Coração Verde e Branco
“Passamos o primeiro turno ajustando a defesa. Fizemos no primeiro turno um futebol burocrático, frio e calculista. Agora o Coritiba tem a obrigação de jogar mais”.
“É o último estágio de preparação da parte tática. Nós estamos começando a encaixar sistemas e peças. Na parte de preparação da parte ofensiva está sendo feita. Eu falei que isso ia durar até a segunda rodada do returno, que nós faríamos esses ajustes. Tudo está sendo feito dentro do planejamento. A partir daí, nós já começamos a formatar a equipe considerada titular, com padrão e continuidade para a estreia na Copa do Brasil”.
Nem preciso dizer que as frases acima foram ditas por Marquinhos Santos, técnico do Coritiba, mas ao fim da segunda rodada do segundo turno do Campeonato Paranaense, não consigo parar de afirmar que eu estava certo e que o treinador estaria fazendo bobagem.
No primeiro turno iniciamos no famoso 4-4-2 e após apresentar um futebol medíocre por várias rodadas, Marquinhos Santos tomou coragem e mudou, resolveu adotar o 3-5-2, o que deu mais segurança defensiva ao Coritiba, sendo que com este esquema tático segurou o ataque do Londrina no norte do estado, e nos tornou um time mais agudo, mais criativo, pois bem, bastaria manter o estilo de jogo e levantar o segundo turno, e por consequência o tetracampeonato, simples assim, ou melhor, quase.
Inexplicavelmente, nosso treinador resolveu testar uma frase de Einstein, a célebre: “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”.
Os dois últimos jogos mostram que MS jogou no lixo tudo o que fez até agora. Se tinha acertado a zaga, porque resolveu mudar? Simplesmente porque todo mundo joga no 4-4-2? Não adianta avançar o Alex e dizer que era um falso 4-4-2 misturado com 4-3-3, porque se o Alex não arma, a bola não chega no ataque, e atletas como Lincoln, Ruidiaz, Urso e Geraldo não vão resolver nosso problema, aliás, poderiam diminuir nossa folha de pagamento se fossem negociados, pois utilidade técnica já provaram que não possuem nenhuma.
Me lembro de uma entrevista de Ney Franco, quando este ainda comandava o Coritiba e foi questionado sobre o esquema tático a ser utilizado. Ele respondeu que isso deve ser escolhido baseado nas características dos atletas que se tem no elenco. Será que esta ambição cega por uma sopa de numerosinhos, por uma moda é realmente válida? Vejamos:
Todo mundo já percebeu que Patric na direita é um a menos, então porque não deixa ele na esquerda? Coloca um ponta na direita e vamos para cima.
Voltemos à partida contra o Operário; Eltinho e Patric não passavam do meio de campo, contra um time que se mantinha inteiro atrás do meio campo, obrigando novamente Deivid a sair da área para buscar jogo e em diversas vezes tabelar com William e Alex. Claro que o cara está devendo, a bola não chega. Pode pegar o nome dele e mandar para o SPC, porque com esse estilo de jogo ele não vai deslanchar nunca.
Se em 2012 tínhamos Everton Ribeiro para carregar a bola, este ano, não temos a peça para dividir as ações do meio de campo com Alex e fazer nosso time chegar ao gol adversário, talvez esse atleta seja o Bottinelli, mas ele só volta depois do meio do ano, porém, um meio de campo com Alex, Lincoln e Robinho não vai fazer o time andar, isso vai ficar muito lento, será que precisa testar em uma partida oficial para enxergar isso? Além de cortar a concentração foram cortados os treinos táticos também?
Não em interessa o volume de jogo, para falar a verdade, devo estar vendo outro jogo, porque sempre assisto o Coritiba ser agredido por equipes semi-amadoras e para piorar tenho que ouvir que a partida contra o Operário foi nossa melhor partida em termos de volume, isso é absurdo.
Se Marquinhos Santos quer mesmo colocar o Coritiba no 4-4-2, pelo menos que espere Gil e Victor Ferraz retornarem de suas lesões, definitivamente, não tem como jogar com este esquema com os atletas que tem a disposição.
Outra coisa que Marquinhos deve repensar é com relação as substituições. Tanto contra o Operário, quanto contra o Paranavaí, o treinador mexeu muito mal no time, e a entrada de Geraldo na última partida me pareceu mais desespero do que a tentativa de corrigir algo, até porque, para mim, naquele momento a vaca já tinha ido para o brejo.
Se ridiculamente empatamos estas duas últimas partidas, isso se deve à genialidade de Alex, porque se dependesse do resto, a salvar algumas exceções, teríamos sofrido duas derrotas.
Para mim não ganhamos dois pontos, e sim, perdemos 4, e estes pontos EU coloco na conta do treinador, não a torcida do Coxa, não o COXAnautas, EU.
Não vou chorar o gol anulado de Patric e o pênalti não marcado em Leandro Almeida, temos muito mais time e teríamos que ter atropelado os dois últimos adversários de maneira exemplar.
Marquinhos, abra o olho, senão você vai para o saco, não se esqueça que teu antecessor perdeu a cabeça exatamente por essas teimosias.
Em minha opinião, o segundo turno já era, mas o TETRACAMPEONATO É OBRIGAÇÃO.
Saudações Sempre Alviverdes.
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