produção nos últimos jogos. A boa atuação da defesa nos deu esperanças em um setor que estava comprometendo. Novos elementos estão começando a engrenar. Demerson e Jaílton, se não são candidatos diretos ao prêmio de melhor jogador da Fifa, foram muito regulares e certeiros. Leandro Donizete, um verdadeiro leão. O nosso guerreiro mouro tem sido o grande carregador de piano ao mesmo tem que assume a postura de regente da defesa. Distribui e organiza o jogo como dono da cancha. Marcelinho Paraíba, até de verde pintou o cabelo. Jogou demais, como tem feito na maioria das partidas. Nosso Romarinho, o Marcos Aurélio, fez outro golaço e parece voltar a apresentar regularidade no seu ótimo futebol. Ariel, desde que parou de apenas ser jogado na fogueira entrando no final do jogo, tem crescido cada vez mais.
Douglas Silva surpreendeu, pelo menos a mim, e parecia o velho Douglas. Colocou no bolso todos os jogadores que tentaram ocupar o lado esquerdo este ano. Rodrigo Crasso terá uma boa sombra. Ou será o contrário? Por último o arqueiro brasileiro/holandês Van der Lei, que mais uma vez teve atuação irretocável. E o mais interessante: a identificação de alguns jogadores com a torcida e com o clube. Atletas estrangeiros, nordestinos, paulistas e técnico Carioca, além dos pratas da casa. Foi um time que deu a cara a tapa e venceu.
COROA
"Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que iras tomar"
O Mundo é um moinho, Cartola.
Diz o ditado alemão que a "arrogância precede a queda". Vejam bem que coisa mais sábia. A postura de prepotência de que o jovem menino Marlos criou na qual parecia intocável caiu neste domingo. Sua habilidade, indiscutível, sem dúvida era maior que uma instituição centenária. Mas não lhe foi nem um pouco suficiente, como já anunciado.
Tentou algumas firulas, sem motivo, e apagou-se. Conseguiu apenas ser alvo de mais críticas do que os ex-jogadores do time "deles". Marlos, infelizmente, tu perdeu uma casa.
Quando tudo da errado em nossas vidas, temos uma família e um lar e esse é o nosso porto seguro. Viu uma linda festa que nunca mais poderá participar. Aliás, quando vier serás um coadjuvante nada bem-vindo. Que impressão deixou com a torcida, direção, instituição e até mesmo com os teus colegas?
Marlos, ainda é cedo. Tu mal começaste a conhecer a vida. O fato de a história ser cíclica é o motivo dos mais velhos terem mais conhecimento que os mais novos. Marlos, preste atenção, o mundo é um moinho. Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos e vai reduzir as ilusões a pó.
Marlos, o Alex quando está em Curitiba nunca deixa de ir até o Couto Pereira. O Keirrison e o Henrique que jogaram contigo, lembra? Eles gravaram depoimentos ao lado do Alex falando de sua ligação com o clube. Eles têm uma casa e um lar, coisa que você destruiu.
Jogadores que passaram por aqui e que não tiveram, como você, todo desenvolvimento profissional dentro do Coritiba, se envolveram emocionalmente com esta instituição. Lembra do Gustavo, o Papa, que também jogou contigo...? O carioca Renè Simões é sócio do Coritiba. E você? O que dizer de jogadores como Alex, Rafinha, Keirrison, entre outros que fazem questão de divulgar e enaltecer o nosso centenário Coxa?
Marlos, se Cartola ainda estivesse vivo cantaria para ti: Quando notares estarás à beira do abismo. Abismo que cavaste com os teus pés.
Acredite Marlos, a ingratidão não é nossa.
Tu colocou essa falsa coroa sob a tua cabeça.
Ah sim, e é claro que no domingo, no Couto Pereira, deu cara.
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