Coração Verde e Branco
Começou o Campeonato Brasileiro 2013. Cercados de dúvidas e desconfianças por parte da torcida, encaramos a primeira das 38 partidas a serem disputadas neste torneio.
Tendo como meta a classificação para a Copa Libertadores da América, o Coritiba entrou em campo para enfrentar o time da moda, o perigoso A. Mineiro.
O Galo veio à Curitiba com alguns desfalques, entre eles, Jô, Ronaldinho Gaúcho, sua maior estrela, e o incassável e ainda xodó de grande parte da imensa Nação Alviverde, Leãodro Donizete.
Mesmo com os desfalques, o time do A. Mineiro é extremamente perigoso, um time com Vitor, Réver, Pierre, Bernardo, Diego Tardelli, Luan e Alecssandro não pode nunca ser desprezado. Ou seja, logo de cara, pegamos uma carne de pescoço para provar nossa capacidade.
O Coritiba entrou em campo com o que tem de melhor. Sem poder contar com o endiabrado Rafinha, Marquinhos Santos entrou com o angolano Geraldo, que vem se destacando desde as finais do Paranaense e hoje novamente barbarizou prá cima da zaga mineira que vai ter pesadelos com o Hermenegildo.
O mais importante a se destacar na partida foi a boa presença de torcedores e pricipalmente, o apoio dado ao time. Excetuando-se a meia dúzia que resolveu apupar o Vanderlei, o restande, a grande maioria empurrou o Coxa prá cima do Galo os 90 minutos.
Considerações da partida:
Júnior Urso chega muito na frente do gol, mas infelizmente ele é tão útil na frente quanto uma focinheira para um poodle. Seria muito interessante se ele tivesse um treinamento direcionado à conclusão a gol. Quem sabe assim Júnior Urso possa se tornar a peça surpresa que Marquinhos Santos está tentando.
Vanderlei: O Coritiba possui o melhor preparador de goleiros do Brasil, Carlos Pracidely, mas Vanderlei constantemente se ajoelha para tentar um golpe de vista e ultimamente tem tido falhas grotescas, as quais estão colocando em xeque sua credibilidade. Algo tem que ser feito urgentemente, Pracidely precisa apertar expediente do Vandeco.
Deivid: o cara é um 9 matador no estilo clássico, teve duas chances na partida e guardou uma. No primeiro tempo não recebeu uma bola em condições de chutar ao gol, com isso, constantemente saiu da área, buscando abrir espaços aos companheiros. Em minha opinião, a torcida precisa ter um pouco de paciência com ele. O cara que dribla todo mundo e faz o gol é o Neymar e ele não joga no Coxa. O Deivid, para marcar, precisa que a bola chegue nele em condições. Vamos analisar um pouco a partida antes de reclamar para não chorar depois, e isso é sério, podem acreditar.
Torcida: eu ia fazer um texto direcionado ao assunto logo depois da partida contra o Nacional, mas resolvi aguardar pelo comportamento nesta partida, e não me decpcionei. Muita gente cobra pelo retorno do Time da Alma Guerreira, mas para mim a existência do Time da Alma Guerreira está diretamente linkado à Torcida que Não Abandona, coisa que não vinha ocorrendo ultimamente. A Torcida que Nunca Abandona não vaiava o time durante a partida, a Torcida que Nunca Abandona não grita olé pelo time adversário. A Torcida que Nunca Abandona apoia os 90 minutos, custe o que custar. As cobranças vêm antes ou depois da partida (quem não se lembra do famoso “FORA ANTÔNIO LOPES”).
Na semana passada muita gente criticou o fato da torcida do Coritiba não ter sido citada entre as 10 que mais apoiam o time. Agora, de cabeça mais fria, depois da partida contra o Nacional, você realmente considera que nossa exclusão foi tão injusta assim?
Quando eu era pequeno, logo quando meu pai começou a me levar no estádio, não sei porquê, mas uma meia dúzia de bobos alegres começaram a vaiar um jogador, pegavam no pé no cara incansavelmente. Eu, empolgado, entrei na onda e nessa eu recebí de meu pai a lição mais legal que poderia ter em um estádio. Meu pai, do alto de seus incríveis 1,56m, me pegou pelo braço, me olhou nos olhos e disse firmemente: “é o seguinte, aqui fica a torcida do Coritiba, se quiser vaiar eu te levo do outro lado”. Eu até tentei argumentar, utilizando toda minha sabedoria e conhecimento adquirido em meus, sei lá, 6 ou 7 anos, mas ele logo me explicou que eu não precisava fazer o que todo mundo fazia, e que nem tudo que todo mundo faz era correto.
Levo esse ensinamento até hoje. Daquele dia em diante, nunca mais xinguei ou vaiei um jogador que fosse. Durante a partida, incentivo os 90 minutos. Depois a conversa pode ser outra, mas nunca durante, e não tem nada que me deixe mais chateado do que o que ocorreu na partida da última quarta-feira.
Tenho certeza de que muitos dos torcedores que vaiaram, são os mesmos que cobram chances aos piás da base, mas como vocês acham que entrar e ser vaiado repercute na cabeça deles?
Eu não trato o acontecido como fato isolado. Na última partida do Campeonato Paranaense deste ano, logo após o gol do time das terras baixas, dois caras atrás de mim começaram a xingar incansavelmente Vanderlei e Escudero. Depois de umas duas olhadas para trás, meu pai me segurou pelo braço e disse: “deixe esses troxas prá lá, daqui a pouco a gente vira e você vai ver o que acontece”. Não deu outra, no final da partida gritavam o nome do zagueiro como se fossem fãs de carteirinha, e meu pai ria, ria como uma criança.
Hoje, na partida contra o Galo, a Torcida que Nunca Abandona esteve novamente presente, ressucitou o Time da Alma Guerreira, e a sinergia resolveu a partida em nosso favor. Eu não tenho dúvida nenhuma que os gritos de COOOOXAAAA, COOOOXAAAA, COOOOXAAAA, no fim da partida, foram o combustível que deram ao time o gás final para garantir nossa vitória.
Não tem segredo, amigo, não tem jeito. QUANDO A TORCIDA COXA COMPRA A BRIGA E ENTRA JUNTO COM O TIME... PODE ESQUECER, QUEM CAIR NO COUTO, TÁ MORTO.
Finalizo o texto com um aviso aos adversários: a Torcida que Nunca Abandona está aqui, portanto, quando você entrar para jogar no Couto Pereira, deixe lá fora toda a esperança.
Sejam bem vindos ao Inferno Verde!
Saudações Sempre Alviverdes.
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