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João Luiz15/11/21, 01h05
Coração Verde e Branco

Roteiro de filme

Sabe aqueles filmes bem manjados onde o herói passa por muitas dificuldades, mas que você tem certeza que no final tudo vai dar certo? Pois bem, foi exatamente isso o que vimos hoje no Couto Pereira.

Estádio cheio, cheio não, lotado, completamente lotado por Coxas Brancas que foram ao Alto da Glória empurrar o Coritiba pra cima do Brasil de Pelotas, e o final não poderia ser melhor; Coritiba 2 x1 Brasil/RS

Durante nossa live de Pré-jogo de ontem, eu alertei para o risco da ansiedade tomar conta dos jogadores ou mesmo da torcida e que isso passasse pra dentro do campo, evitando deste modo um resultado positivo, mas isso felizmente não aconteceu, o que se viu foi uma descarga de energia positiva em níveis colossais, algo tão absurdo que jogadores não conseguiam dar entrevistas para a TV.

A Grande Batalha
O Coritiba inicia a partida na garganta do adversário, com marcação alta e atacando o tempo todo, porém, apesar da boa organização, o time alviverde abusa das bolas alçadas na área, o que facilita a marcação do time gaúcho, mesmo assim, no primeiro tempo temos 3 bolas na trave e um pênalti, o qual em minha opinião foi muito mal anulado. O adversário sabe dos perigos do time Alviverde e literalmente encaixota o artilheiro Léo Gamalho, a fim de evitar que ele balance novamente suas redes.

O segundo tempo começa com o Coritiba na mesma toada; embalados pelos mais de 28.000 torcedores que não param um minuto sequer, e contando com atuações muito acima da média de Robinho e Rafinha, este último um monstro no jogo e fazendo exatamente o que eu falei na live de ontem, jogando solto, partindo pra cima e armando quando necessário. Não tinha como o gol não sair, e ele veio com nosso vice-artilheiro, o contestado e por vezes injustiçado (mesmo por mim), Wagninho. Cobrança de escanteio perfeita de Robinho e o camisa 13 meteu a cabeça preta na bola branca que foi morrer no fundo da rede adversária. Uma cabeçada perfeita que fez o Couto Pereira explodir de alegria.

Nas câmeras de TV, uma torcida ensandecida, sorrisos largos e satisfeitos, a festa se torna ainda maior.

Com o 1x0 no placar o Coxa tira o pé e começa a dar a bola para o adversário, porém, em um lance bobo, no finalzinho do jogo, o Brasil/RS consegue um pênalti e empata a partida.

A tensão se torna palpável, é possível ver a seriedade nos olhos dos jogadores, os torcedores, antes com sorrisos abertos, agora tem os cenhos franzidos, mas não param de cantar, parecem sentir a obrigação de empurrar o time pra cima, de forçar o segundo gol, a vitória tem que vir, custe o que custar. Não são 11 guerreiros, são mais de 28.000, cada um com sua função. A guerra definitivamente não acabou para eles.

48 minutos, João Vitor, atleta que teve muitos problemas durante o ano, parte pela direita dribla o adversário e cruza, a bola é afastada e vai para o lado esquerdo, outro Menino do Couto, Guilherme Biro, joga a bola novamente na área, Willian Alves, outro jogador extremamente criticado, ajeita e Léo Gamalho faz o papel de herói do filme e marca seu 16º gol no campeonato.

O Couto Pereira volta a explodir, jogadores sentem o Gigante de Concreto Armado tremer, um terremoto de alegria formado por torcedores apaixonados que pulam nas arquibancadas do estádio mais tradicional do Paraná, uma chuva de cerveja cai sobre várias pessoas, não há brigas, estranhos, amigos e familiares se abraçam e comemoram, pais levantam os filhos; talvez ainda não entendam que um dia essas crianças vão contar a história deste e de diversas outras partidas para seus filhos; que um dia vão levar novas crianças ao estádio e dar continuidade a maior torcida do Estado e com certeza, uma das mais maravilhosas do mundo.

O juiz apita pela última vez, jogadores se abraçam, correm para perto da arquibancada para celebrar com a nação que grita ainda mais alto. A sinergia é absurda, todos entendem que novamente a equipe foi formada de jogadores e torcedores, e definitivamente foi essa combinação que gerou mais um resultado positivo.

O acesso está praticamente garantido, quem sabe o título ainda venha nos próximos capítulos…

Saudações Sempre Alviverdes

João Luiz

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