Coração Verde e Branco
19 de fevereiro de 2014;
Coritiba x J. Malucelli
45’ do primeiro tempo; Pênalti para o Coritiba.
Alex recebe a bola de Deivid, ajeita na “marca da cal” e aguarda o apito do árbitro. Uma multidão de Coxas Brancas no Couto Pereira e no mundo todo aguardam ansiosamente aquela cobrança; partiu o capitão...
É GOL! Gol 413 de Alex!
No decorrer da partida Alex ainda chutou, driblou, deu passes magistrais, colocou seus companheiros na cara do gol; mas o placar não foi mais alterado; a vitória tinha que vir com gol dele. Tudo isso é rotineiro para a torcida do Coritiba, mas aquela noite foi especial, uma noite festiva, nosso Menino de Ouro completava 1.000 jogos em sua carreira.
Poucos foram os meias que alcançaram a marca de 400 gols. Quantos foram os jogadores que tiveram a benção de alcançar a marca de 400 gols e depois, mesmo tendo atuado por várias outras equipes, atingir a marca dos 1.000 jogos vestindo a camisa de seu time de coração? Isso não se mensura, não há como comprar, nem como pagar, nem para ele como profissional, nem para nós como torcedores e fãs.
Deve ter sido indescritível a emoção de marcar o gol da vitória na partida em que festejava seus 1000 jogos sabendo que nas arquibancadas estavam sua esposa, filhos, familiares, amigos e ainda uma infinidade de torcedores, todos loucos para que ele desse o toque final à festa. Quanto isso vale para ele? E para nós? Impossível valorar.
Quando estreou pelo Coritiba em 1995 aos 17 anos frente ao Irati, logo se percebeu que estávamos diante de um jogador diferenciado; não era um menino veloz, mas pensava o jogo; e assim foi em seus dois anos de Coritiba, todos sabíamos que tínhamos uma joia nas mãos, mas vivendo uma das piores crises que o Coritiba enfrentou até hoje, foi vendido para a Parmalat para vestir a camisa do Palmeiras.
Em sua última partida pelo Coritiba, na final do Campeonato Paranaense de 1997, após a derrota por 1x0 para o Paraná Clube, Alex foi as lágrimas, me lembro daquele menino, que encostado a trave do gol de fundos chorava copiosamente. Chorava porque ia embora do clube de seu coração sem conquistar nenhum título como profissional, chorava porque queria entrar para a história como um dos melhores jogadores do mundo, mas não estava deixando um legado digno de seu futebol marcado na história do clube, chorava porque sabia que levaria muito tempo para voltar para casa.
À torcida Coxa Branca ficou o alento de ver Alex jogar e ser multicampeão, Palmeiras, Flamengo, Cruzeiro, Parma, Fenerbaçe, Seleção Brasileira... Foi ídolo por todos os clubes por onde passou, menos no Turquia, lá ele era rei, talento reconhecido com uma estátua de bronze em tamanho natural em frente ao estádio, e uma verdadeira vigília de torcedores inconformados com seu adeus, despedida esta antecipada pela vaidade de um treinador que conhecendo a qualidade de nosso Menino de Ouro, não o deixaria bater um recorde que lhe pertencia. Ótima notícia para os torcedores Coxas Brancas.
Alex decidiu jogar no Coritiba por amor, tinha propostas financeiramente muito mais interessantes, mas quanto vale jogar em seu time do coração e encerrar sua carreira ali? Quanto valeria para ele finalmente conquistou seu primeiro título profissional pelo Coritiba? Campeão Paranaense, artilheiro, melhor meia e craque do campeonato, sem dúvidas um retorno em alto estilo.
Obrigado Alex!
E aí departamento de marketing?
Será que alguém no marketing cogitou em vender camisas modelo 1 do Coritiba com o patch da partida, número 1000 em verde e o #Alex1000 nas costas? Eu compro uma, vai ficar linda na minha coleção.
Saudações Sempre Alviverdes.
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