Confabolando
Comecei gostar de futebol logo cedo. Meu pai fez o trabalho muito bem feito. Lavagem cerebral no guri tão logo fosse possível entender aquele esporte de 22 homens correndo atrás de um abola. Na barriga de minha mãe ouvia meu pai questionar: "Ieda, se for menino, será que vai gostar de futebol?". Hoje lembra e ri da constante pergunta.
Meus primeiros contatos com o futebol, aliados aos jogos na televisão, foram com o Canal 100 e posteriormente Gol, o grande momento do futebol. O primeiro na falecida Rede Manchete que reprisava os programas que marcaram época nas salas de cinema. O segundo na rebatizada Band. Imagens que inclusive eram gravadas pelo velho Mendes com um antigo aparelho de VHS, coisa que a nova geração só conhece por nome.
O jogo contra o Caxias, nesta quinta-feira (15), me trouxe boas lembranças desta época e algo mais. Uma série de vitórias como esta torna-se inquestionável. Bateu a marca do poderoso Internacional de Paulo Roberto Falcão e aproxima-se do recorde brasileiro, atualmente do Palmeiras. Fato, que por ironia do destino, pode tornar-se realidade justamente no clássico no Joaquim Américo.
Situação encaminhada até o momento pela capacidade dentro de campo. Coisas que eu só vi pela televisão, seja no Canal 100, no Gol o grande momento do futebol ou em jogos de equipes fora de série como o São Paulo de Telê Santana. Passes sem olhar, inversões de jogos, trocas rápidas de bola e posicionamento, além de gols, muitos gols. Coisas dignas de ficarem na memória, como o passe de Léo Gago para o gol de Rafinha.
Uma lance de Gérson. Coisas que ficarão gravadas na memória, e em alguns dvds, para serem mostrados às próximas gerações. Para quem está aprendendo a gostar de futebol. Deste esporte que envolve uma bola, 22 jogadores, milhões de corações e um árbitro e seus dois auxiliares.
E como gostar, nem sempre, significa entender eles também passarão por momentos de dúvidas, tanto pais quanto filhos. Como explicar a expulsão de Bill? Até imagino a cena: um menino, de sete anos, acompanhando o jogo com o paizão pergunta: "Pai por qual motivo o Bill foi expulso?". "Bem, filho, acho que é porque ele foi comemorar o gol", responde titubeante o pai. "Mas aquele cara ali fez uma falta violenta e nem tomou cartão amarelo?", continuou o curioso garoto apontando com o indicador direito para o campo. "Filho, veja bem, tudo é uma questão de critério do árbitro" e ainda deu tempo do guri fazer uma última pergunta antes do seu velho voltar a prestar atenção no jogo: "Mas, pai, não é o gol o grande momento do futebol?".
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)