
De Torcedor pra Torcedor
'Navegando' pelo site oficial do Coritiba, procurei me atentar à página que menciona os atletas que compõem o elenco profissional. Segundo as informações lá obtidas, o atual plantel Coxa Branca é composto por:
Goleiros: Edson Bastos, Vanderlei, Wanderson e Rafael;
Zagueiros: Jeci, Dirceu, Lucas Mendes, Pereira, Cleiton e Demerson;
Laterais: Luiz Paulo, Ângelo, Denis, Luciano Amaral, Fabinho Souza, Fabinho Capixaba e Triguinho;
Volantes: Leandro Donizete, Willian, Rodrigo Pontes, Daniel, Marcos Paulo e Andrade;
Meias: Renatinho, Tiago Real, Ramon, Lelê, Enrico, Rafinha, Geraldo, Jefferson e Dudu;
Atacantes: Ariel Nahuelpan, Marcos Aurélio e Bill.
Numa primeira análise, dos trinta e cinco nomes, conclui-se pela presença de jogadores que não têm tido muito espaço no time, caso dos dois últimos goleiros (por questões óbvias); de Cleiton (que retornou do empréstimo ao futebol paulista); dos laterais Luiz Paulo, Luciano Amaral e Fabinho Souza; dos volantes Rodrigo Pontes e Daniel e dos meias Ramon e Lelê.
Tais 'baixas' reduzem ainda mais o escasso número de atletas à disposição de Ney Franco para a disputa da longa Série B, afinal, são apenas vinte e cinco jogadores que, se não gozam da titularidade, são ao menos chamados para compor a delegação que se concentra e viaja.
Analisando cada compartimento do elenco, pode-se concluir o seguinte:
No gol não temos problema! Edson Bastos e Vanderlei (citarei os dois principais goleiros, tão somente, tendo em vista que ambos é que estão sendo aproveitados no momento) além de dois excelentes arqueiros, mostram-se atletas de grande noção de grupo, respeitando-se mutuamente.
Na 'zaga' começam nossos problemas, haja vista a constante tentativa de 'casamento' entre os defensores e a quantidade de gols tomados, tomando como base estas quatro primeiras partidas da Série B. Acredito que neste setor o que está faltando é o encontro dos atletas que se complementem entre si - fortalecendo um setor que é bastante exigido, especialmente nas partidas longe do Couto Pereira. Penso que o trio Jeci, Demerson e Cleiton poderia ser testado, mostrando-se, quem sabe, ser a solução para os problemas defensivos.
Nas laterais salta aos olhos a carência de uma melhor qualidade técnica. Dos atletas utilizados por Ney Franco (Ângelo, Denis, Fabinho Capixaba e Triguinho) nenhum deles passa a total confiança à torcida coritibana. Os altos e baixos de suas atuações se destacam mais pelos 'baixos' do que, pelo menos, uma regularidade. 
Para Fabinho Capixaba o sinal vermelho acendeu faz tempo - uma pena, pois no Coritiba seu futebol não apareceu e insistir na sua escalação é 'queimar' ainda mais o jogador, irritar a torcida e nada de construtivo proporcionar ao clube.
Tomando como base a partida contra o Brasiliense, acende uma luz de esperança para a torcida Coxa. Digamos que Ângelo e Triguinho estejam sob a luz amarela do 'semáforo Coxa Branca', com boas perspectivas de verem a luz verde lhes iluminar daqui por diante.
Mesmo assim, a contratação de atletas para este setor é a primeira necessidade do clube, pois, mesmo que Ângelo e Triguinho 'vinguem' nas laterais, não teriam reservas à altura.
Os volantes coritibanos, tal qual ocorre com os goleiros, mostram que podem 'dar conta do recado'. Destaque para a dupla Leandro Donizete e Marcos Paulo - que se 'adonaram' da posição.
No meio campo outro setor que carece de qualificação técnica. Contando mais assiduamente com Renatinho, Tiago Real, Enrico, Rafinha, Geraldo, Jefferson e Dudu, nota-se claramente a ausência de um jogador que articule melhor as jogadas, que faça a preparação dos lances para os atacantes. Não há um só jogador com a característica de cadenciar o jogo, 'acalmar' a jogada, fazer a bola rolar! Os jogadores coritibanos, mesmo que hábeis, notabilizam-se pelo individualismo, pelo drible, pela velocidade. Entendo haver a necessidade da contratação de pelo menos um meio campo experiente para ajudar esta 'piazada' na difícil tarefa de furar os bloqueios impostos pelas equipes da Série B.
