Coração Verde e Branco
Muito tem se falado sobre pensamento vencedor. A discussão iniciou com Alex, mas Deivid e outros atletas mais experientes da equipe já tocaram no tema, sempre focando em títulos, apresentando nossas dificuldades, mas mostrando a importância de acreditar.
Mas afinal, o que é o pensamento vencedor? Para mim, a melhor resposta sobre o assunto foi a que ouvi de Clarence Seedorf, meio campista multicampeão, nascido no Suriname e naturalizado holandês, que atualmente joga pelo Botafogo/RJ.
Após a vencer a Taça Guanabara (primeiro turno do campeonato carioca), um repórter questionou Seedorf sobre a importância de seu primeiro “título” no Brasil e pelo Botafogo. O holandês, do alto de sua humildade, disse que sabia que aquele título não valia muito, que o importante mesmo seria vencer a final do campeonato contra quem ganhasse a Taça Rio (segundo turno do campeonato carioca), mas que um time para ser campeão tem que formar uma mentalidade de campeão, se acostumar com títulos, mesmo que de menor expressão, para então, após formada a mentalidade, ter a maturidade para voos mais altos.
É importante lembrar que o Botafogo costuma ganhar um dos turnos do Campeonato Carioca, porém, tem fama de pipocar na decisão.
O que tudo isso tem a ver com o Coritiba? O Coritiba nem de perto tem fama de “amarelão”, sempre que chegamos às finais costumamos levar, obviamente tivemos nosso período negro, mas ele já ficou lá pra trás. As duas Copas do Brasil que perdemos ou foram roubadas ou foram vergonhosamente roubadas, então...?
A torcida do Coritiba é uma das mais exigentes do Brasil e nossas últimas campanhas têm deixado em nossa boca o gostinho de quero mais. Ficamos engasgados com aquele grito de campeão ainda mais alto. Essa sensação de bater na trave duas vezes parece que deixou um buraco em nosso coração verde e branco. Eu mesmo larguei minha vida aqui em Santos e fui para as duas finais em Curitiba. Do fundo da minha alma, nas duas finais eu acreditava voltaria para casa com a faixa no peito.
Pessoalmente, me decepcionei com as comemorações de nossos dois últimos títulos estaduais. Sagramos-nos tricampeões paranaenses e em seguida t37ra, mas eu não ouvi a comemoração com o entusiasmo dos dois títulos anteriores, ou ainda, dos muitos outros que eu já presenciei. Onde foi parar aquela loucura toda? Será que essa impressão foi só minha? Eu comemorei muito, mas e você?
É claro que quero títulos de maior expressão. É claro que quero ser campeão brasileiro, da Copa do Brasil, da Sul-Americana, da Libertadores e do mundo, mas também quero o Campeonato Paranaense. Um time deve se formar vencedor, ganhar o campeonato regional, fazer boas participações em torneios e campeonatos maiores, conquistar vagas para torneios internacionais de grande expressão, vencer campeonatos e torneios maiores, vencer campeonatos e torneios internacionais, e por aí vai.
Não adianta montar um super time, vencer o Campeonato Brasileiro, se endividar e lutar para não cair no ano seguinte. Um time que queima etapas será um vencedor de ocasião, quase um vencedor acidental, e não um grande campeão, aquele que está sempre ali, brigando na ponta por mais uma conquista. Esse é o nível que eu sonho para o Coritiba e tenho certeza que é esta a meta da diretoria, mas isso leva tempo, e para um clube que não tem a receita dos preferidos da mídia, o processo é mais ou menos como o do plantio, temos que semear nosso nome pelo mundo afora, ganhar notoriedade, respeito, dinheiro e, aí sim, os títulos vêm, o Fernando Schumak, também bloqueiro aqui do Coxanautas fez um texto muito bacana chamado A efemeridade de um título, que abordava parte deste pensamento, vale a pena ler.
O primeiro passo para sermos o grande campeão que queremos é sintonizar nossos pensamentos. Quando todos, atletas, comissão técnica, diretoria, funcionários em todos os níveis, torcedores e imprensa, verdadeiramente se unirem em prol de um bem maior, que é única e exclusivamente o Coritiba, então atingiremos o mastermind e aí, meu amigo, esquece, porque nenhum clube poderá nos fazer frente.
No entanto, o que encontramos hoje? “Torcedores” que querem que a Revolução fracasse, membros do conselho que querem que o ano seja ruim para poderem dizer que estavam certos e que o candidato deles é melhor, uma federação que não tem força para nada e os poucos esforços que faz são para favorecer nosso rival e principalmente uma imprensa medíocre que há vários anos tenta criar uma holografia da força do time das terras baixas em detrimento da verdade, ou seja, o fato de que o grande do Paraná somos nós.
Amigo torcedor, valorize cada vitória, cada título. Lembre-se sempre que um campeonato só não vale nada para quem perde, pois para quem ganha, ele traz um prêmio, um troféu para dar a volta olímpica, festa na arquibancada, e em nosso caso, a manutenção da hegemonia do Estado.
Depois da porcaria da Copa das Confederações, nosso amado Coritiba voltará ao batente, com ou sem reforços, e não poderia existir melhor ocasião para continuar a Revolução do que uma partida contra um dos queridinhos da mídia e depois encarar nosso arquirrival. Vamos utilizar estas partidas para reforçar nossa superioridade e ajudar Alex a estruturar o pensamento vencedor do Coritiba. Mantenha essa ligação mental com o clube, motive seus familiares e amigos, ajude a atingirmos o mastermind.
Esta manhã li que o Diretor de Marketing do Coritiba, Paulo César Verardi, está preparando um pacote para os fãs de Alex que moram na Turquia, inclusive com direito a assistir a jogos e a receber uma camisa oficial autografada pelo Menino de Ouro do Alto da Glória. Teremos ainda uma grife com produtos do Alex.
Tanto eu quanto outros blogueiros do Coxanautas já tínhamos sinalizado que poderíamos e deveríamos investir na divulgação do nome do Coritiba na Turquia, utilizando Alex como uma espécie de embaixador. Pois bem, pelo jeito alguém atendeu nossos apelos. Ponto para o Marketing, porém, para mim ainda fica uma pergunta: quando é que os torcedores de Curitiba ou de fora da cidade terão direito a uma sessão de autógrafos? Essas sessões são sempre realizadas em dias de semana para não prejudicar os treinamentos, então, por que não aproveitamos a pausa da Copa das Confederações? Quer mais uma dica? Venda as camisas com o autógrafo e cobre um pouco mais por isso. Algo parecido já foi feito com o time de 2009 e foi muito bem aceito. O marketing melhorou muito, mas agora temos que atender os torcedores da capital e também os que moram longe. Lembre-se que temos potenciais sócios por todo o Brasil, mas acredite, não é fácil fisgá-los sem uma boa isca.
Saudações Sempre Alviverdes.
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