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Gibran Mendes13/09/11, 09h13
Confabolando

O baile

O Coritiba de 2011 é um disco de vinil. Tem seu lado A e seu lado B. O problema é quando chegamos ao baile, ninguém sabe qual música irá tocar. Hoje o Alviverde colocou o Botafogo para dançar e foi mais time desde o início do jogo. Chamou para si a responsabilidade e jogou como dono da casa.

O setor defensivo não comprometeu, muito pelo contrário. Emerson mostrou porque é absoluto na zaga Coxa e além de muito sólido na defesa, sempre chega com perigo nas bolas paradas. Novamente marcou o seu em cobrança de escanteio. "É tudo treino", disse tudo. Treinar, treinar e treinar. Este é o caminho natural para alcançar bons resultados, assim como fazem os dançarinos.

O meio-campo voltou a ser rápido, de toques precisos e com muita movimentação. Marcos Aurélio acordou do sono profundo e jogou como se espera de um jogador com sua capacidade. Driblou, chutou de longa distância, marcou um gol e deu assistência para outro. Rafinha, que não ficou tão isolado, desenvolveu melhor suas jogadas com rapidez e fazendo tabelas. Bill, bem, Bill foi Bill. Responsável por jogadas bizarras e um gol.

O Coritiba goleou e com propriedade. Soube manter a posse de bola no ataque com maestria, chutava de longe quando a defesa do Botafogo dificultava o caminho a gol e foi rápido e seguro na recomposição de sua defesa. Luccas Claro também mostrou que pode tornar-se um bom zagueiro. Leandro Donizete foi absoluto no meio ao lado de Tcheco, que fez outra excelente exibição. Vale também destacar as decisões acertadas de Marcelo Oliveira na montagem do time, com desfalques, na partida contra um dos candidatos ao título da Série A. O time carioca vinha de uma série de 12 pontos em quatro jogos e com dois jogadores convocados para a seleção brasileira. O goleiro Jefferson,inclusive, viajará com a mala cheia.

O lado B foi o que vimos nas últimas partidas e é incompressível a escolha desta toada, justamente, pelo fato dos torcedores saberem que no verso do disco há melodias muito mais harmônicas do que estava tocando nas paradas do Alto da Glória. A cobrança é natural pela capacidade demonstrada em algumas partidas, bem como pela expectativa criada na torcida. Muitas coisas ainda precisam melhorar, como as nossas laterais e o ataque. Mas a dança transcorreu sem maiores problemas.

Se esta é a música que mais agrada a todos, que siga o baile sempre com a mesma canção.

Gibran Mendes

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