Coração Verde e Branco
Infelizmente o campeonato vai chegando ao final e com ele nossas chances de permanência na Série A, mas hoje gostaria de conversar sobre o que vem a seguir.
Cenário atual: Um Deserto de Ideias
A chapa Coritiba Ideal, capitaneada por Renato Follador e seu G6 assumiu no final de dezembro após uma eleição prorrogada pelo apego ao poder, infantilidade e falta de senso de ridículo de algumas pessoas, e em meu ponto de vista vem mostrando uma mudança muito interessante em nossa maneira de gerir o clube, mas o grade problema desta gestão é que ela recebe o Coritiba em um deserto de ideias. O clube deixado por Samir Namur é acéfalo e incompetente, recheado de jogadores fracos e caros, mas infelizmente, devido ao momento da transição, não permite muitas modificações drástica.
Reconstrução
Dentro do pacote recebido, temos o fato de que ao final do campeonato grade parte do elenco deixará o clube devido ao encerramento dos contratos, o que em minha opinião é muito bom, haja vista que UM dos nossos erros foi querer disputar a Série A com 70% do elenco que subiu com as calças na mão de uma Série B ridícula. Se por um lado perde-se a estrutura do time, o que novamente vejo com bons olhos, já que uma estrutura fraca e fracassada, não vai possibilitar algo concreto e confiável, do outro temos que lembra que com a completa reformulação do elenco, perde-se a identificação, por isso considero interessante manter alguém para ser “o dono do vestiário”, aquele jogador que vai peitar todos os outros e mostrar o que é o Coritiba, explicar quem somos, como é nossa torcida e importância de se jogar no maior clube do Estado, e após muito refletir, eu manteria Rafinha (sem dúvidas) e Wilson (após muitas ressalvas e quem sabe com a emoção um pouco acima do normal por conta da atuação de hoje). Um detalhe a se considerar: moveria Rafinha para o meio de campo, e sim, ele pode jogar muito por ali.
A Base
Uma declaração do presidente Renato Follador que me deixou muito preocupado foi a de que usaríamos a base no Campeonato Paranaense, mas após conversar com um amigo, me foi esclarecido que sim, usaremos a base, até porque não teremos time, mas que jogadores já estavam sendo contatados e que logo chegariam para compor o elenco. Agora vamos ao planejamento.
A Base - Projeto
A grande cartada do Coritiba foi a contratação de Gustavo Morinigo, treinador acostumado a trabalhar com base e que já começou a colocar a piazada pra jogar e surpreendentemente (pelo tempo que teve), de modo muito eficaz, com isso “ganhamos” Biro, Natanael e Vermudt (que vai passar para a volancia). Fora os 3 titulares, Robinho está no grupo e deve ser aproveitado logo, Pablo Thomaz vem tendo chances e deverá ter a oportunidade de mostrar no estadual se pode ser aproveitado ou não e também já usamos Luisinho e Fogaça (que deve estar se despedindo do elenco). Não nos esqueçamos que ainda temos Kazu e alguns outros que podem começar a ter chance, como Luiz Guilherme (centroavante), Marcão e Arthur (goleiros) e Marcio (zagueiro) por exemplo, e quem sabe até o Biel se ele se ligar que não é tão bola quanto imagina, do contrário vai se enquadrar no parágrafo seguinte...
Vale lembrar que atualmente nossa base conta com um grupo de 40 atletas no Sub20 e 45 no Sub23, a grande maioria sem condições de aproveitamento, ou seja, tem muito trabalho pra fazer e ações já começaram a ser tomadas (avaliação e Penha para alguns).
É importante entender que a base é o melhor modo de ter um elenco compromissado, barato e lucrativo, então temos que investir, e as contratações de Thiago Gasparino (Gerente de Captação) e Rodrigo Pignataro (Coordenador de Formação), mostram claramente que o Coritiba finalmente percebeu isso e trouxe profissionais capacitados, ao contrário “do homem que melhor conhece a base do Coritiba”.
Convicção no Projeto
Eu ouvi diversas vezes do meu ex-treinador de Boxe, de que não existe estratégia depois que o primeiro soco entra, pois bem, aqui vai ter que ser diferente, não adianta possuir um lindo projeto, começar bem e jogar tudo pra cima na primeira derrota ou se perder o Estadual, necessitaremos de duas coisas, que vou chamar aqui de os dois desafios: CONVICÇÃO (por parte da diretoria) e PACIÊNCIA (por parte da torcida). Lembremos que estamos recomeçando do zero após 6 anos de administrações desastrosas, sendo que os últimos 3 foram catastróficos, então não entrem na conversa de politiqueiros de que com A ou B o Coritiba se salvaria, de que o rebaixamento é culpa desta diretoria, porque isso não é honesto, isso porém não quer dizer que devemos “passar o pano”, os erros deverão ser cobrados como sempre foram e como seriam com qualquer diretoria.
Eu enxergo hoje o Coritiba com um grupo muito capaz de nos colocar nos trilhos e de implementar um projeto de longo prazo. Vai dar certo? Isso apenas o tempo irá nos responder, e eu sinceramente espero que sim.
Fomentar a Paciência - Capacidade de Comunicação
Dos dois desafios citados acima, o mais difícil é manter a paciência da torcida. Vale ressaltar que o torcedor é um apaixonado, a grande maioria não se interessa pelo que acontece intramuros, quer apenas o time jogando bem e ganhando, e explicar para essa imensa nação o porque de cada passo, o que se está fazendo, onde se quer chegar e quanto tempo isso leva será primordial para evitar atritos com nosso patrimônio mais precioso, nossa apaixonada nação. Lembremos que não somos um clube de bairro com um dono, somos um clube centenário com milhares de donos e é com eles que devemos conversar. Vilson Ribeiro de Andrade teria sofrido muito menos se tivesse feito isso quando foi aconselhado.
O Discurso e a Prática
Até aqui, tudo muito bonito, como disse acima: vejo excelentes ações administrativas e no futebol (profissional e base), mas confesso que recebo com receio as 3 primeiras contratações. Não conheço Wagninho, o Santos tinha interesse em Val e Jhony Douglas teve uma passagem interessante no Paraná Clube no ano passado, mas lembremos que estamos falando de jogadores de clubes com desempenho muito ruim e que não obtiveram um grande destaque. Podem ser justificados pelo fato de que teremos que reconstruir todo um elenco, mas minha preocupação é a de que não tirem o espaço de ninguém da base, pois o Projeto Base é de imensa importância para o Projeto Geral.
Associe-se
Com a queda de receitas e a perda de visibilidade que Samir nos deu, o clube necessitará cada vez mais dos sócios, sendo assim, se você puder, colabore, lembre-se de que não existe futebol sem dinheiro, não possuímos financiamento público e a melhor maneira de cobrar é ajudando a construir.
Saudações Sempre Alviverdes.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)