
De Torcedor pra Torcedor
A quatorze rodadas para o término do Campeonato Brasileiro aquele clube esfacelado em 06/12/2009 figura como um dos candidatos à conquista de uma das vagas para as disputas da Taça Libertadores da América em 2012, e este fato por si só - a imediata recuperação institucional - já é motivo para justas comemorações.
Mas o torcedor Coxa-Branca quer (e merece) ainda mais. Caso a equipe Alviverde obtenha a sua classificação ao mais importante torneio das Américas, certamente gravará seu nome na história, vindo, como bem salientado por René Simões, Do Caos ao Topo - Uma Odisséia Coxa-Branca, agora, pela segunda vez.
Até o Atletiba da 38ª rodada, o time Coritibano terá sete compromissos perante a sua torcida, quando enfrentará alguns concorrentes diretos, como é o caso de Flamengo e Santos. 'Visitará' outros três postulantes às vagas do torneio continental: Fluminense, São Paulo e Palmeiras e buscará superar todas as adversidades para atingir um objetivo dificílimo, mas absolutamente possível de ser alcançado.
Já escrevi neste espaço que, a meu ver, a queda de rendimento do time Coxa-Branca, tomando como referência o estupendo primeiro semestre do ano, iniciou-se com a saída de Davi do time titular. Este jogador ao lado de Rafinha, com Marcos Aurélio mais avançado juntamente com o camisa 9, foi um dos pilares que garantiam o implacável 'poder de fogo Alviverde'.
Sem Davi, Tcheco ocupou-se da função, sem, contudo, oferecer ao time a mesma velocidade que seu antecessor.
Particularmente sou fã do futebol de Tcheco. Vejo neste brioso jogador aquilo que falta para a maioria dos boleiros: comprometimento e honra - o episódio do dedo deslocado ilustra bem a que me refiro. Mas Tcheco não é 'só' raça, é talento também - cadencia a partida, é exímio cobrador de bolas paradas e tem ótima visão de jogo.
Mesmo sendo um excelente jogador, acaba por imprimir uma outra característica ao time, restando a armação de jogadas em velocidade somente ao incansável Rafinha - o que já foi percebido pelos treinadores adversários, quando determinam a 'dobra' da marcação em cima do camisa 7.
Assim, se Tcheco busca cadenciar a partida e Rafinha se encontra extremamente marcado, a bola não chega com qualidade ao ataque, haja vista nossos laterais também não terem no apoio os seus pontos fortes.
Bill fica isolado em meio a dois ou três zagueiros adversários e o Coritiba encontra dificuldades para fazer a transposição da bola do meio campo para o ataque.
É aí que entra a 'chave' para que o Verdão reencontre aquele futebol que surpreendeu o país, entrando definitivamente na luta por uma das tão almejadas vagas para a Taça Libertadores: Marcos Aurélio.
O assunto não é novo, embora constantemente tenha a sua importância renovada. Os blogueiros Gibran Mendes e Ricardo Honório, entre outros, e com muito mais precisão, já enalteceram as qualidades e importância deste talentoso atleta.
É notório que o inconfundível bom futebol praticado por Marcos Aurélio só aflora quando atua com sua capacidade física na mais perfeita ordem. Ao sair do time titular para tratamento de uma séria lesão, todos sabíamos que após o seu retorno o jogador necessitaria da paciência dos torcedores para, jogo após jogo, voltar à boa forma, marcando muitos gols, sendo decisivo nas difíceis partidas do campeonato nacional.
Mesmo que já tenha decorrido um bom número de jogos após ter retomado a sua titularidade, o jogador ainda não fez uma partida no 'padrão' Marcos Aurélio, sendo exatamente esta 'peça fora dos eixos' que atualmente tem comprometido o bom rendimento do ataque mais positivo do Brasil em 2011.
O que estaria ocorrendo com o 'craque do time'? Estaria jogando fora de sua real posição? Estaria ainda se sentindo desconfortável com o treinador Marcelo Oliveira em virtude das queixas que fizera quando substituído? Estaria 100% recuperado clinicamente, a ponto de novamente ter na explosão muscular uma de suas maiores aliadas?
Não tenho respostas para estes questionamentos, mas tenho uma única certeza: se Marcos Aurélio conseguir ajustar a sintonia fina que precisa ter com os seus companheiros dentro de campo, o Coritiba entrará muito, mas muito forte nesta reta final da competição.
Voltando a ser aquele jogador decisivo, utilizando-se da principal característica do centroavante Bill - o pivô que este executa como poucos - para arrematar mais a gol e dividindo com Rafinha a responsabilidade de levar o Coxa ao ataque, as chances de voltarmos a dar um 'giro pela América' deixarão de ser apenas sonho para se transformar num belo presente de final de ano.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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