Confabolando
Uma parcela pequena da torcida trucou e Marcelinho levantou para seis. Não vou fazer juízo de valores sobre a atitude, mesmo que parcialmente isolada, de um pequeno grupo de torcedores. Mas faço uma pergunta: o quanto isso contribuí para o clube?
Há pouco tempo vestiam a camisa 9 do Coxa jogadores como Alberto, Sinval, William Batoré, entre outros que pouca saudades deixaram. Quando contratado, Marcelinho chegou a ser taxado de "reforço para torcida buscar no aeroporto". Desde então se destacou, jogou com raça, declarou seu carinho pela instituição Coritiba e pela torcida. A sinergia ainda é perfeita. Não esqueçamos que Marcelinho teve participação fundamental no primeiro gol, ao dar uma linda assistência para Rômulo em uma bela troca de passes do ataque Coxa-Branca.
Do outro lado torcedores que pagam seus ingressos (ou são sócios), compram produtos oficiais e ajudam a divulgar as cores e a tradição do centenário Coritiba, imagino eu. Embora não haja, repito, não há qualquer instrumento que possa medir quem torce mais ou menos para um time, todos nós somos iguais. Portanto não nos cabe discutir quem é mais ou menos torcedores. Mas não consigo ver uma contribuição clara ou resultado positivo neste tipo de manifestação.
Para Marcelinho, que ele fique com a festa da torcida para seu capitão e a frase de Julinho Botelho, em que em 1959 recebeu a maior vaia da história do Maracanã. Ao entrar em campo pela seleção brasileira contra a Inglaterra, o ex-jogador que brilhou na Fiorentina ouviu de Nilton Santos: "Vai lá e faz eles engolirem essa vaia". Ele precisou de dois minutos para fazer o primeiro gol e depois ainda deu a assistência para o segundo gol brasileiro. A frase dele, após o jogo, foi esta: “De que maneira poderia replicar às vaias? Confesso que fiquei estupefato com os apupos. Natural que preferissem Garrincha. Vaiar-me porquê? O público esquece depressa, de certo já não se lembrava de mim. Pois tudo que fiz contra os ingleses foi reavivar a memória do público. De resto, tudo bem: o público acabou fazendo as pazes comigo”. Justas ou não, a melhor forma de acabar com as vaias é com resultado dentro de campo. Foi isso que Julinho Botelho e Marcelinho fizeram.
Para os torcedores, fica a reflexão. Com craque não se brinca e se levantarem para nove, tenho certeza que Marcelinho chamará para doze. E acredito que se eu e boa parte da torcida tivermos que escolher se quem fica em casa é o capitão do Cori ou uma dúzia de torcedores, a resposta será fácil. Afinal, ele é o dono da bola no Coxa.
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