Confabolando
Buscar na insônia uma motivo para dormir não é fácil. Todavia, motivos para ficar acordados não faltam. Principalmente no que diz respeito ao Coxa.
A ansiedade tem tomado conta de boa parte dos Alviverdes. Difícil entender o que se passa em nosso inconsciente. Todos sabemos das dificuldades para levarmos mais uma vez o caneco, sobretudo as impostas pelo treinador anterior que nos levou a resultados que hoje nos cobram a conta, assim como as idas e vindas do regulamento. Suas normativas quebraram o senso comum de que o único campeonato, até então, em que um time disputa todas as partidas em sua casa fosse a Copa do Mundo. Se somarmos a isso os dois pontos extras, além do absurdo critério de desempate, não lembro nenhuma vantagem semelhante.
O lado curioso disso tudo, é que a obrigação de título trocou de lado. A goleada por 4x2 apenas reforçou esta situação. Gente que dizia que iria "carimbar o centenário" hoje sabe uma possível faixa já está quatro vezes carimbada. O panorama, de qualquer forma, foi todo invertido. Um pesadelo para eles.
Entretanto, acreditamos no improvável. Talvez dormir neste momento até seja mais fácil que o título ficar no Couto Pereira. Mas a improbabilidade dos resultados favoráveis, a falta de critério estatístico e de segurança para uma análise definitva são coisas que somente o futebol nos proporciona. Este é justamente um dos nossos estimulantes inibidores de sono. Mas mais do que isso, neste domingo, teremos a oportunidade de saudar um dos mitos da história recente do Coritiba: René Simões. O técnico que se emociona a vencer um AtleTiba, o seu primeiro como técnico, aliás. Aquele que conclama a torcida que nunca abandona para apoiar um time de alma guerreira. O autor do livro sobre o sonho do retorno a série A em 2007. A possibilidade de revê-lo, aliada a vontade de dizer que este é o espírito que esperávamos ainda soma-se a esperança do improvável, já que nada é impossível para o Coritiba. E tome sinapses.
Mas além de tudo isso, no domingo, estaremos lá para novamente reafirmar que nunca abandonaremos o Coritiba. Saudaremos um time guerreiro, independentemente do resultado. Receberemos de braços abertos um dos nossos, um Coxa de coração. Juntos festejaremos o nosso centenário, da nossa maneira, diariamente e aproveitando cada momento como ressaltou René. Veremos alguns jogadores de grande qualidade técnica, como Marcelinho Paraíba. Mas todos eles com a garra e disposição exigida para trajar nossas cores.
Todo este descritivo me aproxima cada vez mais da insônia. A probabilidade de dormir diminui pela espera de domingo. Mudar este panorama, apenas se sonho fosse futebol e se ele começasse no domingo e não terminasse nunca mais.
Caso tudo dê certo, mais uma noite mal dormida e de pouco descanso. É o que espero. Mas caso o pior aconteça, dormiremos tranquilos sabendo que dentro do Major Antônio Couto Pereira todos voltaram a fazer sua parte. Mas esta será a primeira soneca de uma longa noite que temos pela frente, em vários sonhos por competições de maior porte. Enquanto relaxamos, a diretoria dormirá de olhos abertos para garantir reforços em nosso crepúsculo, até que novo sol verde nasça no horizonte, iluminando o caminho das vitórias e uma trajetória de glorias correspondente a centenária história do Coritiba em um ano tão diferenciado.
No domingo, 03 de maio, o "Dia Internacional do Sol", seremos um só.
“Lá no alto de tantas glórias
Brilhou, Brilhou um novo sol
Clareando com seus raios verde e branco
Encantando o país do futebol"
Sempre ao teu lado Coritiba.
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