Confabolando
Em nome do pai é começo de uma oração. Foi com um sentimento religioso que me dirigi ao Alto da Glória neste domingo. Foi também em nome do meu pai, com quem falei horas antes de ir ao jogo, que fui ao Couto. Ao parabeniza-lo pelo seu dia, me comprometi de representá-lo. Ele mora a 450 kms de Curitiba. Mesmo feliz, seu Mendes parecia angustiado. Em nome de um torcedor, meu pai estava preocupado com a atuação do Coxa. Portanto, religiosamente e em nome do pai fui ver nosso Coxa jogar. Vesti o manto preto.
Em nome do pai rezei para que Edson Bastos defendesse aquele pênalti. Em nome do pai sequei o chute que Edson Bastos quase defendeu no segundo gol do Cruzeiro, assim como desejei que alguém pegasse o rebote depois na bola na trave no lance do terceiro gol do time mineiro. Lá de Pato Branco o seu Mendes com certeza terminou seu dia dos pais triste, como tantos outros pais.
Em nome do nosso Coxa torci para que aquela correria não resultasse em nenhuma confusão que nos levasse a jogar fora de casa com mando de campo nosso. Também torci, em nome de famílias assustadas com a correria e que procuravam um lugar seguro.
Em nome do amor muitos pais levaram seus filhos neste domingo para lhes passar um outro amor. Uma história centenária que passa de geração para geração. O compromisso de dirigentes, comissão técnica e jogadores, cada um com sua responsabilidade, é dar seguimento a esta tradição. Hoje ninguém garantiu aos pais e filhos um dia digno.
Vi, neste domingo, uma criança falando sozinha: "E tudo começou com o pênalti do juíz..". Somente o pensamento mágico infantil para explicar tão simploriamente algo muito mais complexo que hoje é a situação do nosso Coxa.
Em nome da torcida espero que a saída de Renè Simões seja o fato novo que possa dar rumo diferente ao Coxa, mas que obviamente ainda não é suficiente.
Em nome de todos precisamos de mudança de postura de jogadores e da direção, que em nome dos seus filhos, nos garanta um final de centenário com respeito e dignidade.
Luto e a necessidade de um novo pai
O Coritiba fica de luto pela notícia do falecimento do conselheiro Faisal Brahim.
Uma vida dedicada ao Coxa e sua memória. Faisal era quem capitaneava os jantares que perpetuavam a história do Cori e de seus ex-craques. Esta iniciativa não pode parar e precisa de um novo pai. Faisal, certamente, assim iria querer.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)