Coração Verde e Branco
Um primeiro tempo e parte do segundo, jogado com a cara do Coritiba das últimas partidas: medíocre, bisonho e horrível, fruto de um time, a meu ver, montado de maneira completamente equivocada e principalmente covarde. No segundo tempo, uma mudança tática óbvia e uma apresentação magistral de José Rafael Vivian, camisa 37, para mim o nome do jogo, salvaram o Coxa de mais uma derrota vexatória dentro do Couto Pereira.
Na primeira hora de amanhã, na reapresentação do elenco, alguém tem que chamar os jogadores do Coritiba e explicar que futebol é um esporte COLETIVO, ou seja, a não ser que você seja o Messi, ou o Neymar, você não vai driblar o time todo do adversário e marcar o gol, fique claro que aqui não estou falando de jogos de vídeo game.
O Coritiba entrou em campo sem 5 jogadores, não considerando os que estão no estaleiro a muito tempo, mas isso não é desculpa para entrar em ir à campo com Chico e Júnior Urso no meio de campo. Vamos destrinchar um pouco isso aqui:
Eu parei de pegar no pé do Chico, tirei ele da minha lista de antas, porque está muito bem na zaga, mas não rende a mesma coisa como lateral esquerdo e nem de volante. Então porque essa teimosia?
Escudero não vem bem faz tempo, então porque não manteve o Chico na zaga? Ah, mas quem eu colocaria no meio? Vou te ajudar: Sérgio Manoel, ah, mas ele voltou agora de lesão, não está 100% ainda, ok, então temos Guaraci, Emerson Santos, Primão e o próprio José Rafael, que já tinha destruído na partida contra o Toledo, até porque alguém tem que ajudar o Alex na armação. Entrando em campo com um time onde apenas Alex criava no meio de campo, Marquinhos Santos igualou o Coritiba ao time do Arapongas. Parece que trainador, devido a pouca experiência, e devido a pressão que vem sofrendo, até por este torcedor que vos escreve, se perdeu, e busca em Alex o seu norte, da mesma maneira que um marinheiro busca uma bússola ou o cruzeiro do sul.
Me responda Marquinhos Santos: se você chegou a categoria de base da Seleção Brasileira, se foi contratado devido à seus excelentes resultados na base do Coritiba e do time das terras baixas, então porque você não usa a NOSSA BASE? São ordens? Quem afinal escala o time do Coxa?
Admito que o elenco não é dos melhores, temos sim bons valores, mas o que tem de tralha no elenco do Coxa é de assustar. Júnior Urso, Patric, Rafael Silva, que ainda não decidiu se quer jogar futebol ou não, Everton Costa, Geraldo, que hoje até que não foi tão mal, Artur e Júlio César são apenas alguns exemplos. Entendo um pouquinho do trabalho de diretoria de futebol, sei que ninguém contrata um atleta para ele dar errado, mas infelizmente alguns não se adaptam.
Já citei isso outras vezes, mas vou repetir, Tcheco só se saiu bem no Brasil, no Coxa e no Grêmio, nos outros times, não jogou absolutamente nada, mas apostar em Urso, Júlio César, Everton Costa, Robinho e Lincoln me parece muito descuido. Quanto isso custa para os cofres do Glorioso?
Não sou nenhum iludido, conheço perfeitamente a situação financeira do time, infelizmente não podemos ter dois Alex, um Cristiano Ronaldo ou um Messi, mas algumas contratações me parecem muito infantis. Será que ninguém olhou para a base antes de ir ao mercado?
Vou dar mais um exemplo: estamos sofrendo com um problema crônico no ataque, Deivid para mim é um dos melhores do Brasil, mas em minha opinião está mal municiado, fora ele, não temos nada, pois Artur é Júlio César estão muito mal, mas será que alguém pegou as informações da Dallas Cup, vencida por nós no ano passado e da qual fomos eliminados na primeira fase este ano? Será que alguém viu quem marcou a maioria dos gols do Coxa? Alguém lembra do Bartola, contratado se não me engano junto ao Paysandu? Será que ele não merece uma chance?
Até quando vamos depender do Alex para resolver nossa vida?
O melhor time do Coritiba que eu vi jogar, foi o de 1989. Naquele timaço tinha um cara chamado Osvaldo que jogava demais, o “problema” é que no mesmo time tínhamos Tostão, Chicão, Carlos Albert, Serginho etc. e para que Tostão (principalmente) e o resto do time pudessem brilhar, Osvaldo carregava o piano, sim Osvaldo fazia “das tripas coração” na meiúca para que Tostão pudesse fazer o que fazia de melhor, ser gênio, resolver, ou seja, Osvaldo trabalhava, para o Tostão poder ser o Tostão e assim, tínhamos um time que para mim tinha um meio de campo melhor do que da Seleção Brasileira da época.
No Coritiba de hoje não temos um Osvaldo jogando para que Alex possa ser Alex. O time quer resolver na base da individualidade, Alex vem iniciando as partidas como armador e terminando como terceiro atacante, será realmente que alguém está olhando o esquema de jogo? Porque somos tão facilmente marcados? Será que ninguém está ouvindo as entrevistas dos treinadores dos times adversários, sempre dizendo: “conseguimos encaixar a marcação”? Porque somos tão facilmente marcados? Porque não temos opções táticas? Até quando Alex será o salvador da pátria do Coritiba e do treinador? Até quando o capitão vai se colocar na linha de tiro por seu comandante? Até quando esse escudo vai aguentar? A paciência da torcida já era, o turno já era e o tetracampeonato está em risco, bem como nossa campanha no Campeonato Brasileiro.
Gostaria apenas de lembrar uma coisa: hoje estamos disputando o Campeonato Paranaense, será que se a partida fosse válida pelo Campeonato Brasileiro, teríamos ganho, ou ao menos empatado? Minha opinião é de que não. Não vejo um esquema tático, um time titular, ou uma luz para reverter essas questões. Eu não vou deixar essa vitória nublar minha opinião.
O abraço de Alex em Marquinhos Santos após o gol, mostra que ele apoia um cara, que segundo ele, trabalha e se dedica, tudo bem, ele está no dia a dia, sabe o que está falando, até porque Rafinha, que por duas vezes, fritou Marcelo Oliveira nos microfones, também defendeu o treinador após a partida, então vou partir do pressuposto que existe liderança, mas liderança e comando são coisas distintas e fora isso, não vejo padrão de jogo e nem ao menos uma base de time para o Coritiba, isso me lembra até o Mano Menezes na época da seleção da CBF. Já na entrevista coletiva, Alex destacou a qualidade e personalidade de José Rafael, elevando com muita justiça o jovem atleta ao status de maior responsável por nossa vitória. Tenho certeza que esse "vai dar jogador" e nos dar muitas alegrias. Quem sabe muito em breve não veremos o camisa 37 dividindo as responsabilidades do meio campo com nosso capitão e maior ídolo. Isso claro, se tiver mais chances no time principal e obviamente continuar correspondendo.
Gostaria de aproveitar e desejar ao amigos leitores uma feliz Páscoa, que o verdadeiro espírito da ressurreição abençoe suas famílias.
Saudações Sempre Alviverdes.
P.S. Dorival Júnior saiu do Flamídia e Ney Franco está balançando.
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