
De Torcedor pra Torcedor
Contrariamente a tudo o que pediu a torcida Coxa-Branca – que queria ver um time verdadeiramente guerreiro contra o Botafogo, eis que os jogadores, e porque não dizer a comissão técnica Alviverde, foram passear no Engenhão, demonstrando uma irritante frouxidão diante do alvinegro carioca.
Tomando como base o futebol apresentado por este mesmo time contra São Paulo, Atlético Mineiro e Palmeiras em partidas disputadas longe do Couto Pereira, a derrota deste Domingo se torna ainda mais intragável.
O problema não foi nem tanto perder – apesar de entender que um simples empate no Rio de Janeiro manteria definitivamente o Coritiba na primeira divisão, mas a forma como o time entrou (?) em campo contra o Botafogo.
Demonstrando uma apatia fora do comum, um inconcebível desinteresse pelo jogo, uma lentidão sem igual para refrear as jogadas do adversário (questiono-me se foi a praia ou a feijoada do dia anterior que fez com que as pernas dos jogadores Alviverdes parecessem pesar uma tonelada), o time do Coritiba não jogou e pior, deixou o time do Botafogo muito à vontade para construir suas jogadas.
O 1x0 no primeiro tempo ficou barato e não convém aqui lamentar o pênalti não marcado a favor do Coritiba ou o segundo gol em completo impedimento, assinalado por Lúcio Flávio. O Coritiba poderia jogar 500 minutos que não faria outra coisa a não ser fazer seu torcedor ficar indignado e pasmo com a forma que os jogadores encararam este decisivo confronto - como se o mesmo fosse uma partida comemorativa de final de ano, mas não era!
Era uma partida em que todos os jogadores coritibanos deveriam apresentar ao menos uns 10% da raça que o guerreiro Ariel sempre apresenta. Ontem, em verdade, somente o argentino lutou – o que irrita ainda mais o torcedor que não consegue entender a preguiça generalizada do time. Espero que todo o desinteresse tenha ido e ficado no Rio de Janeiro. Mais uma amarga lição que fica!
Amanhã faremos ‘aniversário’ de três anos da fatídica partida disputada no Alto da Glória contra o Atlético Mineiro – vitória alvinegra por 3x2.
Coincidentemente, o Coritiba recebia o time das Alterosas numa partida que envolvia a amarga segunda divisão. Naquela oportunidade, estávamos disputando a famigerada Série B e, tal qual ocorrerá no próximo sábado, precisávamos que a vitória nos sorrisse.
Começo de jogo: Coritiba 2x0. Tudo parecia dar certo, tanto para nós quanto para os mineiros que, mesmo com a derrota, caminhavam a passos largos para a conquista do campeonato e para o acesso à primeira divisão.
Após um desinteresse coletivo do time Coxa-Branca, os mineiros viraram o placar para 3x2 e as consequências disto nos ferem até hoje.
Quis o destino que, três anos depois, Coritiba e Atlético Mineiro se reencontrem num sábado de novembro no Couto Pereira, agora pela Série A do campeonato brasileiro. Como fora outrora, o time mineiro luta pelo título e o time Alviverde pela possibilidade de dizer adeus à Série B, lamentavelmente.
Para que o desfecho da recente história não repita o script do passado, chegou o momento de todos, absolutamente todos, fazerem o seu respectivo papel, com muita paciência, equilíbrio, mas também muita austeridade.
Aos dirigentes caberá a obrigação de ter uma séria conversa com jogadores e comissão técnica a fim de avaliar os porquês da preguiça apresentada no Rio de Janeiro e mais ainda: conscientizá-los da importância de transformar esta partida em ‘final de Copa do Mundo’ para o time verde e branco. Não dá para deixar ‘para depois’! O ÚLTIMO jogo do Coritiba será este contra o galo mineiro - essa é a ideia e ponto final.
À comissão técnica (que tem muito crédito, diga-se de passagem) que reavalie alguns conceitos e que os melhores jogadores possam envergar a camisa do time, de modo que alterações desnecessárias não precisem ser feitas durante o jogo. Um exemplo: Marcio Gabriel no lugar do improdutivo Ângelo. Como este, há vários casos de atletas mais bem preparados que estão amargando um banco, sendo que outros, como Dirceu e Pedro Ken mantêm suas cadeiras cativas no time titular, vá entender.
À torcida restou a eterna obrigação de levar o ‘time nas costas’, lotando o Couto Pereira, transformando-o num inferno verde, tal qual ocorrera contra Internacional, Corinthians, A. Paranaense e outros. Estamos diante de uma nova decisão. Se não vale a possibilidade de uma taça, como a Copa do Brasil, ou a honra em jogo, como contra os rivais locais, estamos diante da possibilidade de exorcizarmos a maldita segunda divisão dos nossos pesadelos.
Com planejamento, inteligência, apoio, união, vontade, garra, incentivo, doação, denodo, empenho e luta, muita luta, poderemos escrever uma história bem diferente daquela vivida em 10/11/2006. Os três pontos dos quais tanto precisamos para dar fim ao suplício, necessariamente terão que ser conquistados no próximo sábado.
Muito mais que os dirigentes, a comissão técnica e a torcida, caberá aos jogadores darem suas vidas em campo, se preciso for. Que o ‘ritmo de pelada de final de ano’ apresentado no Rio de Janeiro tenha sido somente um lapso dos atletas Alviverdes. Cabe a eles mostrarem se anteciparam seu período de férias ou não.
Dedico esta coluna à jovem Torcedora Kamila Camargo que precocemente nos deixou na manhã de ontem.
Aos amigos e familiares peço que lembrem da alegria estampada nesta foto e com ela confortem os seus corações!
Que do céu, a Kamila possa continuar vibrando pelo seu amado Coritiba!
Descanse em paz, Guerreira Alviverde!
União, trabalho e muitos sócios = Coritiba forte e vencedor!
Saudações Alviverdes,
Percy Goralewski
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