Confabolando
Desde a dita união de marretas em 2009 para a demolição do atual Couto Pereira que o novo estádio do Coritiba passou a ser tratado com cuidado e parcimônia e já não era tempo. Não podemos lamentar este episódio ter sido engavetado, sobretudo pelas notícias de dificuldades financeiras que envolvem a antiga parceira, a WTorre, bem como os problemas enfrentados pelo Palmeiras na reconstrução do seu Palestra Itália.
O tema parecia esquecido, tão irreal quanto a maquete do arquiteto Tomas Taveira, até o vazamento da informação de que o clube, ao lado de investidores e da empreiteira OAS, negociava para a construção de um novo estádio onde hoje está localizado o Pinheirão.
De elefante branco, o estádio passou a ser a noiva do ano, como gosta de dizer o presidente de fato, Vilson Ribeiro de Andrade. Apesar de abandonar o Alto da Glória, que mora nos corações da torcida e ir para um local decrépito, o Pinheirão, a torcida comprou a briga devido a credibilidade que Vilson conquistou relançando no cenário nacional após a tragédia diretiva de 2009.
Pois bem. Hoje a Gazeta do Povo traz a notícia de que as negociações com a Federação Paranaense de Futebol endureceram. Outros interessados na área passaram a negociar diretamente com Hélio Cury e dificultaram uma negociação que era dada como certa, pelo menos por parte da imprensa e do conselho Alviverde.
Mas a negociação do Pinheirão, cheio de imbróglios jurídicos e além de trazer apenas uma mísera boa lembrança para a torcida Alviverde é boa para quem? Para o Coritiba? Sim, possivelmente. Dada as condições do negócio, que circulam pelos bastidores, seria um acordo extremamente rentável e com grandes vantagens para o Coxa.
Então deve, o Coritiba e seus parceiros, lutar com unhas e dentes para cravar seu endereço no Tarumã? Definitivamente não. As vantagens deste negócio não se resumem apenas ao Coritiba, muito pelo contrário. Um enorme e gigantesco penino seria descascado com a solução, como já relatado muito bem em diversas matérias veiculadas em nossos periódicos do Estado, bem como em blogs de jornalistas esportivos.
Tudo isso para falar o óbvio: se o Coritiba e seus parceiros têm condição de buscar outras alternativas para o novo estádio Alviverde, deve sem dúvida fazê-lo. Outros locais, como o próprio Campo Comprido, onde há terrenos grandes disponíveis e trata-se de uma área em franco crescimento em nossa cidade, além da facilidade de acesso, podem começar a ser avaliadas como alternativas para o novo lar Coxa-Branca.
Muito embora eu tenha grande resistência pela saída do Alto da Glória, é inegável que nas condições postas o Coritiba poderia sim dar um grande salto de crescimento. Contudo, isso não pode ser a qualquer preço e muito menos entrar em uma jogada de valorização que teve início, supostamente, pelo vazamento do interesse na área cujo interesse de compra anterior à divulgação do projeto era tão grande quanto pela aquisição do Cristo Redentor por um turista na baía de Guanabara.
Se o Coritiba pode ter um novo estádio, moderno, com fácil acesso e que trará ganhos de rendimentos, além de imagem para o clube, aliando conforto aos seus torcedores, ótimo. Se este estádio puder não ser onde hoje é o Pinheirão, melhor ainda. Por isso, diante da nova novela que parece se instaurar a pergunta que deve ser feita é: A negociação do Pinheirão é boa para quem?
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