Confabolando
Poucas vezes um pedido de silêncio fez tanta história. O artilheiro Tuta, que jogou também pelo Atlético Paranaense, fez em 2004 um gol histórico e, mais do que isso, ao pedir silêncio para a torcida que um dia representou, marcou uma geração.
Tanto assim é que diversos outros atletas do Coritiba fizeram o mesmo após a marcante comemoração do atacante. Marcos Aurélio e Bill, por exemplo, repetiram o gesto na Arena da Baixada após marcarem gols decisivos em AtleTibas.
Dentro deste entendimento, um grupo de torcedores, no qual eu me incluo, mandou fazer uma faixa no Rio Grande do Sul com a imagem utilizada pelo clube em uma campanha publicitária. Segundo consta, esta campanha rendeu um processo do jogador ao clube pelos direitos de imagem. Situação estranha, sobretudo pelo fato do clube normalmente dividir os rendimentos dos jogadores entre salários e direito de imagens. Contudo, como não sou advogado, pouco posso falar sobre o processo e nem é o caso. Mas posso assegurar que consultamos um bom profissional da área antes de mandarmos confeccionar o material.
Pois bem, no AtleTiba realizado na última rodada do primeiro turno do Campeonato Brasileiro, levamos a faixa novamente para o estádio. Para minha surpresa, quando olhei para o local onde estava colocada, ela tinha sumido. Corremos para o local e um segurança do clube estava com ela em mãos. Disse que seria proibido colocar faixas ali. Muito educado, após algumas negociações, colocamos a faixa pouco abaixo para evitar qualquer transtorno para outros torcedores. A avaliação era de que ela poderia impedir a visão de outros Coxas. Concordamos e a faixa foi colocada em outra posição.
Curioso, que no segundo tempo, a faixa do Tuta foi recolhida para que não ficasse a mostra, mas outra faixa, exatamente ao lado do trapo que estampava a emblemática imagem, continuava igual. Chateado com a situação, encaminhei no dia 29 de agosto um e-mail para a secretaria do clube pedindo informações sob ocorrido. Um mês depois continua o silêncio e nenhuma resposta sequer foi enviada para mim, sócio do Coritiba.
Posteriormente fiquei sabendo que outras faixas, mas desta vez com tons de protesto contra o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, também foram proibidas. Lamentável. O exercício da democracia, exige entre outros fatores, concordarmos com situações que nos desagradem.
Sete anos após Tuta ter pedido silêncio para a torcida do rival, foi a vez da direção do Coritiba silenciar seus sócios e torcedores e sequer dar-se ao trabalho de prestar informações, com um prazo, digamos, dilatado.
Muito triste.
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