
De Torcedor pra Torcedor
Não, não me refiro ao seriado policial norte-americano.
Refiro-me ao prazo que o presidente Vilson Ribeiro de Andrade dispõe para decidir qual a divisão que ele quer ver o Coritiba disputar em 2014.
Na verdade são algumas horas a mais do que o título faz referência, mas a cada minuto que passa, menos esperanças de permanência na Série A remanescem.
No post anterior fiz uma breve abordagem sobre os DOZE atacantes que o Coritiba tem a sua "disposição".
É fato inegável que o ataque do Coritiba não existe. Bill é a personificação de um arremedo de jogador de futebol, mas ele não tem culpa de estar aqui. O responsável por essa atrocidade à história Coritibana é toda daquele que empunhou a caneta e assinou o seu contrato.
Fui buscar nas fichas técnicas das últimas partidas para encontrar o último gol anotado por um atacante do Coritiba. Depois de um entra e sai em diversas páginas encontrei: o gol solitário de Júlio César contra o Vitória no dia 28 de agosto, na segunda partida da fase nacional da Copa Sulamericana.
De lá pra cá praticamente somente o meia Alex tem feito o que pode para evitar um vexame maior. Os demais jogadores, sejam do ataque ou não, sequer esboçam reação.
Não lembro muito bem qual tenha sido exatamente a minha primeira partida no Alto da Glória. Em meio a tantos jogos medíocres do clube à época, ela aconteceu no início da pior década da história Alviverde, a de noventa.
Foram anos terríveis e jogadores da pior capacidade técnica possível que vestiram esta tão importante camisa. O clube beirava a falência e os adversários que pisavam o gramado do Alto da Glória eram do nível de Barra do Garças/MT, Central de Caruaru/PE, Goiatuba/GO (com todo o respeito).
Se faltava dinheiro, técnica ou seja lá o que fosse, não sobrava esperança de dias melhores e, dentro da medida do possível, espírito de luta, de buscar suplantar a má fase.
Se hoje não há comparação com aquela fase trágica da história do clube, de uma coisa eu tenho saudade: do espírito de luta, de buscar suplantar a má fase.
Nem nos piores momentos das partidas que acompanhei vi o time Coxa-Branca tão entregue, tão sem vida como este de 2013. O que se vê é um grupo de jogadores que não sabem o que fazer, sem poder de reação, sem capacidade psicológica para controlar seus nervos e pensar nas jogadas.
Em 2012 o time Coxa-Branca flertou com a ZR. A derrota para a Portuguesa no Canindé pelo placar de 3x0, no dia 05 de setembro, foi a gota d'água para que houvesse a substituição no comando técnico da equipe e com ele se criasse o tal fato novo.
Entretanto, o tal fato verdadeiramente novo havia se dado no dia anterior, quando o Coritiba anunciou a contratação do atacante Deivid. Esse o principal responsável por dar força ofensiva à equipe, livrando-a do vexame ao final do ano.
Em 2013 os mesmos erros na formatação do plantel. Com Deivid fora de combate em virtude de uma séria lesão (agora sem previsão de retorno), uma coisa é certa: se não houver a repetição do verdadeiro fato novo, ou seja, a contratação de pelo menos um atacante verdadeiramente consagrado, o Coritiba não escapará, até porque o fato novo paliativo, aquele da troca do comando técnico, se deu recentemente com a chegada de Péricles Chamusca.
O presidente Vilson Ribeiro de Andrade tem em suas mãos a escolha entre gastar o que "não tem" ou "não poderia" até sexta-feira ao trazer um atacante do quilate técnico do Deivid ou o preço de disputar uma nova Série B será cobrado a partir de dezembro.
Duas opções se mostram como possíveis soluções: Rafael Moura - atualmente jogado às traças no Internacional de Porto Alegre ou Marcos Aurélio - marcando gols pelo Sport Recife.
Custaria um caminhão de reais para trazê-los? Sem dúvida. Mas nada será pior que o completo abandono do quadro associativo do clube, perda de receitas, perda de cotas de TV, etc, que um novo rebaixamento certamente trará.
Tic Tac, Tic Tac...
Não, não é o estilo de jogo da seleção espanhola. É o som oriundo do relógio pendurado no gabinete do presidente Alviverde que remete à exclusão de cada segundo na tarefa de contratar e registrar um atacante dentro do prazo.
Antes que o mesmo som se transforme no contador de uma bomba relógio...
Corra Vilson... corra!
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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