Coração Verde e Branco
Infelizmente é impossível comentar a estreia do Coritiba pelo Campeonato Estadual, mas obviamente não consigo ficar feliz ou aceitar uma derrota para um time que recém subiu para a elite do futebol de nosso estado.
Entendo que o time do interior teve mais tempo para se preparar, está acostumado com o gramado (péssimo segundo Carpegiani), com o calor, que o Coritiba jogou muito desfalcado, que ainda busca entrosamento, mas algumas coisas tem que ser pesadas, tais como: a diferença técnica de nosso elenco e o fato de Carpegiani treinar com Léo Santos e entrar com Henrique Almeida, o qual segundo o próprio treinador, estaria viajando para jogar alguns minutos em caso de necessidade, mas acabou indo para o sacrifício.
Outro ponto importante é a teimosia do treinador com alguns jogadores; sem querer incorrer em lugar comum, mas é óbvio que deve sempre jogar quem está melhor e ainda não consegui ver uma partida boa de Yan no profissional, vi várias no sub-20, onde ele inclusive me despertava maior esperança do que Raphael Veiga, mas o meio campista já teve diversas oportunidades no time de cima e até agora não mostrou absolutamente nada. Ainda nesta toada, Wallison Maia não tem mesmo lugar no time ao lado de Juninho? Não temos um volante melhor que Edinho? Mesmo que seja um cone ou um peso de papel?
Vale ainda lembrar que Alan Santos, jogador que eu gosto muito, tem que perder essa mania de tomar uma pancada e desistir da jogada, quem para o jogo é o árbitro e se ele não apitar tem que ir na bola. O gol do Cianorte surgiu exatamente em uma jogada assim, mas tivemos o agravante de que a zaga estava parada olhando, uma falha tão bisonha que se acontecer com meu time de pelada de quinta-feira na semana seguinte o caboclo não é nem convidado mais.
Saindo do desabafo e da irritação podemos finalmente entrar no assunto principal desse texto, a impossibilidade de assistir a partida via televisão, o que me fez lembrar meus anos de piá em Curitiba, já que mesmo morando em Santos a 10 anos, sempre pude assistir aos jogos do Coritiba via PPV.
O Coritiba este ano abriu mão de aproximadamente BRL 4 Milhões, aqui contando os valores da Primeira Liga e do Paranaense (TV aberta + PPV), agora vamos as considerações:
Primeira Liga – havia um acordo onde o valor da TV seria dividido igualmente entre os clubes, a Poderosa decidiu rasgar e dar a maior parte da verba para o Flamengo. Neste caso concordo com o Coritiba.
Campeonato Paranaense – houve uma primeira proposta, a qual foi recusada por Coritiba e a.paranaense. Em uma segunda reunião o valor foi melhorado um pouco, mas mesmo assim não houve acordo, e é aqui que mora o perigo.
Nosso campeonato tem uma atratividade muito baixa, isso se dá devido ao histórico onde as emissoras transmitiam o campeonato paulista e por consequência criaram uma cultura de se torcer por times do Estado de São Paulo, principalmente no interior, mas também ocorre na capital.
O baixo interesse pela transmissão das partidas de nosso campeonato faz com que não exista uma concorrência, ou seja, apenas uma emissora se dispõe a passar nossos jogos na TV aberta. Comercialmente isso é ruim porque a verba que ela disporá da matriz também não será alta e sendo assim, não tem como pagar um valor mais interessante. Aqui fazemos um parênteses para lembrar que o valor oferecido este ano foi menor do que o pago em 2016.
O fato de não transmitir o Campeonato Paranaense pode servir para mostrar para a rede de TV que é muito mais lucrativo para ela, nos oferecer os jogos de SP, o que acarreta em perda de identidade, isso sem contar que não estamos em condições de ficar dispensando um milhão aqui e outro ali.
Me preocupa muito essa aproximação da diretoria do Coritiba com o dono do rival, não podemos esquecer que eles tem uma libertadores ou Sulamericana pela frente (muito provavelmente ambos) e nós não, sendo assim, não podemos basear nossas contas considerando a realidade deles.
Em tempo: vale lembrar que nosso orçamento para este ano foi aprovado com um número negativo, o qual seria suprido por vendas de jogadores, porém, no orçamento (que já estava negativo), considerávamos as cotas de TV.
Como foi o jogo e como nos contaram o jogo
Infelizmente, com raríssimas exceções, nossa mídia de rádio está contaminada. Nada no Coritiba presta, por outro lado, tudo no rival é grandioso, como na insistente tentativa de apresentar Ronaldinho Gaúcho, como ex-jogador, mas enaltecer Carlos Alberto, um rachador de elenco que não faz uma boa campanha a 3 anos, como craque. Com uma imprensa marrom e completamente parcial, fica complicado acompanhar a partida pelo radinho e ter noção de como realmente nos apresentamos.
Sou da opinião de que o Coritiba deveria fechar os portões de treinamentos, coletivas de imprensa e se possível, coletivas pós-jogo para estes jornalistas ou emissoras, a saída seria focar em nossa mídia própria com transmissões ao vivo via facebook e até na Radio Coxa, por onde escutei a partida de hoje, pois a voz de um senhor comentarista, notório torcedor do time da Sapolândia estava me irritando demais.
A mulhere Coxa Branca em busca de espaço
Essa semana um grupo de torcedoras do Coritiba se uniu e iniciou o Movimento Mulher Coxa Branca, onde estão se organizando para trabalharem por mais direitos e representatividade dentro do Coritiba. Conversei com algumas das participantes e me deparei com torcedoras esclarecidas, muito abnegadas, conscientes, com histórico de jogos tanto no Couto Pereira quanto em diversas partidas fora da cidade e do estado, mas principalmente dispostas a aprender e ajudar o clube.
Vale a pena conferir a página delas no Facebook e indicar para esposas, irmãs, namoradas e amigas.
Próxima partida: Cascavel na quarta-feira, novamente fora de casa e a novidade deve ser a volta de Kleber.
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