Coração Verde e Branco
Finalmente o futebol voltou. Parece que meu ano começa de verdade somente quando meu Verdão volta a campo, e aqui não estou falando de amistosos, eu gosto é das partidas de verdade.
Para este ano temos nova versão da Taça Sul Minas, a qual agora abrange também o Rio de Janeiro e se chama Primeira Liga.
Eu sei que em algum dos meus últimos textos critiquei nossa participação na Primeira Liga, para isso, me baseei no fato de que uma participação em um novo campeonato acaba exigindo mais dos atletas ou um elenco maior, porém, hoje gostaria de apresentar outro ponto, mas em favor da Primeira Liga.
Não é segredo para ninguém que o atual Campeonato Brasileiro é regido pela CBF, o qual é uma instituição privada que detém um bem público, o futebol, e aqui falamos de clubes e da seleção, a qual hoje não pode mais ser chamada de Brasileira, e sim, da CBF, basta ver os escândalos que aos poucos vão se apresentando relacionadas a convocações. Vale a pena ainda comentar que os representantes da CBF estão na mira das autoridades internacionais.
A CBF foi comandada por praticamente 20 anos por João Havelange e depois, por mais 17 por seu genro, Ricardo Teixeira, o qual em seu primeiro mandato nos rebaixou na caneta para mostrar poder, caracterizando quase uma oligarquia e hoje quem manda é um coronel que não sabe quantos gomos tem a bola ou porque ninguém passa a bola para o homem de preto.
Afora da CBF, o maior câncer de nosso futebol, existem as cotas de TV, principal fonte de renda de quase todas as equipes, a qual hoje é distribuída de maneira tão díspar que torna praticamente proibitivo um clube fora do grande eixo sonhar com voos mais altos, afinal, difícil acreditar que eu, ganhando 35 milhões vou ter a mesma qualidade de elenco de Corinthians e Flamengo que recebem 170, certo?
A Primeira Liga pode ser o grito de alforria dos clubes. Com cotas iguais e total autonomia sobre os moldes do campeonato, os clubes começam a ter ideia do que é tomar o poder para si, em como se organizar para fazerem as coisas nos moldes pelos quais sempre brigaram.
Se nesse primeiro ano, a cota é muito baixa, apenas 5 milhões para cada clube, garante a transmissão e quem sabe a realização de uma próxima, eu apenas gostaria que o torneio não fosse reconhecido pela CBF, gostaria que gerasse briga sim, mas com bom senso, o qual é necessário devido aos calendários dos estaduais, Libertadores, Brasileiro etc. A situação da Primeira Liga e do futebol hoje é tão doida que temos diversas federações que devido a suas ligações com a CBF, não reconhecem a Liga como válida, mas cobram suas taxas dos clubes...
Apesar de nosso aparente fracasso nesta primeira edição, eu particularmente vou torcer pelo sucesso da Primeira Liga, vou torcer para que os clubes abram os olhos e comecem a comandar o espetáculo do qual são protagonistas, vou torcer por casas cheias e estaduais mais curtos, pelo fim da CBF e da grande teta de mafiosos que comandam o esporte que mexe com nosso coração, vou torcer pelo bem do futebol e principalmente pelo sucesso do nosso Coxa.
Está na hora do futebol voltar para as mãos do povo, de parar de ser manipulado por mafiosos e gângsters que se escondem atrás de mesas em escritórios vultuosos, a Primeira Liga é a primeira chance que temos de meter a marreta na cabeça da CBF e acabar com a palhaçada a que somos sujeitos.
Saudações Sempre Alviverdes
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)