Confabolando
A verdade é esta: estávamos todos esperando passar o jogo contra o Avaí para de fato, e de direito, pensarmos na Copa do Brasil. Na Ressacada, jogo complicado e que no final das contas, não deixou de ser um resultado interessante. Preocupante pelo fato de seguiremos sem vencer, mas alentador por ver mais uma vez a raça e o comprometimento dos atletas em representar uma nação.
Agora acabou. Sai o Brasileirão e entra a Copa do Brasil. Mas o buraco é mais embaixo, é lá no fim do País, em Porto Alegre. Iemanjá, que é rainha das águas, poderia tirar férias e instalar-se no Beira Rio a mando dos deuses para nos ajudar. Se até de um tempo para cá, nos momentos dificeis o sobrenatural de Almeida também não nos faltou, poderiam os dois acompanhar o jogo lado a lado.
Não teremos Marcelinho Paraíba, o Leônidas Alviverde. Mas teremos o inteligente e rápido Marcos Aurélio . Eles também não terão o leão argentino e aí pode aparecer o Reinatinho. Com toda a habilidade que a vida lhe deu, terá mais espaço para jogar. Sandro, é bom, mas lento. No lugar do argentino, estará Andrezinho, o herói da classificação gaudéria. O time jogará mais adiantado e o espaço sobrará para ele, Renatinho.
Mas será que lá no Rio Grande do Sul conhecem nosso menino prodígio? Felizmente, por enquanto, eu creio que não. Até imagino a cena: "Tite, parece que o René vai escalar um tal de Renatinho no lugar do Marcelinho", diz um assessor. "Renatinho? Hmmmmm...", pensa o técnico dos colorados.
Esta situação me remete ano de 1931. O Coxa treinava para um AtleTiba. Um garoto de 16 anos, chamado José Fontana estava atrás do gol assistindo a preparação do Cori. Aliás, ele já era figura conhecida, pois sempre acompanhava os trabalhos nesta posição, mascando capim. Como o goleiro estava demorando para aparecer, ele foi chamado para compor a equipe. "O Rei dos Vagabundos, entra aí no gol só para fazer número", gritaram.
O menino entrou e fez milagres. Ninguém acreditava no que via. A boa impressão foi tanta que testaram Fontana em mais oportunidades. A mesma capacidade. Fontana, tinha talento. Jogou o clássico e o Coritiba venceu por 1x0 com uma atuação mágica do goleiro, de um jovem que despontava para o futebol. Rei, como ficou conhecido, foi um dos grandes goleiros que passaram pelo futebol paranaense. Quem o viu jogar, garante. Se o Rei Fontanna, aos 16, Tutankamon, também aos 16, Pelé com a mesma idade, entre outros despontaram jovens para a majestade, significa que o mundo está aberto para novos reis.
Pois pode ser a hora de um novo Rei, este um pouco mais conhecido, despontar para o futebol brasileiro. Reinatinho, esta é sua chance. O menino de ouro do Alto da Glória. Assumirás o lugar do majestoso Marcelinho e podes elevar uma nação a maior potência. O jogo é teu, o sucesso é nosso e a festa é de todos.
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