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João Luiz11/06/13, 01h36
Coração Verde e Branco

O que fazer durante a pausa - O outro lado da moeda.

Três vitória em casa, dois empates fora, único time invicto no campeonato, liderança, gol 400 do Alex, torcida em êxtase, apoiando sem parar. Todos os ingredientes necessários para um cenário maravilhoso, certo? Certo, mas não podemos deixar que o sucesso turve nossa vista.

O Coritiba tem começado as partidas em casa na jugular do adversário, marcando forte, atacando em bloco, organizado, porém, basta marcar um gol para recuar e tentar garantir o resultado ou pensar em jogar no contra-ataque. Não sei qual é a instrução do treinador, mas esta técnica está me parecendo arriscada, visto que nossa defesa não oferece segurança e os contra-ataques não estão acontecendo.

De modo geral eu sinto o Coritiba muito frouxo na marcação. O time começa bem, mas logo depois começa a dar espaços, e com isso, muitas oportunidades aos adversários. Vou listar abaixo as conclusões a gol até agora considerando o Coxa e o adversário; o número que eu coloco fora do parênteses é a quantidade de arremates feitos por Deivid.
Coritiba x A Mineiro (10x9) - 2
Bahia x Coritiba (12x11) - 3
Goiás x Coritiba (22x9) - 2
Coritiba x Fluminense (6x13) - 0
Coritiba x Náutico (12x10) - 1

Até o presente momento não fomos derrotados, mas os números e as situações das partidas disputadas mostram que nossa defesa não oferece a segurança necessária, bem como, o ataque não é municiado como deveria.

É muito perigoso dar a clubes como Fluminense e A. Mineiro a quantidade de chances que eles tiveram, sendo que contra o time carioca, mais da metade se deu em bolas alçadas em nossa área, nossa principal fraqueza, diga-se de passagem. Ainda sobre esse ponto, vejamos os números de nossas partidas contra Goiás (F) e Náutico (C). Foram muitas chances dadas à adversários mais fracos, as quais poderiam ter nos custado pontos importantíssimos.

Passando da defesa ao ataque, os números mostram que somos deficientes na transição e na criação no meio de campo, algo que vem ocorrendo desde o Paranaense, mas agora o campeonato é mais difícil, não estamos jogando contra o Paraná Clube ou contra o Paranavaí.

Deivid
Como já disse acima, nosso meio de campo não cria como deveria, deste modo, nossa maior esperança de gols, Deivid, acaba saindo demais da área para buscar jogo. O problema é que ninguém acompanha ou avança para cobrir sua posição, deste modo, nosso jogador com maior faro de gol recebeu apenas 1 bola nas duas últimas partidas. Os que reclamam que ele está mal, que anda em campo, que tem que marcar 2 ou 3 gols por partida, deviam observar estes números antes e lembrar que ele está machucado desde o início do Brasileirão. Temos um camisa 9 excelente e tenho certeza que ele nos dará muitas alegrias este ano.

Alex
Sofremos de dependência de Alex e isso tem que ser corrigido. Alex é diferenciado, genial. Quantas vezes você leu que um grupo de torcedores veio da Espanha para ver Ronaldinho Gaúcho jogar? Quantas vezes você leu no site mais importante do Brasil que algum torcedor veio de Cabobró do Pinto Roxo para ver Neymar? NUNCA, mas isso é comum com nosso Menino de Ouro. Se o mundo reconhece a importância de nosso camisa 10, você acha que os jogadores do outro time não vão marcar ele individualmente? Reparem nas próximas partidas: mesmo tendo a posse da bola, sempre tem alguém do time adversário colado no Alex, contra o Náutico haviam dois. Os adversários sabem que se der um minuto de sossego ele dá um passe como vez com Robinho. O time do Coritiba é Alex mais 10, mas não podemos depender somente dele, porque por muitas vezes teremos apenas 10 em campo porque ele não vai conseguir nem respirar. Precisamos de alguém que divida com nosso capitão a responsabilidade pela armação das jogadas.

Uma perguntinha ao marketing do clube: não teremos nada especial para comemorar o gol 400 de Alex? Na boa, uma camisa com o número 400 nas costas não conta.

5 é 5, 10 é 10
Não amigo leitor, a concordância não está errada. Aqui faço menção ao posicionamento.
Marquinhos Santos tem treinado o time de modo que os volantes apareçam como fator surpresa no ataque, porém, isso tem que ter um certo limite a fim de não prejudicar o setor defensivo.
Júnior Urso tem sido escalado na equipe titular em detrimento de Willian. Nosso camisa 23 tem se mostrado eficiente na marcação, porém, muitas vezes apresenta um futebol digno de nossas peladas de fim de semana, abandonando sua posição e aventurando-se demais ao ataque. Não estou dizendo que um primeiro volante não pode avançar, mas isso tem que ser feito com cuidado. Por diversas vezes encontramos Gil, Urso e Victor Ferraz perto da grande área adversária, mas se eles estão lá, quem está marcando?

Não podemos esquecer que a qualidade de passe de Júnior Urso é muito ruim, o que pode armar um contra-ataque contra apenas dois zagueiros. Se ele quer avançar, tem que treinar passes e conclusões porque até agora não gerou vantagem nenhuma para nós.

Existem coisas que não entendo no Coritiba:
Precisamos de reforços e a diretoria está se esforçando para isso, além de que devemos em nosso retorno voltar a ver Emerson e Keirrison no time, bem como ter Abner na lateral esquerda, setor carente a um bom tempo. Sempre lemos que o time não contrata porque não tem dinheiro, que tudo tem que ser muito bem pensado, mas mesmo assim contrataram um goleiro e um atacante para emprestar à um time de Santa Catarina. Sinceramente não consigo entender isso, nenhum deles tem bola para ser banco no Coxa, a gente contrata para emprestar, OK, não estamos tendo custo, mas e se o Marcílio Dias amanhã resolve devolver os atletas, quem fica com o mico? A L.A.? Não havia nenhum jogador nosso que pudéssemos emprestar e assim reduzir, mesmo que um pouco, a folha de pagamento? Everton Costa, por exemplo?

Não gosto de parecer corneta, quem acompanha meus textos sabe que meu perfil é de motivador, mas alguns pontos precisam ser tratados enquanto ainda dá tempo e a parada da Copa das Confederações pode ser o momento exato para estes ajustes, que podem nos levar sim a voos mais altos. Ajustar a marcação para que uma bola alçada na área não se transforme em um pandemônio, para que um escanteio não nos faça respirar mais forte ou prender a respiração. Acertar o posicionamento do meio de campo. São fundamentos cruciais para um time que investiu para ficar na parte de cima da tabela, esse tempo deve ser bem aproveitado para que o time possa nos dar alegrias em seu retorno.

Saudações Sempre Alviverdes.

João Luiz

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