
De Torcedor pra Torcedor
Quase que a totalidade dos prognósticos feitos Brasil afora apontam para a vitória do Fluminense diante da equipe Coxa-Branca, logo mais, no estádio Engenhão.
É certo que, por defender a liderança do difícil Campeonato Brasileiro, por jogar em casa necessitando da vitória para se recuperar na competição, por contar com jogadores de alta capacidade técnica e também por que não dizer, por ter ao seu lado a conivência da ridícula arbitragem nacional, o time das Laranjeiras é o franco favorito para a conquista dos três pontos.
Ouso discordar desta previsão.
O futebol prega surpresas e não foram poucas as vezes que a equipe vista como amplamente favorita saiu de campo derrotada.
Esta noite pode ser mais uma. O Fluminense é tão favorito, mas tão favorito, que sinto um cheiro de vitória Coxa-Branca no ar.
Esse pensamento, embora na prática possa realmente se resumir a isso, não é mero palpite de torcedor.
Acredito na vitória Coritibana tendo como base a transformação pela qual a equipe passou desde que dirigida pela dupla Marquinhos Santos & Tcheco.
Os números estão à mostra para que uma melhor análise possa ser feita, mas é absurdamente flagrante o crescimento de produção do time verde e branco.
Afastando-se do pragmatismo e conservacionismo extremos, chegando à simplicidade, arrojo e bom posicionamento, o "onze" Coxa-Branca se mostra uma equipe bastante equilibrada em seus setores .
O que se vê em campo é uma melhor distribuição dos atletas, cada qual na sua real posição, muitos deles rendendo infinitamente mais por atuar "na sua" - o caso de Gil é o mais emblemático.
Contando com a convocação de Dênis - um prata da casa que incompreensivelmente não tinha espaço com o antigo treinador; com a repetição da escalação de Luccas Claro; com a confiança passada a Victor Ferraz e tantas mudanças positivas, o time Coritibano novamente se encaixou e ganhou uma nova característica: a frieza.
Estive em Araraquara para acompanhar a terceira final do ano contra o Palmeiras. Confesso que deu gosto de ver a distribuição do time em campo e a inteligência de saber esfriar o jogo, tirando o adversário do sério - tudo o que nos faltou na final da Copa do Brasil.
Era nítido o nervosismo do time paulista. Até mesmo o experiente Marcos Assunção não sabia o que fazer para tirar o Coritiba daquele falso estado de "morto" em campo.
A história se repetiu em Porto Alegre diante do Grêmio. A diferença ficou por conta do setor ofensivo, onde, infelizmente, Marcel se mostra um ex-jogador em atividade.
A proposta de jogo em Araraquara e em Porto Alegre foi exatamente a mesma: consistente segurança defensiva, bom posicionamento entre os setores do gramado, inteligência para esfriar o jogo nos momentos mais agudos do adversário e a busca pelo golpe mortal quando se pega o rival de "calças curtas".
Creio que seja esta a tendência para o jogo diante do Fluminense. Acredito que com o passar dos jogos, os atletas absorverão ainda mais as instruções do novo treinador e, com isso, uma apresentação ainda melhor se faça presente nesta noite.
Não vou arriscar o placar, mas volto a dizer: a possível vitória Coxa-Branca não será mero palpite de torcedor, mas fruto de uma nova mentalidade de ousadia que tanto falta fez nos últimos tempos no Alto da Glória.
A sorte está lançada!
Raça, Coxa!
O retorno do Menino de Ouro ao Alto da Glória é motivo para infindáveis conversas e reportagens Brasil e mundo afora.
A imagem Coritibana está novamente em alta, mesmo que muitos canais da mídia, por pura dor de cotovelo, tentem ofuscar.
Na coletiva em que foi oficialmente apresentado, Alex disse que o Coritiba estaria ganhando cerca de 25 milhões de torcedores, obviamente se referindo àqueles que o seguiam e adoravam em terras turcas.
Essa frase não pode cair no esquecimento, pelo contrário, é o passaporte definitivo para o clube dar um grande passo no cenário internacional.
Além da simpatia dos torcedores do Fenerbahçe, é preciso criar um canal de "exploração" comercial com os torcedores já saudosos do talentoso jogador.
Abre-se uma possibilidade de intercâmbio cultural e comercial com um grande contingente de potenciais consumidores da marca Coxa-Branca.
A febre causada pela retorno de Alex ao Coritiba pode ser sentida nas redes sociais. No Twitter, por exemplo, pelo simples fato de trocar mensagens com o grande ídolo, centenas de torcedores turcos passam a seguir os interlocutores de Alex, mesmo que não entendam nada da língua portuguesa.
O que eles procuram, a meu ver, é manter um vínculo, mesmo que virtual, com um dos maiores nomes que vestiram as cores de seu clube do coração.
As palavras de Alex refletem esta realidade: os 25 milhões de torcedores do Fenerbahçe não escondem a adoção do Coritiba como a segunda equipe em seus corações.
Cabe ao Verdão extrair o máximo de vantagem deste pujante nicho de mercado que se descortina à sua frente, estreitando cada vez mais o sentimento de carinho que se criou em torno do grande ídolo.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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