No ataque nosso principal motivo da 'perda de sono'! Bill acabou de sofrer uma intervenção cirúrgica, Marcos Aurélio segue tratando uma pubalgia e Ariel Nahuelpan continua com a irritante novela do 'vai ou não vai ficar', ou seja, no atual momento, não contamos com nenhum atacante de ofício para a próxima partida diante do Asa de Arapiraca.
Absolutamente desnecessário dizer que a diretoria deveria ter saído 'ontem' ao mercado em busca de novos atacantes. Esperar o fim da Copa do Mundo pode ser tarde demais, pois as rodadas vão se seguindo, os possíveis novos contratados não encontrarão um padrão competitivo nos primeiros jogos e o prejuízo vai ficando cada vez maior.
Diante deste quadro, importa questionar: com quem Ney Franco pode contar para tirar o Coritiba do atoleiro?
Faço essa pergunta especialmente dirigida ao setor ofensivo - aquele de maior carência. Bill e Marcos Aurélio, por questões clínicas, ficarão de fora por um bom tempo.
Já o fiz e volto a questionar: E aí, Ariel?!
Tenho visto manifestações dando conta de que o jogador afirma querer ficar. No entanto, pra falar claramente, por que não 'sai da moita', se dirige até o departamento de futebol e assina o novo contrato (em verdade, honra o compromisso que há dois anos assumiu)?
Pare de se enganar, Ariel. Essa sua inércia e até certa desfaçatez de falar uma coisa e não agir de modo prático ainda vai levá-lo à ruína. Você tem apenas vinte e dois anos. Era um atleta desconhecido que está aí 'para o mundo ver' graças ao Coritiba. Por que insistir numa saída tão conturbada?
Por que as coisas precisam ser decididas por um magistrado? Sua palavra dada ao clube, há dois anos, de nada vale?
Pare e pense: cumprindo o contrato original que prevê um vínculo de cinco anos, você sairá do Coritiba (se realmente este for o seu desejo) de cabeça erguida - pelo portão da frente do Couto Pereira, aquele mesmo portão em que você foi recebido.
Recorde-se daquele momento e perceba que o Coritiba parecia-lhe um 'sonho' - uma oportunidade verdadeira de aparecer para o mundo do futebol.
Por que no passado sua humildade fez reconhecer ser um bom negócio assinar com o clube do Alto da Glória por cinco anos? O que mudou de lá para cá, Ariel?
Crie juízo, honre sua palavra, mande seu empresário e advogado 'passearem' e decida por si só como quer ficar conhecido no mundo da bola - se um atleta esforçado, raçudo e comprometido ou como o famoso atleta que 'rói a corda'!
Lembre-se: o mundo dá muitas, muitas voltas!
Acaso seu desejo seja realmente o de sair do Coritiba, é simples: deposite o valor da multa rescisória e seja feliz!
Sendo uma ou outra situação, como torcedor peço: assuma uma postura de profissional, de homem de honra e venha a público dizer o que quer da vida. Os dirigentes e torcedores do Coritiba Foot Ball Club têm o direito de saber se você estará até o final do projeto de retorno à Série A.
Aos dirigentes um pedido: mesmo com todas as dificuldades financeiras que esta famigerada temporada traz ao clube, façam um esforço e contratem de imediato dois laterais, um meio campo para cadenciar e liderar a 'piazada do Alto da Glória' e dois atacantes (de referência, principalmente).
Aproveitemos a parada para a Copa para padronizar e treinar o time com os reforços que venham qualificar o elenco.
Todo o esforço do mundo terá que ser feito nesta temporada. O Coritiba não pode 'se dar ao luxo' de permanecer outra temporada no segundo escalão do futebol brasileiro.
Finalmente, faço um pedido aos torcedores que estão indo à Joinville para acompanhar as partidas na bela cidade catarinense: respeitem os torcedores locais. Não foi nem uma, nem duas vezes que soube da ocorrência de insanas hostilidades para com os torcedores do Joinville que, em claro sinal de apoio à coletividade Coxa Branca, adentram à Arena daquela simpática cidade para apoiar o Coritiba.
Já não bastassem terem nos acolhido tão bem, 'emprestando sua casa' para nos abrigarmos enquanto perdurar nosso 'castigo', agora precisam ir ao estádio sem as cores do seu time do coração, justamente pela absurda perseguição à cor proibida!
Tal perseguição pode até fazer algum 'sentido' aqui em Curitiba, mas na casa alheia dança-se a música que se está ouvindo!
Como forma de respeito e agradecimento ao acolhedor povo de Joinville, deixo um grande abraço ao Sr. Nelson e ao Sr. Edilson que tão bem me receberam, bem como aos meus amigos Niltinho, Samir, Fernandes e Camilo quando lá estivemos na estreia do Coxa, diante do América-MG.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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