Coração Verde e Branco
Com cerca ¼ do campeonato disputado, está na hora da primeira análise, algo que costumo fazer corriqueiramente.
Com 15 pontos em 30 disputados, temos um aproveitamento de 50%, muito melhor do que os anos anteriores, ressalte-se que estamos a 5 partidas sem vencer e a 4 sem marcar gols, mas vou pontuar algumas coisas que julgo de maior importância:
Últimas 4 partidas
Com dois empates em casa e duas derrotas fora, essa foi nossa pior sequencia e também a grande decepção para a torcida. Particularmente considero as derrotas para Grêmio e Cruzeiro como algo normal, bem como o empate com o Corinthians, o qual dominamos e merecíamos melhor sorte. O ponto fora da curva fica por conta do empate com o Bahia em nossos domínios, onde assim como nos jogos fora de casa, não nos comportamos bem.
Com saldo geral, considero que deixamos de conquistar 4 pontos, os quais foram perdidos dentro de casa, mesmo não jogando bem contra o Bahia.
Poder de marcação e roubadas de bola
Com a lesão de Anderson e sem contar com meias a altura para substituí-lo, Pachequinho constantemente optou por Thiago Real, o qual não está mais nos brindando com as boas apresentações das partidas iniciais do campeonato. A segunda opção do treinador tem sido a escalação de Jonas, o que na teoria aumentaria o poder de marcação da equipe no meio, e dando maior liberdade para Alan Santos e Galdenzi, sendo que este último assumiria a responsabilidade pela armação das jogadas. O problema é que desta maneira Pachequinho está matando o candidato a xodó da torcida. Nosso camisa 20 é um excelente segundo volante, mas como armador ou jogando mais aberto, é no máximo nota 6. Atuando fora de posição, Galdezani se apresenta muito abaixo do que estamos acostumados, e mesmo com a entrada de Jonas, nosso meio de campo já não morde mais como nas partidas iniciais e nem recupera tantas bolas como estávamos acostumados.
Essa pegada no meio precisa ser recuperada urgentemente, vejo nisso nosso maior trunfo e precisamos retomar já para a próxima partida.
Avenida Dodô (?)
Já cansei de falar que a pior profissão do mundo é ser lateral do Coritiba, a segunda pior é ser treinador do Coritiba.
Muitos torcedores reclamaram demais de Dodô, algo que em parte considero injusto. Nosso lateral tem 18 anos e vinha evoluindo muito defensivamente, ainda deixava brechas, mas eu enxergava uma evolução.
Em fim, Dodô foi substituído por Léo, e o que eu vi hoje foi realmente a explicação de porque Dodô jogava e Léo não. O lateral contratado após ser dispensado do a.paranaense não ganhou absolutamente nada hoje e não realizou um cruzamento. Se a marcação foi pior do que a apresentada por Dodô, o apoio ao ataque, muito bem feito pelo jovem lateral, hoje inexistiu.
Um detalhe interessante: A torcida pegou o péssimo hábito de questionar e cobrar Ernesto Pedroso via redes sociais. Nesta semana eu vi surgirem prints onde Pedroso afirmava que Léo seria titular. O que me preocupa aqui é que não quero ver acontecer com Pacheco o que acontecia com Marquinhos Santos, quem deve decidir quem joga ou quem fica no banco é o TREINADOR, não o presidente, um dirigente ou o roupeiro.
Ataque
Com a absurda suspensão de Kleber antes de seu julgamento, Alecsandro ganhou a oportunidade como titular no ataque do Coxa. Particularmente eu gosto de Alecsandro, acho ele um centroavante de muita técnica e que pode ser muito útil, mas tenho que admitir (e demorei para aceitar isso) que nesse esquema ele não vai render.
A partir da saída de Kleber, Henrique Almeida passou a fazer sua função, saindo mais da área, buscando bola no meio e esmerando ao máximo para tentar balançar as redes, e aqui temos algumas considerações:
- Henrique Almeida jogou muito contra o Corinthians fazendo a função de Kleber;
- Contra o Grêmio Henrique Almeida jogou mais como armador do que propriamente como atacante e óbvio que isso não poderia dar certo;
- Hoje ainda muito longe da área ficou aquém do que esperamos dele.
Alecsandro é o cara para jogar enfiado, com um meio criativo (que não temos e que vou falar a respeito logo abaixo), dois atacantes abertos e dois laterais que apoiem, em suma: Alecsandro precisa que o municiem para que ele possa concluir. Eu até acreditava, mas realmente, não consigo mais enxergar como factível a possibilidade de dar certo a dupla Alecsandro e Henrique Almeida. Posso estar enganado? Claro que sim e torço por isso, afinal, já me enganei com Kleber e Henrique Almeida.
Nosso ataque não presta
A afirmação acima é constantemente bradada em redes sociais e eu a considero extremamente inocente.
Temos sim um bom ataque; vejo muitas qualidades em Kleber, Henrique Almeida, Alecsandro, Rildo, Berola (que tem que aprender a marcar se quiser jogar) e Iago. O grande problema para mim é que a bola não chega com qualidade, isso devido a não termos criação no meio de campo.
Com a saída de Anderson ficamos completamente acéfalos. Thiago Real parou de se apresentar bem e Thomas Bastos poderá jogar futebol, assim que a regra for alterada e ele puder entrar somente para bater faltas.
Já discuti com diversas pessoas que insistem que não precisamos e não devemos gastar com um meia criativo, a esses só posso responder que então não cobrem o ataque.
Não estou aqui pedindo a contratação de Matías Suarez, longe disso, mas acredito que Alex Brasil tem competência suficiente para buscar um meia de qualidade e não tão absurdamente caro.
Variação tática
Algo que sempre elogiei no time do Pachequinho é que mesmo tomando gol o Coritiba não perde a forma; o time mantém a postura, não se desespera e segue o plano, por outro lado, o time se porta sempre absolutamente da mesma forma, não existe uma variação tática, um plano B, e isso facilita a marcação por parte do adversário. Dando crédito a quem merece; isso já era apontado desde a primeira rodada pelo Nilton, um camarada que participa ativamente de um grupo de whatsapp do qual faço parte.
Se não existe variação tática e nosso principal trunfo que eram as roubadas de bola, deixaram de acontecer, o reflexo será no ataque, que deixa de receber bolas com a qualidade necessária para a conclusão a gol.
Sequencia do Campeonato
Dos próximos 4 jogos, teremos 3 em casa (Vasco, Sport e Fluminense) e um fora (Avaí), os quais considero que temos totais condições de vencer, não somente pelo fator casa, mas também porque estou contando com os retornos de Anderson e Kleber.
Não vejo motivo para terra arrasada, mas é preciso trabalhar e se reforçar.
Amigo torcedor, qual sua análise dessas 10 primeiras rodadas, e suas expectativas para as próximas? Comenta aí.
Saudações Sempre Alviverdes
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