Confabolando
Esta é a pergunta que me fiz após a maior pena já aplicada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) a um clube. Dez jogos longe do Couto Pereira, durante a Série B, mais uma multa de R$ 100 mil, que no entendimento do presidente em exercício do tribunal, Virgílio Val, não poderia ter acontecido. Ou um, ou outro.
Cheguei a uma conclusão irrevogável. O Coritiba é gigante. Enorme, do tamanho do amor que tenho por esta instituição. Sim, amor, que é maior que a paixão. Como explicar que depois de tudo o que aconteceu no Couto Pereira, no trágico dia seis de dezembro de 2009, rebaixamento, agressões, vandalismo, banditismo, depois de tudo isso, continue amando cada vez mais o nosso Coritiba?
Pouco me importa o que dizem por aí. Menos ainda a campanha desenfreada de torcedores dos rivais em um autofagismo já perene na sociedade paranaense. Me parece que mais vale ter 1 e o vizinho nada, do que ter dois e o vizinho também dois. Melhor do que estar bem é ver o outro mal. Aquele sorriso, de canto de boca, ao falar sobre a nossa pena.
Mas nada disso me importa. Assim como a campanha orquestrada para que o torcedor comum, aquele que ama o Coritiba, pague o preço de uma administração que durante dois anos só fez sofrer quem de fato é razão do clube ser. Assim como algumas dúzias de vândalos que transformaram o ano do Green Hell, uma das festas mais bonitas já vistas em estádios de futebol, no ano do vandalismo.
Muito menos o silêncio da maioria que durou três meses transformar-se em agitação a dois dias antes do julgamento. O Coritiba e seus torcedores que aprendam a lição. Precisa depender única e exclusivamente dele e de seus fieis seguidores, desta forma nunca estará só. É com isso que podemos e vamos contar.
Não vou discutir aqui o mérito da pena, a maior já aplicada. Não vou comparar com outros casos. Isso, agora, pouco me importa. O que me importa é o meu amor pelo Coritiba. Amor que veio do meu avô, passou ao meu pai e segue vivo em mim. Amor que é repassado de geração por geração e que une tantas famílias, amigos, namorados, maridos e mulher, pais e filhos. Em cada um de nós o Coritiba é gigante. Cantamos, gritamos, choramos e sorrimos. Uma velha e eterna infância.
Se no cenário nacional ele está se apequenando a cada má gestão que desgasta e maltrata o clube, aí sim me importa. Mas não afetará o seu tamanho em meu coração. Ele é e continuará sendo gigante. Agora, a todos que amam de fato o Coritiba, aqueles que jamais seriam capazes de chutar uma cadeira sequer que fosse em sua casa, os meus respeitos e um pedido: vamos levantar, sacodir e dar a volta por cima. Aos dirigentes e jogadores, um conselho: trabalho, trabalho, muito trabalho e seriedade, muita seriedade.
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