Coração Verde e Branco
Não tenho vergonha de falar, não preciso mentir. Hoje de manhã cheguei a comentar com meus amigos, torcedores do Coritiba que residem aqui em São Paulo, que o clube deveria ter mandado o time reserva e focado no Brasileirão, mas eis que a bola me pregou mais uma peça.
Dois amigos em especial (Jean e Marcel) chegaram a cravar que passaríamos, mas eu, incrédulo não acreditei. Não acreditei em um time desfalcado de seus melhores zagueiro e atacante e de uma meia de muita qualidade. Não acreditei em um time que foi completamente envolvido pelo adversário na primeira partida. Não acreditei em um time que se mostrou extremamente imaturo na primeira partida e que eu apostava que iria tremer frente ao estilo de torcer do time Argentino, e eu, que acredito em disco voador, fantasma e até no Monstro do Lago Ness, acho que nunca estive tão feliz em estar tão redondamente enganado.
Jogando com 4 atacantes, o Coritiba, diferentemente do que eu esperava, jogou de igual para igual contra o Belgrano, mas em uma pixotada da zaga acabou tomando um gol de bicicleta.
Com o gol, o Coritiba melhorou ainda mais (e foi neste momento que passei a acreditar no Coritiba, realmente senti que dava para a gente se classificar). Suarez, maestro do time argentino foi simplesmente anulado por João Paulo, e isso facilitou muito nossa missão. Com Kazim na frente segurando os zagueiros, Iago infernizando pela ponta e fechando pelo meio e Juan na lateral, o Coritiba chegou ao empate no fim do primeiro tempo e virou a partida no segundo tempo.
Com o placar revertido o timer argentino ficou engessado e o Coxa se tornou patrão do jogo, mas como o amigo leitor já sabe, a classificação foi decidida nos pênaltis com duas defesas de Wilson, que vinha sendo duramente criticado durante a semana, inclusive por mim, pela falha no primeiro gol contra o Palmeiras, pela falha no segundo gol do Belgrano e algumas outras.
O que é importante destacar?
Novamente cito uma frase que Carpegiani gosta muito de pronunciar nas coletivas: “o futebol e a imposição de um estilo de jogo sobre o outro”, e hoje o dele foi superior, tendo inclusive em alguns momentos, especialmente após o segundo gol, engolido o time adversário.
Dois gols em bolas cruzadas. Porque isso é importante? Simples, até pouquíssimo tempo atrás, bola alçada na nossa área era um desespero, hoje estamos mais tranquilos e somos muito perigosos nas jogadas aéreas;
Comprometimento tático do time, que mesmo tomando o gol, não perdeu a forma;
Maturidade apresentada frente a 60 mil torcedores rivais, algo que não ocorreu na partida do Couto Pereira, quando jogamos assustados e pressionados;
Premiação, que vai nos ajudar muito, especialmente a resolver um problema que se acercava;
Carpegiani. Quem diz que treinador não ganha jogos, deveria assistir as partidas do Coritiba deste ano e comparar as eras Kleina e Pachequinho com a atual;
Fim do setembro negro (sim, sou supersticioso e acredito nessas coisas também).
O que vem agora?
Primeiramente temos o América/MG, lanterna do campeonato, mas não se iludam, o jogo não será fácil. O time mineiro vem pra Curitiba sabendo de sua situação e que empates não bastam mais, e vai querer engrossar para o nosso lado.
Esse é um jogo chave, TEMOS QUE VENCER DE QUALQUER MANEIRA, nada de coxisse, nada de Viagra verde, nada de ressuscitar morto, nada de fazer boa ação e ser o Robin Hood. É vencer e sacramentar o coelho na Série B, sem dó nem piedade.
Já pelas quartas de final da Sul-Americana, vamos pegar o campeão da Copa Libertadores, o perigoso a. Nacional, da Colômbia, com a primeira partida sendo disputada na casa do adversário. Eu preferia jogar a primeira em casa, garantir um bom placar no Couto e viajar com mais tranquilidade, mas a tabela é essa.
Para finalizar; como disse meu amigo Jean, na manhã desta quarta-feira: “hoje será um dia histórico”, e foi. Agora é trabalhar para poder seguir sonhando e quem sabe, conquistar a América do Sul.
Eu estou postando esse texto, perto das duas da manhã, não consigo dormir, acordei o prédio, senão a quadra toda, e pior, minha esposa e minha filha. Óbvio que vou dormir no sofá por um bom tempo depois dessa, mas valeu a pena, no final, acho que não acreditar tornou a surpresa ainda mais incrível. Que venham muitas mais.
Saudações Sempre Alviverdes.
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