
De Torcedor pra Torcedor
O futebol é realmente apaixonante pela conjugação de inúmeros fatores, com destaque para a pluralidade de opiniões.
Cada torcedor, cada dirigente, cada cronista, cada pessoa ligada ao mais festejado dos esportes têm nas suas convicções a ocorrência de uma dualidade permanente: estão sempre 'certas' e ao mesmo tempo não refletem uma 'verdade inquestionável'.
Aliás, num universo de vasta gama de opiniões e convicções, como conceber a existência de uma 'verdade inquestionável'?
Recebi com muita satisfação todas as opiniões que tiveram como objeto de análise o Post anterior que ocupa este espaço. Das manifestações de concordância, àquelas em que houve total rejeição aos termos expostos, o debate se deu de forma saudável, argumentativa e educada, tendo no 'bem estar' do Coritiba - nosso bem comum maior -, o objetivo final a ser atingido.
Da trocas de ideias antagônicas sempre surgem as medidas mais próximas do ideal. Discutir, refletir, contrapor são verbos que, se associados ao equilíbrio, invariavelmente ajudam a encontrar o melhor caminho nas tantas encruzilhadas que a vida nos proporciona.
Quero registrar neste espaço que os objetivos do Post anterior jamais tiveram a intenção de 'desestabilizar' ou 'demitir' o treinador Marcelo Oliveira, aliás, tenho plena consciência de que este espaço serve tão somente para a exposição de uma opinião pessoal que poderá se assemelhar a de tantas outras pessoas, como ser interpretada como equivocada pelos demais.
O intuito aqui é sempre buscar uma reflexão e um afastamento da inércia.
Das manifestações que mencionei, uma em especial me chamou a atenção pela bela fundamentação exposta, servindo como contraponto ao que havia escrito.
Trata-se de um texto (FICA MARCELO OLIVEIRA), de autoria do amigo e grande Coxa-Branca Gilmar Alberto, o qual tenho o prazer em reproduzir na íntegra:
"A cada rodada em que o Coritiba não consegue ganhar, ecoam pelas redes sociais, blogs e rodinhas: FORA MARCELO OLIVEIRA, mas por que ele deveria sair?
Porque não está atingindo a meta traçada pela diretoria de alcançar a Libertadores?
Qualquer um que trabalha numa grande organização sabe que sempre há metas audaciosas, que se forem atingidas, darão uma premiação excelente, e obviamente grandes lucros para a empresa.
Mas não é porque a meta não foi atingida que as lideranças serão mandadas embora.
Só em último caso, quando um líder perde o comando, demonstra desinteresse, desmotivação ou desídia é que o mesmo é defenestrado da corporação.
Não creio que Oliveira, se encaixe em um destes quesitos, não creio que esteja desinteressado, desmotivado, seja desidioso ou tenha perdido a liderança.
Mas então por que ele deveria ser mandado embora?
Porque ele é um técnico retranqueiro?
Como pode ser um técnico considerado retranqueiro, comandando o time com o melhor ataque do Brasil, na temporada e o segundo melhor do campeonato, mesmo não tendo um elenco forte como os clubes do G12? Lembrando que há 4 dos G12 que estão atrás de nós na tabela.
Então por que?
Porque ele erra nas substituições e demonstra covardia?
Realmente comete erros, como já vi cometerem da mesma forma, Abel, Bonamigo,, René, Dorival e Ney Franco. Eles também substituíram mal, também recuaram quando não deveriam ter recuado, também erraram. Técnicos são humanos, portanto erram.
Seria por que ele não é técnico para time grande?
Desculpem-me os incautos e melindrosos, mas o Coritiba não é grande. Grande só os G12. Basta comparar orçamento, patrocínios, espaço na mídia, elenco, que é fácil perceber que não estamos no mesmo nível. Basta ver que não conseguimos contratar nem jogadores nem treinadores de nível de seleção, são muito caros para o nosso cacife.
O Coritiba esta brigando para se estabelecer como o maior dos médios, à frente de Cap e Bahia, principalmente.
Quando o Coritiba se consolidar nesta posição, o que falta pouco, aí sim começaremos a avançar para cima do G12, mas é uma batalha longa e árdua.
Por fim…
Todos os técnicos que tiveram um relativo sucesso no Coritiba, nos últimos anos, foram em algum momento admoestados, achincalhados, vaiados, xingados e tiveram a cabeça pedida numa bandeja.
