Coração Verde e Branco
Toda quinta-feira eu jogo futebol com um grupo de amigos. Ontem nosso time apesar de ser razoável, não conseguia ganhar nada, simplesmente não nos achávamos em campo.
Depois da terceira derrota, paramos e conversamos: você faz o meio, vou ficar atrás, João vai jogar sozinho na frente, ou resolve ou faz o pivô para quem vier no apoio e não vem buscar tanto o jogo. Com cada um na sua, passamos a ganhar tudo e de modo convincente.
Essa pequena introdução serviu para mostrar o que deveria acontecer com o Coritiba, cada um na sua, sem invenções, e principalmente: sem perder a forma.
Não consigo admitir ou entender mais esse fiasco do Coritiba, uma derrota em casa para um time de Série C? Pois é, mas vamos tentar puxar pela memória qual a última boa apresentação do Coritiba. Todas as partidas desse ano foram terríveis, o Coxa não jogou nada, ganhou em lances esparsos ou de pura incompetência do adversário, mas futebol mesmo ainda não apresentamos, aliás, não apresentamos faz tempo.
Não vou negar que fiquei satisfeito com a renovação de Carpegiani, afinal, após alguns anos iniciaríamos o ano com um treinador e não com um estudante. Bati muito no fato de ele gostar de usar a base, mas também alertei para o fato de ele gostar de inventar moda, os famosos Jorjões, pois bem, infelizmente as pardalices estão superando todo o resto, se é que existe um resto de algo. Entendo que ainda temos atletas para estrear (Willian Matheus, Daniel e Anderson), também entendo que ele olha para o elenco e encontra como opções para a criação na meia, atletas como Ruy e Thiago Real, mas isso não justifica as orelhadas que tem feito nas escalações e principalmente nas substituições.
Ontem, após quase oito meses treinando como lateral, Carpegiani voltou Thiago Lopes para o meio de campo junto com Kady, este último até tentou, mas não fez o que se esperava dele. Perdendo de 0x1 e precisando ao menos empatar, o treinador me saca Kady, meio de campo de criação e coloca Iago, mais um atacante para tentar resolver, mas era óbvio que a bola não iria chegar, então tirou Werley, zagueiro que ele insiste em escalar como lateral, e colocou Fabrício, um quebrador de bola, no meio e puxou o único meio campista (Thiago Lopes) para a lateral; resultado: Fabrício e Jonas (que fez uma ótima partida, apesar de visivelmente sem ritmo e fora das condições físicas ideias, mas mesmo assim correndo por três) armando o jogo, era claro que não iria dar certo. Até porque se Thiago Lopes é um meio de campo muito limitado, como lateral ele é digno de risos e com Carlinhos novamente em má jornada ficamos dependendo de chutões para frente para Kleber e Henrique Almeida tentarem resolver; mas opa, aqui temos um outro problema: está mais na cara que o nariz do Bozo que Kleber e Henrique Almeida não podem jogar juntos, eles se anulam, se atrapalham, devem sim disputar posição, sinto muito. Se o sonho de Carpegiani é jogar com Rildo, Kleber e Neto Berola, quando um dos pontas estiver fora tem que usar Iago, Filigrana ou Mosquito, se Kleber se machucar usa Henrique Almeida, simples assim. Analisando tudo isso, percebemos que na melhor das hipóteses entramos sempre com menos 3 ou 4 em campo, visto que uns não sabem o que fazem e outros se anulam.
O amigo torcedor pode achar que eu não acredito no Coritiba, muito pelo contrário, e até entendo quando o treinador diz que algumas peças importantes estão fora, mas isso não é desculpa para fazer o que tem feito. A impressão que me passa é que esse time nunca treinou junto, de que Carpegiani não passa de um distribuidor de coletes, ao contrário do treinador que deveria ser.
Com todos a disposição, eu entraria com: Wilson, Dodô, Wallison Maia, Juninho, e Willian Matheus, Jonas, Alan Santos (Matheus Galdezani) e Anderson, Rildo, Neto Berola e Kleber. Ah João, mas o Anderson ainda não está em condições, então amigo, ao invés de tentar a armação com Fabrício Baiano, que tentasse Ruy, que se não é um primor, ao menos joga ali, o que fizemos ontem foi abrir mão do meio de campo e partir para o Bumba meu Boi, e era claro que não tinha como dar certo, assim como não deu.
Ao final da partida o goleiro Wilson, um dos líderes da equipe, visivelmente irritado apontou a falta de espirito coletivo do grupo e apontou que o time não vem fazendo boas partidas, reforçando ainda a desorganização do time. Criticas fortes que podem novamente trazer a tona o fato de que talvez Carpegiani não tenha o grupo na não. Lembram do episódio com Kleber no ano passado?
Para piorar a situação (sim,dá para piorar, e muito), abrimos mão das cotas de TV do Paranaense e da Primeira Liga, abrimos mão de disputar a Sulamericana (sim, abrimos mão em prol de um calendário mais enxuto para focar na Copa do Brasil) e ontem deixamos de ganhar R$ 600K e mais as futuras premiações por ir passando de fase na competição que deveria ser nossa prioridade. A situação financeira está ficando cada dia mais crítica e desta vez não vou admitir que tentem jogar a culpa no colo da torcida.
Saudações Sempre Alviverdes.
Ah, ia quase esquecendo, quarta-feira tem atleTIBA e devemos ir com time alternativo porque os jogadores vão viajar no carnaval, afinal, eles merecem, né?
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