
De Torcedor pra Torcedor
Ao contrário do que se pudesse supor, o título desta coluna não se refere expressamente ao resultado da partida de ontem entre Coritiba x Flamengo/RJ pela Copa São Paulo de Futebol Jrs, apesar de reconhecer que a equipe rubro-negra da Gávea conta com jogadores de raro talento - como há um bom tempo não se via na "Copinha".
Os meninos do Alto da Glória foram eliminados pelo melhor time da competição e não há demérito nenhum nisso, pelo contrário, a rapaziada Alviverde está de parabéns porque em nenhum momento deixou de buscar a vitória, sempre com muita garra e lealdade.
Mesmo perdendo por 6x2, em momento algum eu vi qualquer jogador Coxa-Branca sendo violento com seus adversários - os meninos caíram em pé, diante da melhor qualidade técnica do adversário. O fair play Coxa-Branca, registre-se, foi bem diferente da truculência de outro time rubro-negro que, simplesmente, desfalcou a equipe Alviverde para o confronto contra os cariocas - coisas da bola: bateram, mas voltaram para casa mais cedo.
A imagem que fica e serve como um retrato fiel da seriedade desta meninada do Alto da Glória fora registrada momentos antes das cobranças de penalidades máximas contra o tal time truculento que há pouco mencionava: o jogador Rafinha - mesmo seriamente contundido em seu tornozelo -, entrou em campo amparado por seus companheiros, pulando num pé só, para conferir seu apoio àqueles que decidiriam a sorte da série de penalidades - uma verdadeira mostra da raça e da Alma Guerreira que esta equipe demonstrou ao longo da competição.
Ao treinador Marquinhos Santos, aos jogadores Alviverdes e aos dirigentes responsáveis pelas categorias de base do Coritiba registro os meus parabéns pelo exemplo de amor à camisa verde e branca.
O 6x2 a que me refiro remete-se ao ano de 1999, mais precisamente no dia 09 de maio, numa partida disputada no Estádio Erton Coelho Queirós - a Vila Olímpica do Boqueirão, entre P. Clube x Coritiba.
Já manifestei minha mais sincera opinião sobre os confrontos contra o time tricolor, afirmando que, sob a minha ótica, que não há sentido em elevar este jogo à categoria de clássico.
Deixei claro, naquela oportunidade, o desconforto que ainda sinto - fruto dos resultados fatídicos que presenciava em várias oportunidades que o time verde e branco enfrentava o tricolor.
Contudo, não posso deixar de reconhecer que naquela época, o clube adversário montava equipes tecnicamente melhores do que aquelas que representavam o mais tradicional clube do futebol paranaense, talvez em virtude de um poderio econômico que ainda existia nos lados tricolores e que era inexistente no Alto da Glória.
Quem presenciou os confrontos contra o P. Clube na década de 90 sabe do que estou falando. Era complicado assistir um clube recém nascido nos suplantar com tanta frequência e de forma inapelável como aqueles 6x2 ou os 6x1 aplicados no dia 06 de abril de 2002.
As gozações de torcedores rivais, acostumados em ver seus ex-times - Colorado e Pinheiros - sempre sucumbindo contra o Coritiba, passaram a ser corriqueiras, oportunidades em que se refestelavam com a novidade, arrotando uma superioridade que, se momentânea, naqueles anos parecia interminável e intragável.
Passada outra década, tudo voltou ao normal: a dupla atleTIBA voltou à hegemonia do futebol paranaense, disputando a cada ano, o título da temporada estadual.
O clube tricolor não é nem sombra daquele visto na época de seu surgimento - este fato até mesmo seus dirigentes e torcedores não contestam. O poderio econômico não mais existe e as equipes formadas, ano após ano, não se aproximam dos bons jogadores que o time Coxa-Branca já teve que enfrentar.
O torcedor alimenta-se de números, conquistas e motivos para 'tirar uma onda' com os adversários.
No confronto entre os Alviverdes e tricolores é inegável que os primeiros têm muitos mais motivos para sorrir da última década para cá. No entanto, os números que ficam pelo caminho deste confronto ainda indicam estes dois reveses altamente desfavoráveis.
Neste domingo, eles mais uma vez se enfrentarão. A digressão histórica serve como comparativo para explicar o que espero deste confronto.
Deixo como referência para análise as últimas escalações de ambos os times e a posição que ocupam na tabela da competição:
P. Clube: Luis Carlos, Paulo Henrique, Onildo, Rafael Vaz e Henrique; Javier Mendez, Luiz Camargo, Alan e Taianan; Chimba e Tito.
Coritiba: Edson Bastos; Jeci, Emerson e Pereira; Jonas, Leandro Donizete, Léo Gago, Rafinha e Eltinho; Marcos Aurélio e Leonardo.
1º Coritiba
2º Roma
3º Iraty
4º C. Paranaense
5º Arapongas
6º A. Paranaense
7º Rio Branco
8º Cianorte
9º Operário
10º Paranavaí
11º Cascavel
12º P. Clube
Não posso esconder a expectativa de que, finalmente, a partir das 19h00 deste próximo domingo, passe a contar com mais um argumento quando das conversas com os rivais tricolores: a marca da maior goleada no confronto.
Não haverá oportunidade mais propícia, creio.
Como 'agravante' e que sirva como combustível extra para que o time Alviverde busque incessantemente um resultado altamente expressivo, o atual treinador Coxa-Branca Marcelo Oliveira é visto pelos tricolores como o início da ruína Alviverde no que tange a sua recuperação alcançada na temporada de 2010.
Mais um motivo para um 'cala boca' nos tricolores?
Que a resposta seja dada em campo - é o que os torcedores Alviverdes esperam!
É claro que cada jogo tem a sua história e é sempre preciso respeitar o adversário, porém, se existia uma 'lógica' das melhores equipes tricolores vencerem expressivamente os times Alviverdes menos favorecidos tecnicamente no passado, que esta mesma 'lógica' se inverta e passe a sorrir para o lado Alviverde.
Já é tempo!
Raça Verdão, você é campeão!
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)