
De Torcedor pra Torcedor
No dia 06/12/2009 o Coritiba sofreu o seu mais duro golpe em 100 anos de existência.
Ao contrário do que se poderia imaginar, ele não representou o 'fim' da instituição, como muita gente previa.
Da castástrofe, comandado por um verdadeiro líder chamado Vilson Ribeiro de Andrade, o Coritiba ressurgiu pelo trabalho de todos os seus dirigentes, funcionários e atletas.
Enfrentando a saga de não poder jogar no Estádio Couto Pereira por diversas partidas, seja pelo Campeonato Estadual ou pelo Campeonato Brasileiro da Série B, o time verde e branco deu uma verdadeira aula de comprometimento com o ideal de reconstrução - Campeão Paranaense (com somente uma derrota) e Campeão da Série B 2010, os títulos serviram como bálsamo para as feridas profundas e recém abertas.
Mais do que os títulos, a confiança voltava diante de um trabalho sério, honesto, dedicado e profissional nunca antes visto nas estruturas da combalida instituição - cansada de tanta incompetência, vaidades, desapego à causa verde e branca.
Iniciava-se o ano de 2011 e o Coritiba se mostrava avassalador. Bicampeão estadual (invicto), detentor do recorde mundial de vitórias consecutivas, a equipe Alviverde fez boa parte da mídia esportiva nacional se curvar ao trabalho obstinado implantado no Alto da Glória.
A dura lição sentida no ano do centenário mostra-se responsável pela transformação administrativa que inegavelmente se faz presente no Coritiba.
Entretanto, todos estes fatos, amigo leitor, já estão no passado, mesmo que este seja um passado recente.
A história está contada e não há nada que possa apagá-la, nem mesmo o momento de pequena instabilidade que o time apresentou em campo nas últimas três partidas.
Importa, neste momento, ver o Coritiba escrever novas e gloriosas páginas de sua história e é aí que a somatória de forças poderá alçar o clube à condição de finalista da Copa do Brasil.
Sou um otimista por natureza. Vejo a derrota contra o Atlético/GO como mais um capítulo da saga que nos levará à nova conquista nacional e explico:
Estreia do Coritiba no Campeonato Brasileiro. Mesmo que torcedores (com direito) e jogadores (sem este mesmo direito) só pensassem na partida da próxima quarta-feira contra o Ceará, caso o Coritiba enfrentasse um dos chamados 'clubes grandes' do futebol brasileiro, as chances de triunfo Alviverde se intensificariam.
É evidente que um destes clubes de maior projeção não viria ao Estádio Couto Pereira com a mesma proposta apresentada pelo time rubronegro goiano, mesmo que este mereça, de igual forma, todo o respeito que o esporte requer.
O maior exemplo disto foi a partida contra o Palmeiras/SP pela Copa do Brasil: os paulistas vieram 'de peito aberto', jogando e deixando jogar, e quando viram o placar já apontava a goleada.
Caso repetíssemos a vitória contra um destes 'grandes', não teríamos experimentado as dificuldades enfrentadas contra os goianos, sem nenhum menosprezo, friso.
Era evidente que o adversário que enfrentamos na estreia do Brasileirão 2011 não viria jogar aqui lançando-se ao ataque sem ter na prudência a sua premissa básica.
O 'Dragão' apostou num contra ataque e deu certo - mais uma lição que fica para os jogadores e comissão técnica Coxa-Branca - e que oportuna lição.
Não tenha dúvida, amigo, o treinador do Ceará não deixará de exibir o vídeo da partida entre Coritiba x Atlético/GO para seus comandados. Certamente ele orientará: "Estão vendo como parar o Coritiba? Entrem em campo e façam exatamente isso que foi feito pelos goianos"!
Cabe ao treinador Marcelo Oliveira utilizar este mesmo vídeo para encontrar as falhas cometidas pela equipe Alviverde, corrigi-las a tempo para que a surpresa não volte a rondar o Alto da Glória e conscientizar cada um de seus atletas que o momento requer profunda concentração, sem que haja o menor espaço para afobação.
Infelizmente (ou felizmente se pensarmos na lição que ficou), o Coritiba perdeu a tranquilidade para se reorganizar diante dos goianos, especialmente a partir da abertura do placar. Só correria não basta. É preciso preparar o time tática e mentalmente para retomar as rédeas da partida, mesmo que, se porventura, venha sofrer um gol dos cearenses.
O momento requer tranquilidade e concentração. A lição de domingo, embora de menor intensidade que a de 2009, poderá, de igual forma, elevar o nome do Coritiba no cenário nacional.
As lições servem pra isso!
Conclamo os irmãos e irmãs Coritibanos para que compareçam ao Estádio Couto Pereira nesta noite que promete ser histórica para o Coritiba.
Tal qual haverá a necessidade dos jogadores se mostrarem tranquilos e confiantes dentro das quatro linhas, nós nas arquibancadas precisaremos nos utilizar dos mesmos ingredientes, criando uma sinergia indestrutível dentro do nosso território.
Tenhamos todos a consciência de que cada palma, cada grito de incentivo é que fará a diferença. Se o jogador Coxa-Branca acertou a jogada, aplauda-o. Se errou, multiplique o seu incentivo, apoie-o, carregue-o nos braços para que mais tarde este mesmo jogador possa estar carregando nos seus a taça da Copa do Brasil. Caso pense em vaiá-lo, seja por um segundo sequer, pense nisto.
"Vamos, vamos meu Verdão! Vamos não pare de lutar! Vamos em busca da vitória, em busca da vitória, eu vim pra te apoiar"!
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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