Coração Verde e Branco
Duas frases me chamaram a atenção ao final da partida contra o Paraná Clube: primeiro, Marquinho Santos se diz satisfeito com a evolução da equipe pela segunda vez consecutiva, sendo que também, pela segunda vez consecutiva, tivemos dificuldades para vencer nosso adversário no Campeonato Paranaense; depois, Alex, nosso menino de ouro, o camisa 10 contratado para ser nosso ídolo e maestro, declara que não está jogando nada perto do que pode.
Das duas frases acima, a que mais me preocupa é a proferida por nosso treinador, visto que, para mim, não é Alex que não está jogando nada, mas sim o time quase todo.
Sinceramente, não estou vendo evolução nenhuma. Temos sido muito bem marcados e nossa transição até o ataque está mais lenta do que “tchau de papa”.
Nossa dificuldade, em minha opinião, em grande parte tem sido gerada pela falta de qualidade (ou inexistência) do apoio dos laterais. Com a contusão de Victor Ferraz, as fracas atuações de Patric e Eltinho e o improviso de Escudero, que quando ataca deixa uma avenida nas suas costas, nossos homens de meio campo precisam se desdobrar para cobrir os ataques dos adversários não apenas pelo meio, mas também pelas laterais. Isso sem contar com a já conhecida fragilidade defensiva que temos apresentado desde o ano passado, problema esse que acaba estourando na conta dos zagueiros, mas que também tem origem no meio de campo.
Alex tem tentado dar movimentação ao time, mas precisa de um pouco de ajuda. Na partida de domingo, Robinho começou bem, se movimentou, buscou jogo, mas foi se encolhendo, encolhendo, encolhendo, até que conseguiu ser substituído por Lincoln, o que deixou nosso time ainda mais estático.
Outro ponto que para mim tem atrapalhado é a constante saída de Deivid da área. Contra o Paraná Clube, Alex pegou a bola e buscou o centroavante, mas este estava praticamente a 3 passos dele, buscando jogo. Deivid não é um armador, o negócio dele é botar a bola para dentro. Haverá partidas em que ele não tocará na bola, em outras, tocará uma vez, e se espera que, quando faça isso, marque o gol. A função dele é essa, no máximo tabelar lá na frente com um segundo atacante ou fazer a parede, mas armar jogadas não. Isso é trabalho do meio campo, que esse ano tem um dos melhores camisas 10 do mundo.
Para a partida contra o Nacional, no Couto Pereira, eu entraria com Vanderlei, Gil, Luccas Claro, Chico, Escudero, Willian Farias, Djair (Júnior Urso), Bottinelli, Alex, Arthur e Deivid.
Migrando Gil para a lateral, esta posição é fortalecida, porém, perde-se demais no meio de campo, onde ele, para mim, é titular absoluto. No entanto, acredito que Bottinelli possa ser o apoio que Alex necessita para fazer o Coxa andar, ou melhor, CORRER. Além disso, Djair tem se apresentado bem e pode cumprir a função de ligação antes realizada por Gil. Na frente, a contusão de Rafinha abre espaço para Azambuja, digo, Arthur, que também tem entrado bem e dado boa movimentação ao ataque, sendo que a meta do time, no meu entender, deve ser a de municiar o camisa 9 Deivid.
Com as recuperações de Dennis e Victor Ferraz para as laterais, Emerson na zaga e as estreias de Bottinelli e de Leandro Almeida, temos tudo para melhorar e engrenar. Essa é a teoria, mas a prática só o tempo vai comprovar.
Para nossa próxima partida, eu não pouparia os titulares, visto que nosso gramado é propício à prática de futebol, mas com certeza repensaria esta atitude para as partidas fora da capital.
Tenho lido muita gente dizendo que o time do Paraná Clube jogou melhor porque estaria mais entrosado devido ao tempo que jogam juntos, mas pergunto: o que mudou do Coritiba do fim de 2012 para o deste ano além da entrada de Alex e as contusões dos laterais?
Saudações Sempre Alviverdes.
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