Confabolando
Chorei
Não procurei esconder
Todos viram, fingiram
Pena de mim não precisava
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava
Pouco mais de um ano atrás compartilhei com vocês um texto intitulado "A chuva". Ele trazia reflexões sobre o fato de logo após o término da partida contra o Vasco da Gama uma chuva ter caído sobre Curitiba. Uma parábola sobre a limpeza que aquela chuva trazia para o Coritiba, limpando o passado e iniciando uma nova plantação.
Nesta noite de quarta-feira, passado um ano, um mês e cinco dias, embora não pareça, muita coisa mudou no Coritiba. Assim como meu sentimento com relação clube. Hoje vou dormir amando ainda mais o nosso Coxa. Um clube que novamente foi valente, com uma torcida maravilhosa e que forma uma instituição centenária, ligando milhares de pessoas. Isso é fazer parte de uma tribo, compartilhar emoções, unir a voz e ir ao mesmo templo.
A perda do título é resultado de um conjunto de fatores. Os gols imperdíveis em Barueri e a desastrosa arbitragem de Wilton Pereira Sampaio são alguns deles. Mas se novamente o título foi perdido em um jogo fora de casa, a postura foi diferente. Desta vez, o Coxa não jogou retraído como na primeira final e foi extremamente agressivo em ambas as partidas.
Com isso tudo quero dizer que o Coritiba está aprendendo a novamente a figurar entre os grandes. Erros causados pelo nervosismo como a caricata jogada de Everton Costa e Gil, ou ainda o gol perdido por Júnior Urso, também fazem parte deste processo. A derrota, como não poderia deixar de ser, deixa sequelas no torcedor. Estranho seria se fosse diferente. Mas o Coritiba a cada dia que passa está mais maduro.
Já nesta noite a dificuldade em ver o título escorrer pelos dedos no caso de apenas um gol sofrido, que infelizmente aconteceu logo após o primeiro gol do Coxa. Alia-se a isso o ferrolho de Felipão que é capaz de truncar - na pior concepção da palavra - um jogo como ninguém.
Mas o Coritiba, hoje, pode dizer que levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima. Não tenho dúvidas que o Coxa a partir desta sexta-feira já terá capacidade total de voltar ao Campeonato Brasileiro. Se uma luta por uma vaga na libertadores parece um pouco distante neste momento, sobretudo as dificuldades já verificadas no plantel, ainda temos uma Sul-Americana pela frente.
O Coritiba, que chegou a ser colocado como um dos novos times copeiros do Brasil por jornalistas do eixo, tem plenas condições de novamente ir longe neste tipo de competição. Sobretudo pela característica que está sendo criada de jogo, personalidade e torcida.
O Coxa vai seguir levantando, sacodindo a poeira e dando a volta por cima!
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