
De Torcedor pra Torcedor
O maior (e único) clássico do futebol paranaense tem a magia de transformar o ambiente da capital do Estado. É assim há 87 anos e esta semana parece ter encontrado o seu momento mais expressivo.
Se do lado rubronegro uma certa dose de desesperança toma conta, em virtude do time da baixada não depender somente de si para alcançar seu objetivo de permanecer na elite do futebol brasileiro, do lado Alviverde é grande a expectativa de uma simples vitória para carimbar o passaporte para a disputa do mais importante torneio do continente em 2012.
A procura de ingressos sempre é acirrada para este que é o maior evento esportivo do Paraná. Quando das partidas no Alto da Glória a torcida rubronegra disputa ferrenhamente a aquisição da pequena carga de ingressos colocadas à disposição, fenômeno que ocorre com ainda mais intensidade com a torcida Coxa-Branca quando dos jogos no reduto rival, haja vista o número de bilhetes ser ainda menor.
Diante de tão grande disputa pelos valiosos ingressos, tornou-se comum a formação de filas no entorno do Estádio Couto Pereira, situações nas quais os torcedores literalmente armavam acampamento, ficando dois, até três dias/noites aguardando o momento de adquirir seus bilhetes.
Lembro de ter 'dormido' nas filas dos Atletibas de 2008 .
Os momentos vividos nas duas oportunidades foram marcados por boas risadas, confraternização e alegria.
Porém nem tudo foi 'festa'. Falta de segurança, falta de organização e a má educação daqueles que não têm a menor consciência do que é viver em sociedade - os chamados 'furões' - faziam com que os momentos cruciais que precediam o início da venda dos ingressos se tornasse palco de verdadeiras guerras, fosse no empurra-empurra ou no 'confronto' com policiais.
Neste ano, inclusive, o momento da maior desorganização dentro e principalmente fora do estádio. Aqueles que passaram pelos momentos de extrema tensão no empurra-empurra que precedeu a entrada no Estádio Couto Pereira, sendo alguns dos 'privilegiados' que iriam adquirir os ingressos, enfrentaram a distribuição desorganizada de senhas, a aglomeração sufocante num dos corredores da reta da Rua Mauá e a formação de uma outra fila para só então passar pelos portões que davam acesso aos pontos de venda.
Enquanto isso, fora do estádio o barulho de explosões das bombas de efeito moral e balas de borracha, que eram direcionadas àqueles que não conseguiram passar para a 'segunda fase' na disputa pelos valiosos bilhetes, marcava o som do desespero.
Por sorte consegui os ingressos nas duas oportunidades, mas depois desta última tomei a decisão de não passar novamente por aquilo tudo tão cedo - é desumano.
Após ter adquirido o ingresso, ao chegar em casa, tomei a liberdade de enviar um e-mail ao vice presidente Vilson Ribeiro de Andrade reportando todos os lamentáveis acontecimentos, recebendo prontamente uma gentil resposta pela qual se comprometia em apurar todos os fatos narrados, afirmando que aquela teria sido a última vez que a venda dos ingressos seria feita daquela forma.
Oito meses se passaram e a aproximação deste sensacional Atletiba deu origem à apreensão dos torcedores quanto à forma pela qual os ingressos seriam comercializados. E eis que os associados Coxas-Brancas receberam a ótima notícia de que desta vez tudo seria feito de forma eletrônica, sem que houvesse a necessidade de passarem por todo aquele verdadeiro martírio que marcou as oportunidades pretéritas.
Com pequenos percalços, é verdade, como sistema congestionado, dificuldade de comunicação com as Operadoras de Cartão de Crédito, etc, a modalidade de venda eletrônica foi um avanço considerável, além do cumprimento do compromisso assumido pelo vice presidente Alviverde.
Não há dúvida que sempre haverá alguém descontente com esta ou aquela forma de venda, até porque a grande demanda é que gera os aborrecimentos, contudo, conseguindo ou não a aquisição dos bilhetes, não há como mencionar que o simples fato de não estar exposto às mais diversas formas de provações físicas e morais para a compra de um mísero ingresso configura-se como uma medida merecedora de todos os elogios.
Muita coisa pode ainda ser melhorada, sem dúvida, mas esta forma de valorização e respeito dirigida aos associados Coxas-Brancas é mais uma prova do profissionalismo que dia-a-dia está sendo implantado no Coritiba Foot Ball Club.
Registro os meus cumprimentos a todos os funcionários envolvidos neste projeto de venda eletrônica dos ingressos, bem como agradeço ao vice presidente Alviverde por ter absorvido todas as críticas , fazendo das mesmas o ponto de partida para a solução de mais um problema recorrente no Alto da Glória.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
facebook
twitter.com/percycoxa
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)