Confabolando
De onde viemos? Quem somos e para onde vamos? Para responder estas três perguntas muitas pessoas arriscaram suas vidas, como Galileu Galilei, outras lhe dedicaram toda ela, como Edwin Hubble e muito dinheiro foi investido, principalmente por empresas privadas e até estatais. Mas ainda estamos longe de um consenso sobre estas três grandes dúvidas da humanidade. Contudo, estudos científicos parecem convergir para alguns pontos. Um deles é que o nascimento do universo, inclusive de nós mesmos, é o Big Bang. A nomenclatura resume um estado extremamente denso e quente que seria o ponto de partida do universo.
Portanto, o início de tudo seria uma coisa só com a expansão da matéria, a grosso modo, que acabou gerando tudo o que há hoje no universo. O ferro que produz carros, sustenta edifícios e é extraído para o desenvolvimento social e econômico também é o mesmo que corre em nossos sangue de forma que permaneçamos saudáveis.
A união destes fatores nos mostra que somos todos a origem de um só e, portanto, de certa forma estamos interligados. Assim, perguntariam: "Temos então a mesma origem das estrelas?". A resposta, reta, seria sem dúvida sim. Mas eu avançaria um pouco mais. Diria que todos somos estrelas, cada uma com seu brilho, localização e importância.
E o que ocorre, então, quando há um agrupamento de várias estrelas? A definição, em nossa língua pátria, é uma constelação. Sem dúvida a torcida Coxa-Branca é um dos mais belos conjuntos de estrelas já visto. Uma grande constelação que brilha tanto a ponto de ser confundindo com uma Supernova, fenômeno de grande importância astrônomica. A explosão de uma delas emite uma luz incomparável e forma uma lâmina de radiação cósmica que poderá ser monitorada durante séculos. Mas, assim como qualquer fenômeno desta magnitude, é extremamente raro. Assim como a torcida Coxa-Branca, que tem uma luz própria - talvez exemplificada no Green Hell- e que não se vê por aí. Ou como diria a canção de Paulinho da Viola: "vista assim do alto, mais parece o céu no chão".
A luz desta constelação, ou melhor ainda, supernova Coxa-Branca, é que cega os adversários e ilumina o caminho da vitória para os astros que giram em torno dela. Assim como na definição científica, fenômeno raro e que pelo menos há um século já pode ser acompanhado.
Por este e outros motivos a torcida Coxa-Branca é imprescindível para o time e consequentemente à instituição. É preciso que a diretoria, a torcida - organizadas ou não - e cada cidadão coritibano que leva essa luz consigo entenda desta forma. Aproximando de nossa realidade humana, mais próxima, irregular e passional eu lembraria de Olavo Bilac:
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pátio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."
E que em nosso céu brilhe cada vez mais o novo Sol, clareando com seus raios verde e branco e encantando o País do futebol.
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