Coração Verde e Branco
Não poderia existir cenário mais favorável: após vencer o São Paulo no Morumbi e a Chapecoense em casa, o Coritiba abriria o segundo turno enfrentando o a.goianiense, lanterna do campeonato. Para ajudar, o público do time rubro negro confia tanto em seu time, que pouco mais de mil testemunhas compareceram ao estádio. Em suma, era só passar o carro e voltar para Curitiba para mais uma semana de preparação, nos braços da torcida, mas como estamos falando do Coritiba, é óbvio que conseguimos fazer um jogo nojento e perder a partida.
O cenário acima é realmente broxante, porém, isso tem uma causa e eu estou cantando essa pedra a umas 15 rodadas.
O elenco do Coritiba é fraco, gastamos dinheiro com um monte de porcarias caras, os quais em sua grande maioria servem apenas para irritar o torcedor, tirar espaço da base e nos deixar sem recursos para contratações pontuais. Imagine o amigo torcedor se pudéssemos livrar nossa folha de pesos mortos como Edinho, João Paulo, Luizão, Daniel, Thiago Real, Tomas Bastos, Getterson, Léo Santos e Filigrana (sim, vou incluir o gringo aqui). Arrisco dizer, sem medo de errar, que apenas em salários aliviaríamos nossos cofres em pelo menos R$ 550 mil mensais, isso sem contar os encargos sociais e benefícios, tais como auxílio moradia, sim, alguns dos citados recebem isso. E porque estou tocando neste ponto? Simples, porque precisamos de um zagueiro e de um meia, URGENTEMENTE. Mas aí o amigo leitor pergunta: mas duas de nossas últimas contratações não foram exatamente um zagueiro e um meia (Luizão e Alexander Baumjohann)? Sim, foram. Contratamos um zagueiro dispensado do Londrina por ter agredido o goleiro, que apenas o cobrou por mais uma burrada defensiva e um meia que não joga a mais de um ano e que vem de duas cirurgias sérias no joelho, ou seja, nossas necessidades seguem exatamente as mesmas: um zagueiro e um meia, ambos titulares. Aí você pode retrucar: “AAAAH João, você é muito chato, o alemão está sendo até relacionado”, sim está, apenas para você não ficar enchendo o saco e pedindo uma chance para ele, porque ele hoje não tem condição física nenhuma de aguentar um tempo de jogo, e está última parte já ouvi de dois repórteres e de algumas pessoas do clube.
As vitórias contra São Paulo e Chapecoense serviram apenas para jogar um pouco de areia nos olhos de quem não prestou atenção nos jogos.
Contra o São Paulo tomamos pressão o jogo todo, Wilson fez alguns milagres, outras tantas defesas difíceis e nós conseguimos achar um pênalti, fruto de uma ingenuidade absurda do zagueiro adversário e encaixar um contra ataque, que surgiu exatamente pelas mesmas besteiras que temos feito: se atirar ao ataque de modo kamikaze.
Contra a Chapecoense nosso primeiro gol surgiu de uma boa cobrança de falta de Carleto, onde Alecsandro conseguiu desviar, e depois de uma pixotada do meio defensivo do adversário que entregou a bola para Rildo e este acertou um bonito chute, e foi só, se não passamos sufoco, também não criamos absolutamente nada, como não criamos hoje, e nem nas partidas anteriores.
O Coritiba hoje vive em função de três coisas: pênalti cavado por Rildo ou Berola, bolas cruzadas na área por Carleto ou algum lateral ou um rebote em um cobrança de falta, esta última muitíssimo mais remota de acontecer, convenhamos que muito pouco para um time do nosso porte, e isso é muito pior do que na era Pachequinho. Com o antigo treinador eu reclamava de bolas jogadas (não cruzadas, jogadas mesmo) na área, hoje nem isso acontece, visto que o bom lateral Willian Matheus não é de ficar cruzando na área e Léo, apesar de ter evoluído muito defensivamente com Marcelo Oliveira, não apoia no ataque, isto posto temos que eliminar uma das possibilidades acima e ficamos só com duas, certo?
