
De Torcedor pra Torcedor
O futebol é mesmo apaixonante. Estou para escrever este post desde o início do ano, mas sempre fui o procrastinando, pois queria que o tempo mostrasse se minhas convicções se confirmariam na prática.
A desconfiança acerca do trabalho desenvolvido pelo treinador Marcelo Oliveira talvez tenha sido o sentimento vivido com mais intensidade por boa parte da torcida Coxa-Branca, entre eles, eu. Entre erros e acertos, Oliveira se notabilizou pela conquista do Tricampeonato Paranaense, da série de vitórias consecutivas e do vice campeonato da Copa do Brasil do ano passado.
Tenho para comigo que o trabalho deste treinador foi em boa parte facilitado num primeiro momento pela base que recebeu de seu antecessor, Ney Franco. Isso não significa dizer que Marcelo Oliveira não tenha seus méritos na condução da equipe Alviverde em 2011 às conquistas já mencionadas. O jeito de jogar, a configuração tática, o comando sobre o grupo, entre outros fatores, foram sim implantados por ele no trabalho desenvolvido na temporada passada, mas como dito, recebeu uma boa base de trabalho do treinador campeão da Série B de 2010.
O momento de maior dúvida que pairou sobre o trabalho desenvolvido pelo técnico Coritibano remeteu-se àquele que coincidiu com o desmanche da equipe de 2011 e a remontagem do atual elenco Coxa-Branca.
Natural que a torcida cobrasse resultados consistentes no início de 2012, afinal, o Coritiba passou a ser a única equipe paranaense na elite do futebol brasileiro. Com a remontagem do time Coxa-Branca, Marcelo Oliveira precisou de muito trabalho para recolocar o time em condições de boa competitividade, o tempo não era o seu aliado, haja vista a conquista do primeiro turno do campeonato estadual pelo rival recém rebaixado.
Seria este o momento que pensei em escrever este post, mas como ressaltei, deixei o tempo "correr" para ter um maior campo amostral de análise.
As rodadas iam se sucedendo e com elas o encaixe do time Coxa-Branca. A equipe foi crescendo de produção, conquistou o segundo turno do campeonato estadual e logo depois o tricampeonato.
Mais do que isso, pois poderia tê-lo perdido nas cobranças de penalidades, passou a ser evidente a evolução dos jogadores que, jogo a jogo, foram encaixando e montando um time muito competitivo.
As partidas contra o São Paulo (pela Copa do Brasil) e Santos (pelo Campeonato Brasileiro), ambas fora de casa, comprovaram e atestaram a evolução e amadurecimento do time Alviverde. Há tempos não víamos nossa equipe tão bem postada dentro da casa dos adversários e, mesmo que as vitórias não tenham ocorrido, a esperança de ver uma equipe consistente longe do Alto da Glória passou a ser uma doce realidade.
Méritos dos atletas, mas sobretudo do treinador Coxa-Branca que mostrou ser capaz de remontar uma equipe, não somente dar continuidade a um trabalho já iniciado, como parecia ser para a desconfiada parcela da torcida.
Hoje vejo o Coritiba como um grande motor.
A manutenção fica a cargo dos dirigentes - sempre diligentes em buscar alternativas para reerguimento da instituição, e funcionários - dispostos a executar suas funções de forma esmerada e eficaz.
O trabalho de engenharia a cargo de Felipe Ximenes - com a nítida tarefa de buscar as peças capazes de melhorar o rendimento da máquina, atendendo na medida do possível o orçamento disponível para a "compra" destas mesmas peças.
A força motriz para o funcionamento do motor origina-se num grupo de jogadores que, se alguns não compuseram aquela formação tão badalada de 2011, mostra muita união e capacidade de formar um todo, um verdadeiro time de guerreiros, um robusto conjunto de pistões apto a gerar muita potência a serviço do Coritiba.
O combustível fica a cargo dos torcedores, especialmente dos associados, que injetam nos cofres do clube a maior parcela de recursos financeiros que fazem a máquina girar. Ao lado dos patrocinadores do clube - verdadeiros responsáveis pela lubrificação do motor, os torcedores e associados se mostram sempre dispostos a não deixar a máquina travar.
E o treinador Marcelo Oliveira (ao lado de todos os integrantes da comissão técnica) onde se encaixa?
Com um trabalho silencioso e árduo, pode-se afirmar que sua função compara-se àquela exercida pela correia mecânica do motor Alviverde. Conseguiu em menos de seis meses entender como funcionavam as novas peças que lhe foram entregues, soube como montá-las no chassi Alviverde e acima de tudo demonstrou ter encontrado a melhor forma de transformar a força motriz gerada por este novo motor em movimento e eficiência.
É inegável que o rendimento do motor Alviverde, diferentemente da temporada passada, está atingindo sua melhor performance neste momento decisivo. A máquina Coxa-Branca ainda está amaciando, mas se mostra pronta para encarar as duas provas mais difíceis que o ano de 2012 lhe reserva.
Para suplantar a matreira equipe do Palmeiras, todos os componentes deste grande motor Coxa-Branca precisam atuar de forma plena e sincronizada, especialmente as peças em campo, a correia mecânica ao lado do gramado e o combustível explodindo de apoio nas arquibancadas da Arena Barueri e do Estádio Couto Pereira.
Por fim, deixo um pedido ao treinador Coritibano: arme sua equipe dentro e fora de casa sem medo de ser feliz. Vamos respeitar o Palmeiras? Sem dúvida, mas jamais temê-lo. Para surpreender aqueles todos que imaginam o que você fará, posicione uma equipe ambiciosa, acesa, concentrada e mortal nos momentos em que as chances aparecerem.
Como bem ressaltado pelo amigo Marcus Popini, marcar gols na Arena Barueri será fundamental para facilitar o trabalho a ser realizado na partida derradeira.
Com arrojo, obstinação e muita luta o ronco do motor Coxa-Branca vai ecoar forte em território paulista, precedendo a última acelerada rumo à conquista da Copa do Brasil na capital paranaense.
Boa sorte Coritiba!
Estaremos ao seu lado!
* Agradeço ao amigo e grande Coxa-Branca, Bruno Massinham, pela produção da imagem que ilustra este post.
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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