
De Torcedor pra Torcedor
Na madrugada de 1º de agosto de 1985 o Coritiba Foot Ball Club alcançou a sua maior glória, no templo sagrado do Maracanã.
Diante de um público de mais de 90.000 pessoas (a maioria esmagadora torcendo contra) o time Alviverde ganhou o direito de bordar a primeira estrela dourada acima do distintivo de um clube do futebol paranaense, ao se sagrar Campeão Brasileiro.
Alguns dias antes, esta mesma equipe superou a força de uma das torcidas mais entusiastas deste país, ao desclassificar, em pleno Mineirão, o Clube Atlético Mineiro na semifinal daquela competição.
Mesmo com a pouca idade na época (tinha apenas oito anos de vida), lembro da tensão que tomava conta de cada torcedor Coxa-Branca que circundava a TV naquelas partidas decisivas, bem como dos seus comentários que ressaltavam o poder de gana, de superação, de jogar no limite que aquele esquadrão tinha como principais características.
Vinte e seis anos se passaram e um dado chama ainda mais atenção, se comparado com a atual temporada: naquele vitorioso ano de 1985, o Coritiba foi Campeão Brasileiro com -2 gols de saldo.
Em lado diametralmente oposto, o atual elenco Alviverde se destaca por possuir o melhor ataque da história centenária do clube, com 129 gols marcados, sendo 44 pelo campeonato nacional - o que lhe confere o quinto melhor saldo entre os vinte clubes que compõem a competição, com +10 gols, até o momento.
Incompreensivelmente, mesmo com todo esse 'poder de fogo', o Verdão não conseguiu avançar além da sétima colocação na tábua de classificação, o que, convenhamos, é algo difícil de entender.
O que estaria faltando ao Coritiba? Sorte? Um ataque ainda mais positivo? Uma defesa mais sólida? Ou um conjunto de todos esses e outros fatores que talvez tenham acompanhado o time de 1985?
Não estou aqui falando na conquista deste torneio nacional, embora tenhamos chegado tão perto de outro, mais curto, ainda neste mesmo ano. Não há dúvida que o sonho da conquista da Copa do Brasil e do Bicampeonato Brasileiro ficará para as próximas temporadas, contudo, o sonho da Libertadores ainda não morreu, embora seja uma tarefa bastante difícil de ser alcançada.
Penso que o que sobrava à equipe de 1985 - jogar no limite - é o que falta ao atual elenco.
Diante desta impressão, creio ser preciso que cada jogador Coxa-Branca se conscientize ainda mais da extrema importância de construir uma atuação firme nos jogos fora de casa. O jargão futebolístico fala em 'sangue nos olhos' - é assim que tem que ser nestas partidas longe do Estádio Couto Pereira.
Penso que se esse 'espírito de guerra' que acompanhou o Coritiba em 1985 especialmente em duas oportunidades - Mineirão e Maracanã - foi capaz de lhe cobrir de glórias, os desafios que teremos até o final desta temporada poderão, sim, ser suplantados.
A hora é agora! Atenção total nos jogos.
Correr um pouco mais, esticar ainda mais a perna, cercar o adversário, não deixá-lo respirar, agredi-lo quando imaginarem que estão como as 'rédeas da partida' nas mãos, certamente será o diferencial que ainda nos falta, pois é exatamente assim que atuamos dentro do Alto da Glória.
Contra o Figueirense define-se o destino do Coritiba nesta competição.
Se por um lado o orgulho preenche os corações Alviverdes pelo expressivo número de gols marcados em 2011, por outro ficará um vazio enorme no caso de não alcançarmos, com estes mesmos gols, a tão cobiçada vaga para a Libertadores da América.
Ainda dá tempo! Vamos lá guerreiros!
Deixo aqui dois pequenos registros das dificuldades enfrentadas e a força da equipe de 1985 em superá-las, esperando que eles sirvam de inspiração para os atuais atletas que vestem a mais tradicional camisa do futebol paranaense:
Pra cima deles, Coxa!
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
facebook
twitter.com/percycoxa
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)