Se os laterais não apoiam, os pontas deveriam fazê-lo, pois bem, Rildo tem sempre partidas muito irregulares; em algumas vai muito bem, fecha pelo meio e nos lembra o jogador que foi destaque na Ponte Preta, em outros parece estar escalado apenas para marcar o lateral adversário, quando a situação deveria ser o oposto. Mas o principal problema está no meio. Jonas é um destruidor de jogadas, mas não consegue acertar um passe de um metro, Alan Santos é um baita jogador, assim como Matheus Galdezani, o problema é que o último segue sendo escalado não como segundo volante, mas como um apoio a armação e por vezes muito aberto, hora na direita, hora na esquerda e pra piorar, sim, vai piorar, nosso meia tem sido Thiago Carleto. Que fique claro que não tenho nada contra nosso camisa 88, inclusive acho um bom jogador, na lateral esquerda, como meia consegue ser pior que Thiago Real, e é exatamente nesta posição que está nosso ponto fraco e já falei isso em diversos posts esse ano.
Vejo muita gente descer o cacete no ataque, mas não percebem que nenhuma bola chega aos avantes em condições de conclusão, isso quando chegam. Peguemos como exemplo os três últimos jogos: quantas chances CRIAMOS com a bola rolando? Uma, o gol de Filigrana, onde Rildo partiu com a bola, Alecsandro puxou toda a defesa e o colombiano fez o gol, fora isso, não criamos absolutamente nada. Se quiser algo mais recente basta olhar os chutes a gol de hoje, 3, dois de falta e um do Alan Santos, de muito longe, nenhuma jogada criada contra o lanterna do campeonato, nenhuma jogada CRIADA contra o lanterna do campeonato. Nenhuma jogada criada contra o LANTERNA DO CAMPEONATO. NENHUMA JOGADA CRIADA CONTRA O LANTERNA DO CAMPEONATO.
Eu gosto de tentar enxergar o futebol de uma maneira simples, o cara é lateral, se ele tivesse qualidade para jogar como meia já teriam feito isso com ele na base, não precisaria um treinador mudar toda a vida dele depois de velho. Lembram da propaganda do #joga10 da Nike? Aquela que dizia que ninguém treinava tanto para usar a camisa 2? Pois bem, é exatamente isso, joga de 10, quem é 10. Existem exceções, laterais que migraram para o meio e se tornaram ótimos meias? Sim, alguns, Paulo Baier é um excelente exemplo, mas ele já era um ótimo lateral e possuía características que favoreciam essa migração, bem diferente de Thiago Carleto, sendo assim, até Anderson (que está mais para volante do que para meia) voltar, eu seguiria com Yan ou com algum piá da base, mas sem essa improvisação esdrúxula.
Resumindo: nosso meio não cria e nossos laterais não apoiam e não cruzam. Não está fácil ser centroavante no Coritiba, está?
Perdendo por 1x0, Marcelo Oliveira decide partir para a técnica kamikaze, sacando Alan Santos para colocar Henrique Almeida e depois Carleto para mandar a campo Neto Berola, tendo ainda queimado a terceira substituição com Tomas Bastos no lugar de Alecsandro, ou seja, chegamos a ficar com 4 atacantes em campo (Rildo, Alecsandro, Henrique Almeida e Neto Berola). Quem acompanha minhas colunas sabe que esse tipo de atitude é algo que realmente abomino, visto que ao menos para mim, é extremamente óbvio que a bola não vai chegar pelo meio e se não temos laterais apoiando, a bola vai parar nos atacantes como? Vamos obrigar Rildo e Berola a carregarem a bola driblando quem encontrarem pela frente para cruzarem? As únicas coisas que se conseguem com esse desespero impensado é abrir um buraco no meio, o qual será tranquilamente explorado pelo adversário e consagrar os zagueiros adversários.
Esse tipo de coisa eu não perdoava com Pachequinho e não vou perdoar com um treinador que ganha 3 vezes o que ele ganhava.
Feliz dia dos pais
Gostaria de ter um texto mais leve e mais curto, mas infelizmente estou a alguns dias sem escrever e a situação pede algo menos doce, mas quero finalizar deixando uma mensagem de feliz dia dos pais aos papais Coxas Brancas, em especial ao Sr. Zito, meu pai, o cara que me levou ao estádio pela primeira vez a cerca de 32 anos atrás e mesmo com minha chatice, continuou me levando, m e dando a oportunidade de ver times, jogadores e partidas maravilhosas, mas também que me passou meus valores mais preciosos, honestidade e, respeito,que investiu tudo o que podia e não podia na minha educação e na de meus irmãos e em fim, que ajudou a moldar meu caráter e me tornar um bom homem, marido, pai e cidadão.
Muito obrigado meu velhinho, eu realmente não tenho palavras para te agradecer por tudo.
Saudações Sempre Alviverdes.
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