Coração Verde e Branco
A primeira semana de 2014 se tornou muito interessante com a entrevista do vice-presidente de futebol do Coritiba, Paulo Tomaz de Aquino.
Durante o tempo em que conversou com o jornalista Osmar Antonio, Aquino apresentou o cenário para o Coritiba em 2014, com passagens sobre não fazer loucuras em contratações, reduzir custos e valorizar a base.
O discurso me parece cansado e atrasado, se a situação financeira hoje está complicada é porque o dinheiro foi gasto de forma errada ontem. Se em 2011 tivemos excelente contratações, o mesmo não se pode dizer de 2012 e 2013, onde foi dado carta branca (e cheque em branco) para uma pessoa fazer o que quisesse, e aí vieram os bondes que hoje temos que dar um jeito de despachar para reduzir a folha de pagamento, e nosso abismo financeiro. O detalhe é que ninguém quer os bondes, até porque o salário deles é muito alto e o custo x benefício nem de longe compensa o investimento. No mercado financeiro chamamos de mico, no nosso caso, mico$.
Trazer jogadores que se enquadrem em nossa política financeira é algo que eu escuto desde que o Evangelino deixou de ser presidente, obviamente que de lá para cá o futebol mudou muito e qualquer piá da base de hoje tem salário maior do que muito executivo, sendo assim, tenho que assumir que todos que estão no elenco ou passaram pelo Coritiba nestes últimos anos estava dentro da política financeira, certo? Isso sem contar com os baratinhos que foram enganados pela cigana e que algum cabeça de bagre resolveu trazer para o Coxa. Quanto a estes baratinhos duas observações:
a) Os baratinhos se acumulam e acabam custando caro;
b) Os baratinhos eliminam as chances de nossos atletas de base aparecerem, até porque, na maioria das vezes eles tem idade para atuar nas categorias de baixo.
Gostei muito da parte em que Aquino falou sobre utilizar a base, mas vamos esmiuçar um pouco esse tema...
Se a situação financeira está complicada, melhor usar o que temos em casa, sai muito mais barato que um medalhão, evita custo extra e se o garoto der certo pode ser negociado por um bom valor e nos ajudar a sanar nossas dívidas (PAUSA PARA REFLEXÃO).
Nesta semana surgiu a informação de que o Roma da Itália estaria comprando o lateral Abner por R$ 16 milhões, o que considerei uma boa negociação, porém, se meu italiano não estiver muito ruim, existe ainda no texto a informação de que tudo estaria acertados com os empresários do atleta (sim no plural), faltando apenas negociar os 10% restantes com o Coritiba, ai foi-se o boi com a corda parceiro, nosso lucro por um lateral da seleção de base da CBF ficaria em R$ 1,6 milhões, negócio péssimo. Temos que considerar que hoje o piá tem 10 anos e um empresário na cola dizendo que ele será o novo Pelé, este aliás, o criador da lei que acabou com o propriedade do jogador para o clube e gerou um terceiro elemento, o empresário, figura que agem em benefício próprio e que em nada se importa com o clube. Muito obrigado Pelé por mais essa jogada de “jênio” (sic).
(VOLTANDO AO ASSUNTO): investir na base é excelente e necessário, mas temos que ter cuidado para não queimarmos nossa piazada. A torcida do Coritiba é muito exigente e isso vai ser um complicador caso algum deles não renda o esperado.
Tenho certeza de que temos bons valores relacionados para o inicio do Paranaense: Victor Brasil, Bonfim, Djair, Calyson, Luisinho, Primão, José Rafael, Bartola e Raphael Lucas são os nomes onde deposito maior confiança, além é claro de acreditar na recuperação do artilheiro Keirrison, mas entre acreditar que os piás do Coxa podem dar conta do recado e isso realmente acontecer são coisas diferentes. Somente a título de ilustração gostaria de citar a equipe do Santos de 2013, sem estrelas e com vários jogadores da base atuando entre os titulares. Não levou 5 rodadas para a torcida que exigia a utilização dos menino da vila começar a pedir a cabeça de alguns e clamar por reforços de peso, paradigma complicado, não? A pergunta que fica é: nossa torcida, que desde 2012 reclama pelo mau uso da base vai ter paciência com nossos piás do Couto?
O fato de termos bons valores na base não nos dá a garantia de que teremos um novo craque, vamos citar apenas Castor, tido como o substituto de Alex e Ricardo Malzoni que chegou a atuar nas categorias de base da Seleção da CBF e desapareceu (vamos esquecer o que houve e focar no fim). Pegando um exemplo mais recente chegamos ao Jean Chera, tido como o novo Neymar. Esse menino tinha tudo para ser um ótimo jogador, não digo um craque, mas um ótimo jogador, o detalhe é que o pai dele, o qual dizem ser mais chato que mãe de miss, resolveu exigir para ele, um salário de R$ 100 mil reais mais luvas de R$ 1 milhão, isso aos 16 anos, sem ele ao menos ser profissional, com uma negativa, ele foi para a Itália, ficou 6 meses e não jogou, depois Flamengo, mais seis meses e nada, a.paranaense onde seria utilizado no tal do sub-23, mas acabou indo para o sub-17, por último foi para o Cruzeiro e novamente foi dispensado após 3 meses. Bom, agora o candidato a craque, que falava em disputar a Copa de 2014 procura emprego, espero que ele tenha estudado porque eu acredito que esse “não vai da jogador”. Complicado esse mundo da bola, não é mesmo? São muitas as variáveis e atenuantes que vão decidir se o jovem atleta vai ou não “dar jogador”.
Quem manda em quem?
Essa semana surgiu ainda a informação de que La Pulga, Raúl Ruidíaz decidiu que não volta ao Brasil, apesar de sua passagem apagada e sem saudade, ele foi muito bem no Peru este ano, não que o futebol peruano seja referência para algo, mas daí a ele decidir que não volta são outros quinhentos. O Coritiba é dono do passe e ele tem contrato até 2015, sendo assim, gostaria de saber: estamos recebendo pelo empréstimo? Afinal pagamos pelo atleta, se não estamos usando mas tínhamos interesse em usar então temos que receber uma compensação por isso, certo? O cara não pode simplesmente dizer: “hola jefe, me quedaré acá por um año más, me encantó la ciudad y el equipo, vale?” e a gente aceitar passivamente, fora isso, não me lembro de ter lido nada sobre receber algo pela renovação do empréstimo.
Agarre sua chance
Iniciaremos o ano onde podemos nos tornar pentacampeões estaduais com nossa equipe de juniores, a grande maioria deles teve pouquíssimas, ou nenhuma chance como profissional e necessitarão muito de nosso apoio, é dali que pode surgir um novo Rafinha, um novo Adriano, quem sabe até um novo Alex, é a chance da vida deles, todos esperaram a vida toda por isso, agora cabe a cada um deles aproveitar e fazer por merecer. A linha entre se tornar jogador profissional ou ter que tentar iniciar a vida longe da bola é muito tênue e as chances não são muitas, vide o Jean Chera.
Força piás do Couto, estamos com vocês.
Saudações Sempre Alviverdes.
Pedido de ajuda
Galera, a patroa autorizou a colocar uma foto da equipe campeã brasileira de 1985 na parede da casa, mas para isso, preciso de uma foto com boa qualidade, se alguém tiver essa foto e puder me mandar no e-mail agradeço muito.
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