De Boca Aberta
No domingo aconteceu algo que todos, de certa forma, já esperavam, o Coritiba cravou na história dos confrontos atleTIBAS, mais uma vitória dentre as muitas que constam nesta contagem.
Mas foi em uma conversa com um amigo que surgiu uma curiosidade, você já parou para analisar o comportamento de nós, torcedores, especialmente durante a comemoração de um gol, mais ainda, se este gol é contra um histórico rival?
Antes de falar sobre este assunto, vamos pensar um pouco no cenário que antecede este momento; Você já parou para admirar o Couto Pereira? Ele é um gigante de concreto armado, como descrevia com perfeição o saudoso Lombardi Jr., que, especialmente em dias de jogos, faz com que crenças, raças, classes sociais, homens e mulheres, deixem de existir, para todos serem vistos apenas como Coxas-Brancas.
Quem nunca parou e ficou olhando para o Couto, ali na esquina do bar ou em outras esquinas, tomando sua bebida, meio que prestando uma pequena homenagem em silêncio, reparando em como nos sentimos parte dele, sua voz, sua vibração, percebendo como ele vai ficando ainda mais imponente conforme a sua enorme torcida vai chegando, fazendo o seu barulho, aquecendo seu entusiasmo.
Então você entra no estádio, escolhe um lugar onde será o seu espaço nas próximas horas, aí começa a surgir a tal curiosidade que comentei lá no início do texto, ao seu redor estão os outros Coxas-Brancas que, como você, estão ali pelo mesmo motivo, aquele motivo que nos une, ali dentro, aquela guerra no campo é a nossa guerra, nossas reações são iguais, e lembrem-se, são milhares de pessoas que vibram ao mesmo tempo, se preocupam ao mesmo tempo, e entram em êxtase ao mesmo tempo.
A hora do gol é um momento especial e, aquelas pessoas que você nunca viu, são as pessoas que, involuntariamente, te abraçam e te cumprimentam com mais intensidade que até mesmo uma festa entre amigos na virada do ano, ou seja, aqueles desconhecidos se tornam cúmplices do seu sentimento e são as melhores pessoas que podem compartilhar deste momento de alegria contigo.
O médico e filósofo indiano, Deepak Chopra, diz que, "Seja qual for o relacionamento que você atraiu para dentro de sua vida, numa determinada época, ele foi aquilo de que você precisava naquele momento".
Mas, uma hora o show precisa acabar, os artistas se retiram do palco, as luzes vão se apagando e, aquelas pessoas que compartilharam e vibraram com sua alegria, se perdem na multidão que vai embora e a felicidade daqueles momentos se eternizam em uma lembrança que irá ficar na sua memória para sempre.
Enfim, espero que, na sua próxima ida ao estádio, você se lembre desta história e perceba que você faz mais parte dela do que imagina, esta é sua história.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)