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Gibran Mendes28/07/11, 10h47
Confabolando

Apesar da raça, um papelão

O Couto Pereira recebeu um bom púbico nesta quarta-feira à noite, às 21h50. Os torcedores saíram de suas casas para ver o time do coração jogar. Do outro lado o São Paulo, time de campanha irregular, com jogadores que após saírem dos seus clubes pouco renderam como Carlinhos Paraíba e Juan. Mas também com bons jogadores, por óbvio. Rivaldo, um dos maiores que vi jogar, a jovem promessa Lucas e o experiente Rogério Ceni. Mas em 30 minutos o placar já estava 3x0 no Couto Pereira. Situação que a torcida Coxa acostumou-se a ver nesta temporada. Nada de anormal até então, mas... Peraí.

Algo estava errado naquela noite. Um time tentava encontrar o outro em campo e não era o adversário. O gol com um grande lançamento não era do time da casa, assim como o placar começava mostrando o zero e não o contrário. Na verdade, parecia tudo errado naquela noite.

É inadimissível que um time, jogando em casa, ao lado de sua torcida, esteja perdendo por 3x0 aos 30 minutos do primeiro tempo. É impossível entender como um time, cujo o conjunto e entrosamento sempre foi enaltecido pelos próprios jogadores, técnico e comissão, não se encontre em campo. Que passe longe de ser um time, posicionados como um bando sem organização.

Não é possível entender como Carlinhos Paraíba, que tem histórias e mais histórias no Couto Pereira, receba livre um passe na entrada da grande área. Assim como também é, em que pese a dúvida sobre a posição de Juan, o marcador ficar parado com a mão erguida olhando para o auxiliar. Tão incompreensível como a facilidade do ataque são-paulino em entrar na área Coxa para fazer o terceiro gol com Dagoberto.

Não gosto nenhum pouco de jogar a culpa na arbitragem. Trata-se de muita choradeira e nenhum resultado. Uma ação concreta, efetiva e quando há um erro, cabe a direção do clube que tem este direito, e até o dever. Se o impedimento, de fato não ocorreu, Juan teve muito espaço para avançar. Se a falta de Davi não era para vermelho, mas apenas para amarelo, também era totalmente desnecessária. Já se houve ofensas ao árbitro, a história é totalmente diferente.

No segundo tempo, nem bem 10 minutos e o São Paulo fazia o quarto gol após Eltinho entregar a bola de presente para Lucas fazer um golaço. Quando dava a impressão que o time Coxa iria rezar para não levar o quinto, as coisas mudaram, mas não o suficientemente. Enquanto o lateral esquerdo, que falhou diretamente em dois gols, era substituído por Marcelo Oliveira o Coxa marcou seu primeirocom Rafinha. Aliás, aqui vale enfatizar o melhor jogador da partida. Não apenas pela qualidade, mas pelo brio demonstrado durante todo o jogo. Depois Bill fez mais dois e quase empatou já nos acréscimos.

Contudo, apesar da raça Coxa-Branca demonstrada a partir dos 22 minutos do segundo tempo, quando Rafinha tirou o primeiro zero do placar Coxa, é muito, mas muito pouco. Os erros demonstrados durante a maior parte do jogo e as vezes até uma possível falta de interesse de alguns atletas castigaram a torcida Coxa. Ficou claro, novamente, a necessidade de um lateral esquerdo e um atacante de ofício, como tantas vezes já foi alertado neste espaço.

Não se trata, obviamente, de terra arrasada. Um excelente trabalho foi desenvolvido até agora. Resultados e campanha que orgulharam todos os torcedores do Coritiba. Mas a derrota desta quarta-feira, de fato e de direito, foi constrangedora. Cada um dos 23 mil torcedores presentes, aqueles que saíram quase meia-noite do estádio em que foram para ver seu time do coração, sem dúvida, sofreram muito mais do que deveriam.

Seria leviano apontar culpados. Muricy Ramalho, que sabe muito mais de futebol do que todos nós juntos, disse que torcedores vêem apenas 99% do que faz o futebol. Mas sei que há necessidade urgente de correção de rumos e para isso existem profissionais que fazem o diagnóstico e tomam as ações necessárias. Nós, torcedores, queremos apenas acompanhar nosso time, mesmo que tarde da noite.

Só não queremos um papelão como desta quarta-feira à noite e ouvir "olés" da torcida adversária, no primeiro tempo frise-se, com jogadores que tanto desagradam a torcida Coxa.

Gibran Mendes

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