Confabolando
O mundo do futebol é tribal. As músicas, baterias, bandeiras, os rituais e as cores. Tudo faz parte deste processo. Estudos antropológicos apontam e comprovam esta teoria. Talvez explique, muito embora não justifique, a violência no esporte, que não é exclusividade do Brasil. A América Latina, Europa, os Bálcãs, enfim, onde há futebol de certa forma há violência, infelizmente.
Contudo, o outro lado, é a festa. A magia que o esporte leva para a vida das pessoas que passam a amar um clube como alguém de sua família, uma esposa, um pai, uma mãe ou um filho. Não importa o que há de errado, este amor perdurará. Há como explicar? Não... Nem a violência.
Digo isso, pois gostaria de saber até onde vão as cores. Representação mais fácil de times de futebol, elas definem estilos de vida, mas jamais podem afastar pessoas ou pior, torna-las inimigas.
Tenho um bom exemplo. De um lado o vermelho. Rubro da cor da bandeira do A. Paranaense e de Portugal. Do outro lado, o verde. A cor da bandeira do Coritiba e do Brasil. Duas cores, tal e qual a bandeira dos lusos. Esta, talvez, a única divisão que me separa de uma grande figura. Aliás, segundo a última e ótima notícia, recupera-se muito bem após passar por apuros em sua saúde.
Carlos Manuel Vasconcelos Athaíde dos Santos. Como o próprio nome denuncia, português de nascença: brasileiro por adoção. Brincadeiras, trocas de provocações e rivalidade sadia se tornaram rotina. Clássico na cidade com derrota do Atlético? Ele levava as gozações numa boa. Derrota do Coxa? Era a vez do Gibran ouvir as sempre inteligentes tiradas, muito embora esta situação não ocorra a quase três anos.
Nascido em Ilha Terceira, nos Açores, Carlos entre idas e vindas chegou ao nosso País pela primeira vez com dois anos de idade. Ele é uma de minhas referências, colega de trabalho e durante os anos de convivência passou disso: além de meu amigo, transformou-se numa fonte de inspiração.
Caráter, coragem, hombridade, capacidade e inteligência. Tudo isso não tem cor. Até mesmo porque as cores dos filhos de Carlos Manuel são as mesmas que as minhas. A prole é Alviverde, enquanto ele segue rubro-negro.
Se o branco é a soma de todas as cores, como afirmam os cientistas, então este é o limite: a união de todas. Futebol é alegria e vida, nunca o contrário. Vida que continua e que segue cada vez mais forte para o Carlos Manuel, que apesar de rubro-negro, sempre defendeu o Alvi da bandeira da paz em qualquer situação.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)