Confabolando
Madrugada de quinta para sexta-feira. Sai do cinema com a excelentíssima dona Gibran. Fomos ver um filme que gerou muita expectativa, pelo menos para mim. A fita branca. Um filme alemão, de duas horas e meia, em preto e branco. O resultado final, bem, na verdade este não é o foco do texto. Apenas uma introdução, pois bem.
Ao sair do cinema nos dirigimos até o aniversário de uma colega de trabalho, que já foi também colega de escola e grande amiga, a Graciele Minozzo. Chegamos no boteco, cumprimentamos os presentes, tomamos um chopp e o papo foi correndo. Algum tempo depois a Daniela Sordi, colega também da época do segundo grau, veio se despedir de nós... Na apresentação a minha mulher ela disse: "Colega do Gibran e da Graciele, ainda do segundo grau..". Aí é que eu me dei conta: "Quanto tempo já se passou..". Fazia anos que não a via...
A vida é assim, passa e a gente nem vê. Não percebemos o desenrolar dos anos, a maleabilidade da vida, as rugas a mais, os aprendizados e tudo o que o passar dos anos nos garante e nos leva. Olhei para a Dani e disse: "E lá se vão quase quinze anos..". Foi um choque para mim externar esta frase. Acredito que para ela também ao ouvir. Quando se sabe de algo é uma coisa, quando se fala, é outra totalmente diferente.
Ela, fisicamente, continua igual. Parece uma menina. A Graciele idem. Já eu estou bem diferente. Mas também mudei muito na minha forma de pensar, de agir e de compreender e encarar certas situações. Outra coisas continuam iguais, como meu senso crítico e meu espírito contestador, mas sem dúvida sou uma pessoa bem diferente do que era há 12 ou 15 anos atrás. Imagino que ela também.
Mas isso tudo é para dizer que o tempo passa, algumas coisas mudam, outras nem tanto. Neste domingo, 28, último dia de fevereiro de 2010, poderemos ver quais mudanças ocorreram nos últimos três meses.
Lembro muito bem da primeira vez que fui ao Couto Pereira, acompanhado do meu pai, para assistir uma partida do Coxa contra o Iraty. Lá se vão muitos anos, bem mais de quinze. Ah, como o estádio mudou, como o Coritiba mudou e principalmente, como a torcida Coxa-Branca mudou. O que não mudou, pelo menos aparentemente, são as administrações que se sucedem em nosso tão amado clube.
No domingo,28, uma coisa eu tenho certeza. Não vai mudar meu carinho e meu hábito de ir até o Alto da Glória ver nosso Coritiba jogar. Também não vai mudar o amor que eu sinto por tudo o que esta centenária instituição representa. Espero que a vontade de cantar da torcida, as festas que cresceram nos últimos anos, também não tenham mudado. Mas, sinceramente, torço que as atitudes dos profissionais da bola, dentro e fora de campo, é que tenham mudado drasticamente.
Ah, sim, o filme trata sobre amor, ingenuidade, agressividade, dor e uma fita branca. Domingo, no Alto da Glória, todos de branco pela paz, pelo amor contra a agressividade e chega de dor.
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