O detalhe é que Oliveira tem melhor aproveitamento que todos eles, teve a melhor campanha na Copa do Brasil que todos eles, foi campeão paranaense invicto, como Bonamigo, mas com um aproveitamento superior e está na mesma posição intermediária que todos os técnicos também estiveram.
Trocar de técnico é uma medida extrema, que pode causar efeitos colaterais, cria-se um passivo com o técnico que sai (Estes dias publicaram que estávamos pagando vários técnicos que já saíram há anos), muda-se a metodologia de trabalho, há um período de adaptação, conhecimento e aprendizado, pode-se perder o grupo e corre-se o risco de não dar certo!
Vejam que Internacional e Grêmio se arrependeram de mandar Falcão e Renato embora. Cap está no quinto técnico e continua fazendo fiasco.
Além disso tudo, o que mais me preocupa é: Que técnico viria? Há alguém melhor do que Oliveira no mercado? Na minha opinião, não! (sugeriram o professor Pardal Carpegianni, aquele mesmo do Jorjão, e aí tive que rir!)
E se tivesse? Temos dinheiro para contratar? É bom lembrar que o orçamento do Coritiba é flat.
Por fim, o Coritiba tem jogado bem, porém tem pecado nos detalhes mas creio que se o Coritiba conseguir manter aquele jogo do primeiro tempo contra o Flamengo, poderemos sim alcançar metas traçadas.
Por tudo isso que eu digo, FICA MARCELO OLIVEIRA!
PS: Recomendo a leitura da excelente coluna do Serginho Prestes no Portal Banda B – Os “urubus de plantão” já estão à solta – http://bandab.pron.com.br/serginho-prestes/2301"
Eis a magia que envolve os torcedores. A tese levantada pelo amigo Gilmar merece reflexão.
Entre as duas hipóteses (uma possível substituição ou a manutenção do treinador Alviverde), será possível encontrar um 'meio termo' no Coritiba?
Quebrar o comodismo de declarações repetitivas e desnecessárias (supervalorizando as qualidades dos adversários), buscando injetar um novo ânimo no grupo de jogadores por intermédio de um discurso mais vibrante e confiante, aliado a uma dose extra de ambição no transcurso das partidas, pode ser interpretado como a tradução deste 'meio termo'?!
Creio que tudo na vida pode ser melhorado antes de ser substituído, não seria diferente com relação às coisas que cercam o time do coração.
Espero que Marcelo Oliveira reflita quanto à necessidade de valorizar o trabalho de seus atletas, acreditando que os mesmos podem alcançar grandes feitos nesta competição, deixando de lado o respeito excessivo aos adversários que enfrentará daqui até o restante da competição nacional.
Para uma melhor compreensão, este singelo pedido tem numa analogia a sua base:
Imagine-se a metade de uma laranja em contato com um espremedor de frutas. Observe o sumo que dela se extrai. Agora compare o time Coxa-Branca a esta laranja e o seu desempenho ao sumo nela contida.
Creio que seja um consenso entre os Coritibanos que o sumo desta laranja ainda não chegou ao fim. Ainda há uma parte da laranja que não foi atingida pelo espremedor.
Com um pouco mais de força, de pressão, de energia e vibração, certamente os jogadores Alviverdes transformarão a matéria prima que guardam dentro de si, visando encher de bom futebol o copo que será servido para matar a sede dos torcedores, ávidos por um melhor desempenho no campeonato.
O que está faltando, como nova analogia, é a descoberta da 'veia Bernardinho' (técnico da seleção brasileira de voleibol) que existe em cada um de nós e que pode nos transformar em obstinados pela vitória, pela garra, pela busca dos '110%' em qualquer atividade a que nos propusermos desenvolver.
Tomando como base a inquestionável necessidade de que atitudes sejam tomadas a fim de reconduzir o time verde e branco a um caminho de belas e convincentes apresentações, de minha parte, espero sinceramente que este 'meio termo' seja atingido o quanto antes para a alegria da torcida Coxa-Branca.
E você, torcedor Alviverde, acha que é possível haver a correção de rumos no atual comando técnico do Verdão ou a única forma de que novos ares sejam respirados no Alto da Glória implique na substituição do comando técnico Coxa-Branca?
* Agradeço ao fiel Coxa-Branca, Bruno Massinham, pela produção da imagem que ilustra este Post.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
facebook
twitter.com/percycoxa
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)