Coração Verde e Branco
Rodada excelente, novamente todos os resultados ajudaram, mas desta vez com uma diferença: fizemos nossa parte e com isso, estamos fora da ZR.
Passei praticamente o dia todo trancado em um avião devido a mais um compromisso profissional, e sem nada para fazer durante as 10 horas de voo que separam Brasil de Cuba, comecei a analisar nossa situação, e não sei porque cargas d’água, mas começou a me parecer que nossa situação no campeonato em muito se assemelhava a de um sanfoneiro de boate, talvez a altitude tenha afetado minha cabeça, mas deixem-me tentar mostrar meu ponto de vista:
Ficamos na zona de rebaixamento praticamente o tempo todo, as poucas fugas que tivemos pareciam apenas pausas para fumar, pois na sequencia teríamos que voltar para continuar “nosso show” (de horrores). Quem não estava na mesma situação que nós, apenas se divertia com nosso “trabalho” e mesmo com o esforço que fazíamos para sair da situação em que nos encontrávamos, sempre acabavamos voltando ao antigo ofício, como um vício, como se aquele fosse o nosso lugar e mesmo sabendo que tinhamos talento para tocar/trabalhar em lugares de melhor conceito, insistiamos sempre em voltar.
Amigos nos ajudaram, inimigos fizeram coisas boas por nós vencendo suas partidas, mas em algumas rodadas não encerrávamos o show, voltavamos sempre para mais uma canção, e outra e outra, e seguia-se de Choram as Rosas a Boate Azul, verdadeiros clássicos baratos de nosso ofício.
Tinhamos tudo para pendurar a sanfona na partida contra o Grêmio, quando resolvemos voltar para um cover do Gaúcho da Fronteira. Contra o Corinthians, com o equipamento todo guardado, decidimos brindar o público novamente com mais um sucesso, para então finalmente contra o Fluminense finalizar o show e voltar para casa.
Apesar das partidas difíceis que se seguirão, espero do fundo de meu coração verde e branco e de minha alma que tenhamos finalmente deixado a zona de rebaixamento para trás e que nunca mais voltemos, pois com certeza não sentirei saudade nenhuma da velha vida. Espero que não tenhamos apenas feito uma pausa de descanço para em vinte minutos retornar com a bateria recarregada para animar o público presente.
Não olharei para trás com ódio ou arrependimento, mas com certeza, esta fase ficará novamente marcada como uma mancha de vergonha na carreira de um músico tão talentoso.
Torço muito para que o Coritiba tenha trocado a sanfona por uma guitarra e que a partir de agora, ao invés de “animar” a ZR, passe a levantar a torcida Coxa Branca, porque esta meu amigo, é Rock, e dos bons.
Saudações Sempre Alviverdes.
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