
De Torcedor pra Torcedor
A noite do dia 28 de abril de 2011 foi o momento escolhido pelos deuses do futebol para pregar a justiça em solo verde e amarelo.
No Estádio Centenário, em Caxias do Sul/RS, o Coritiba Foot Ball Club alcançou a marca de vinte e duas vitórias consecutivas no futebol brasileiro - algo que será muito difícil de ser igualado.
Este feito é expressivo por si só, mas no caso do Coritiba - um clube que há 16 meses estava em frangalhos, jogado à segunda divisão do campeonato brasileiro, condenado à MAIOR pena imposta a uma agremiação de futebol no Brasil, com um reduzido número de sócios que não abandonaram a instituição -, a façanha é ainda maior, heróica, até.
A história de resgate do orgulho do torcedor Coxa-Branca pode ser resumida a um livro de muitas páginas, importando destacar as vinte e duas mais recentes.
Disputar sessenta e seis pontos e ganhá-los é algo assombroso. Pouco importa o renome, a qualidade, a grandeza dos adversários que ficaram para trás.
Aliás, é completamente insana, descabida e ridícula a argumentação quanto à qualidade dos adversários enfrentados ou a 'fragilidade' apontada por muitos 'entendidos' quanto ao campeonato paranaense.
Este tipo de argumentação é a prova contundente do recalque, da inveja e da incapacidade desportiva de reconhecer, num clube que está sendo reconstruído, a grandeza dos resultados alcançados num exíguo espaço de tempo.
Menosprezar as dificuldades inerentes a qualquer campeonato estadual ou os adversários suplantados até aqui pela Copa do Brasil, como se os demais estaduais pelo país fossem infinitamente superiores é um disparate, uma insanidade.
Acaso o campeonato paranaense fosse realmente tão 'fraco' assim, por que dois dos nossos times estão entre os oito melhores da Copa do Brasil, lembrando que o Coritiba venceu este mesmo adversário com duas goleadas?!
Os campeonatos paulista e carioca - 'infinitamente superiores' que o paranaense -, classificaram, cada qual, a mesma quantidade de clubes para a fase decisiva da competição nacional. Somos realmente tão 'fracos' assim?
Dentro de campo, a cada 90 minutos, é 11 x 11 e tudo pode acontecer. Importa destacar que em toda esta série de vitórias, o Coritiba saiu somente duas vezes atrás do marcador, quando perdia para o ex J. Malucelli, no Barigui e para o Atlético/GO, no Serra Dourada - uma prova inequívoca do acerto tático da equipe de Marcelo Oliveira, que costuma ter as rédeas das partidas em suas mãos.
A verdade é que sejam entre os rivais ou os eternos céticos quanto à grandeza do Coritiba, a não comprovação da teoria de que o dia 06/12/2009 representaria o início da extinção do clube, acaba por lhes tirar o sono. O desprazer acumulado a cada triunfo Alviverde provoca-lhes úlceras de inveja e alimentam a voracidade de voltar a criticar tão logo ocorra a primeira derrota verde e branca.
Nós, os Coritibanos, não devemos entrar nesta 'pilha'. Devemos curtir cada segundo dessa maravilhosa parte da história que vem sendo escrita com tanta alegria e competência.
Não devemos aceitar fazer parte de uma cobrança a que querem nos submeter. O Coritiba não tem a obrigação com a vitória, como se ela fosse algo maior do que realmente é: o triunfo sobre o adversário de cada ocasião.
Não precisamos provar nada para ninguém. Deixemos que nos desdenhem e enquanto se incumbem dessa atitude negativa, que saibamos admirar aquilo que temos nas mãos e é tão invejado pelos críticos.
Quando a derrota vier, que aplaudamos com o mesmo entusiasmo que frequentemente dispensamos à série de vitórias, até como uma forma de grandeza e agradecimento por tudo o que já fora conquistado.
Antes de enfrentar o Palmeiras/SP pela Copa do Brasil, teremos a oportunidade de confirmar a invencibilidade no campeonato paranaense, diante do Cianorte/PR, no próximo domingo. Com respeito e humildade, vamos em busca deste ideal.
Depois será outra história. Acaso não passemos pelo time paulista, que tenhamos a consciência, desde já, de que estas 22 páginas escritas até aqui ficarão para a eternidade - ninguém conseguirá arrancá-las do nosso livro centenário.
Particularmente acredito na conquista da Copa do Brasil. Sem pressão, focando no jogo a jogo, respeitando todo e qualquer adversário, mas, sobretudo, continuando a jogar com a mesma alegria, creio que neste ano o doce sabor das conquistas não se resumirá ao Bicampeonato Paranaense.
Por fim, deixo o apelo: torcedor Coxa-Branca procure a Central de Relacionamento com o Sócio, anexa ao Estádio Couto Pereira e venha fazer parte deste todo verde e branco.
Tendo como base a grandeza dos números alcançados dentro das quatro linhas, não contar com pelo menos 30 mil sócios até o início do Campeonato Brasileiro será verdadeiramente vergonhoso para nós - os torcedores.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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* Agradeço ao Coritibano, Bruno Massinham, pela produção da imagem que ilustra este post.
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